quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Erich von Däniken: 'Se os deuses falaram, passaram informações'

Erich von Däniken: 'Se os deuses falaram, passaram informações'

Compilação de entrevistas com o autor expondo algumas de suas idéias

Categoria: CIVILIZAÇÕES EXTINTAS | PESQUISA | SEGREDOS UFOLÓGICOS | UFOARQUEOLOGIA
Erich Anton Paul von Däniken nasceu no dia 14 de abril de 1935, em Zofingen, na Argóvia (norte da Suíça). Hoje vive em Beatenberg, nos Alpes do cantão de Berna. Antes de começar a escrever, fez curso profissionalizante na área de hotelaria, formando-se como cozinheiro. Tornou-se famoso na década de 1970 com o best-seller Eram os Deuses Astronautas? [Melhoramentos, 1968], em que descreve a hipótese da suposta vinda de seres extraterrestres, como sendo os deuses que visitavam o planeta Terra no passado.

Däniken é provavelmente o escritor suíço mais conhecido no exterior. Lançou 30 livros, traduzidos para 32 línguas e, segundo seus fãs, vendeu mais de 63 milhões de exemplares. O mais recente é A História Está Errada [Idea, 2010]. Nele o autor traz novas descobertas e revelações, demonstrando que a verdadeira história da humanidade é muito diferente da que conhecemos. O autor encontra paralelos estarrecedores entre livros misteriosos, como o manuscrito Voynich - que não foi decodificado até hoje - e o Livro de Enoch, tão antigo quanto a Bíblia, que trata do cruzamento entre mulheres humanas e "anjos" – ou seriam ETs? 

A obra de Däniken influenciou também a ficção científica contemporânea. Um dos exemplos é o filme Stargate e respectivas séries de TV. Em 2003, foi aberto em Interlaken o Mystery Park, com o objetivo de expor suas teorias a um grande público, além dos livros. O parque fracassou e fechou suas portas em 2006. No ano de 2008 foi reaberto por seis meses e, desde abril de 2010, funciona com um novo conceito e novo nome: Jungfraupark.

(*) O garçom que se transforma em escritor de best-sellers e dedica sua vida à pesquisa de enigmas do planeta é um caçador de extraterrestres que nunca viu um disco voador. Swissinfo bateu um papo exclusivo com o escritor suíço Erich von Däniken, um homem ocupado, com calendário completamente tomado. Centenas de exemplares do CD Astropolis espalhados numa grande mesa localizada no centro do seu escritório, assim como diversas anotações das palestras que fará em breve. Ele chega bem-humorado e pergunta meu país de origem, se desculpando logo depois por não dominar muito bem o português. Durante a conversa, o escritor mostra que é tão cheio de surpresas como os livros que escreveu. 
crédito: Hwcdn.themoviedb
Astronautas caracterizados em tempos remotos?
Astronautas caracterizados em tempos remotos?
 Quando começou o seu interesse por enigmas e mistérios? Como eu era uma criança impossível, meus pais acabaram me colocando num internato. Nesse estabelecimento jesuíta, onde era ensinado o grego e o latim, eu passei seis anos da minha vida. Ao mesmo tempo, eu era uma pessoa muito crente, como ainda sou hoje em dia. E na escola nós tínhamos que fazer traduções da Bíblia em vários idiomas. Nesse momento comecei a questionar a minha própria fé, pois a dúvida era saber se outros povos do mundo também haviam vivido as mesmas histórias fantásticas e estranhas como as dos israelistas.

E essa curiosidade acabou levando-o para bem longe da Suíça, ao Egito, como está escrito na sua biografia? Correto. Na escola eu tinha um amigo egípcio, cujos pais eram ricos. Um dia ele me convidou para conhecer seu país. Tinha 18 anos e essas viagens ainda eram feitas à navio. Chegamos em Alexandria, conhecemos as pirâmides e fomos para Saccara, onde vi túneis subterrâneos que não eram acessíveis para turistas na época. Fiquei tão impressionado com essa construção que nunca mais me esqueci desse dia. Assim começou meu fascínio pelo tema. As experiências que tive nesse país me marcaram profundamente.

Assim começa a carreira do escritor Erich von Däniken? Quando era jovem, meu maior interesse era a origem das religiões. Porém, através da leitura de antigos textos indianos, percebi que muitas das histórias se repetiam. Elas falavam de alguém ou algo que veio do céu acompanhado por fumaça, fogo, terremotos ou ruídos impressionantes. Então surgiu minha questão: se esses povos não estão falando de Deus, de quem então? Eu não estava procurando extraterrestres. A pergunta veio por si só. Então comecei a pesquisar e nunca mais parei.

Você já exerceu uma outra profissão antes de ser escritor? Na verdade minha família vinha do setor gastronômico. Depois de concluir a escola, eu fiz um curso de formação profissional como garçom. Quando escrevi meu primeiro livro, em 1966, Lembranças para o Futuro, era diretor de um hotel em Davos, nas montanhas suíças. Quando o livro se tornou um best-seller, abandonei então essa profissão.

E decidiu então estudar história ou outra ciência na universidade? Não. Eu cheguei a pensar no assunto, porém na época isso nem passou pela minha cabeça. O que eu estava querendo fazer não era ensinado em nenhuma universidade. Naturalmente é possível estudar antropologia, porém existem diferenças: veja, egiptologia não é a mesma coisa que estudos americanos. Sendo assim, eu decidi ser autodidata e comecei a coletar meus conhecimentos nos livros. Eu li sem parar e falei com especialistas, professores e cientistas, sobretudo nos Estados Unidos. Um relacionamento me levou a outro e assim montei uma rede de contatos no mundo inteiro.

Quantos foram os países que você conheceu? Já estive em todas as partes do mundo. Inicialmente meu interesse estava concentrado no Egito, Peru e Índia, porém depois passei a ter uma maior abrangência. Só no Peru já estive mais de quarenta vezes. Em Nazca, pelo menos vinte.

E como você organizava suas viagens? Nunca viajei como turista. Antes de ir para um país, pesquisava nos livros tudo sobre sua história e os temas que eu pretendia investigar. Então embarcava, muitas vezes acompanhado por um auxiliar e quase sempre com um bom equipamento fotográfico. Ficávamos então semanas ou meses trabalhando. Em Cuzco, no Peru, não existem apenas ruínas, se você subir nas montanhas é sempre possível conhecer novas coisas. Assim que eu escrevi meus livros.

Você já viu um disco voador ou um extraterrestre? Essa pergunta sempre me fazem. Pessoalmente eu nunca vi nenhum, mas costumo brincar dizendo que quando o Erich von Däniken aparece, os extraterrestres desaparecem.

E como você reagiria se visse um? Eu iria lhe perguntar como o universo surgiu e se ele é finito ou infinito.

Por que seus livros nunca falam de enigmas em países como o Brasil ou a sua própria pátria, a Suíça? Eu já estive algumas vezes no Brasil. Lá existem pinturas rupestres interessantes na região Nordeste, porém o país nunca foi habitado pelas chamadas grandes culturas como os incas ou maias. Esse é o caso da Suíça também. Essas culturas só existiram ao sul do equador até 23º paralelo.

Você ficou surpreso com a descoberta de novas figuras gigantes em Palpa, no Peru? Para mim isso não foi uma surpresa, pois sempre soube da existência delas. Essas figuras já existiam há uma eternidade, mas ninguém havia publicado nada sobre o assunto. Além disso, eu tenho certeza que outras ainda irão aparecer.

Por que a ciência tem tanta dificuldade para aceitar suas teses de contatos extraterrestres com essas culturas? A arqueologia é o setor responsável por encontrar respostas aos enigmas que apresento. Ao mesmo tempo, ela é uma ciência conservadora e que não leva à sério muita das hipóteses que estão sendo levantadas. Isso é uma questão dos modelos que os cientistas têm na cabeça ou do tempo em que eles vivem. O que não é levado em consideração hoje em dia, pode ser tema de pesquisa no futuro. Afinal a ciência vai se desenvolvendo. O que os cientistas precisam fazer é ler os livros de Erich von Däniken (risos).

Um cientista, então diretor do Museu Romano de Lausanne, o chamou uma vez de impostor arqueológico. Eles não entendem nada da minha mensagem. Veja o Mystery Park: em nenhum dos pavilhões, shows ou exposições que apresentamos você encontra respostas. Tudo termina com uma pergunta. O problema é que esses cientistas não querem que algumas questões sejam levantadas, pois são pessoas antiquadas, avessas à modernidade. Eu só posso rir desse comportamento. Eles não leram meus livros e tentam me ridicularizar.

Como você revida as acusações? Na opinião desse diretor de museu, eu teria afirmado que os extraterrestres construíram as pirâmides ou as formações em Nazca para funcionar como aeroporto de disco voador. Isso é besteira, pois essas construções foram sempre obras de seres humanos! A pergunta que eu levanto é de outra natureza: eu gostaria de saber por que esses povos construíram templos gigantescos ou pirâmides. Se me respondem "foi por causa dos deuses", eu quero saber que tipo de deuses. Seria o Deus da Terra, do Sol, o das estrelas, o dos terremotos ou o dos vulcões? Não há problema! Mas se os deuses falaram, passaram alguma informação, então já não é possível dar uma explicação natural para essas obras.

Então você considera que tudo o que você escreveu é correto? Não sou nenhum guru, ninguém precisa acreditam em mim. Meu esforço pode ser um pouco messiânico, mas não quero ser o dono da verdade. Existem outras explicações para os mistérios do planeta, mas o importante é levantar questões. Meus críticos já tiveram muitas vezes razão, às vezes eu. Isso em si não é um problema, pois se eu pegar um livro científico de vinte e cinco anos atrás, nós também iremos encontrar muitos erros ou informações incorretas. A ciência deve ser viva e esse é o caso do meu trabalho.

Depois do Mystery Park, qual é o próximo projeto de Erich von Däniken? Não tenho nenhum projeto próprio, mas nossa fundação está pagando para a realização de um pesquisa em Nazca, no Peru. Lá uma equipe científica não está realizando o trabalho de sempre como escavações, análises de fundamentos arqueológicos etc. As perguntas que eu faço são as seguintes: houve mudanças do campo magnético em lugares específicos? As linhas finas sobre as chamadas "Las pistas" teriam sido feitas com o mesmo material? As respostas virão.

(*) Entrevista original publicada em 14 de março de 2005 e realizada por Alexander Thoele. 
crédito: Arquivo Revista UFO
Erich von Däniken e o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd em evento
Erich von Däniken e o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd em evento
 "Extraterrestres são mestres, não destruidores" 

(**) O mais famoso advogado dos extraterrestres, com milhões de exemplares de livros vendidos, autor controverso e mentor do Mystery Park completou 76 anos no dia 14 de abril. Em entrevista à repórter Sarah Pfäffli, do jornal Berner Zeitung, criticou "os idiotas do clima" e falou sobre o "maior mistério do mundo": a mulher.

Senhor Däniken, suponhamos que existam extraterrestres, eles gostariam de nós? Se alguém é tão altamente desenvolvido que pode voar de planeta para planeta, então ele não é mais primitivo, o que supõe uma ética e moral muito diferente. Eu vejo os extraterrestres como professores, não como destruidores.

Há mais de quarenta anos procura uma prova de vida extraterrestre. O senhor não cansa? Não, minha vida me apraz. Eu nunca quero ter tempo livre. Fazer o que sentado em casa? Isso é horrível!

Está completando 76 anos. Sim. Beleza. Eu gostaria de ser dez anos mais jovem. Todo mundo gostaria de ser mais novo, mas não se pode retroceder no tempo.

Quando vai parar? Nunca.

Não quer se aposentar? Não. Só se eu tiver um ataque cardíaco, baixar no túmulo ou tiver um acidente. Caso contrário, eu continuo.

O que mudaria se surgisse a evidência de que existem extraterrestres? Seria um choque dos deuses. As pessoas não poderiam suportar isso. Nós todos fomos ensinados na escola de que não existem extraterrestres. E então, de repente, eles estão aí, e tudo que os cientistas, os seres humanos mais inteligentes nos ensinaram é questionado. Minha tarefa é mitigar esse choque dos deuses.

Quando o senhor terá alcançado seu objetivo? Quando eu tiver levado o espírito do tempo ao ponto de a maioria dos cientistas dizer: sim, realmente vale a pena investigar o modelo desse von Däniken, devemos estudar isso mais profundamente nas universidades.

Ainda está longe disso. Talvez dez anos.

O senhor ainda tem esse tempo? Não, daí não estarei mais aqui (risos).

O que acontecerá com seu ideário após a sua morte? Temos uma organização global, a Sociedade de Pesquisa de Arqueologia, Astronáutica e SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que só nos países de língua alemã tem 8.000 membros, desde acadêmicos até leigos. Se eu entregar o gongo, o trabalho continuará e passará à próxima geração.

E o que acontecerá com o senhor? Acredita numa vida após a morte? Sim. A palavra "fé" aqui é correta. Eu acredito nisso, mas não tenho a menor evidência. Isso não é científico. Nós seres humanos somos todos tão vaidosos que pensamos que mesmo depois da morte não acaba tudo. Esse é o nosso desejo, nosso anseio. Mas científico isso não é.

Considera-se um homem muito religioso. Como essa religiosidade combina com a sua fé em alienígenas? Suponhamos por um minuto que eu tenha razão. Que extraterrestres tenham estado aqui e os seres humanos tenham pensado erroneamente que eram deuses. Daí a próxima pergunta tem de ser: de onde eles vieram? No final, está novamente a criação. Não se perde Deus quando se trata de extraterrestres. Pelo contrário, meu Deus tornou-se cada vez maior.

O senhor frequentou um internato jesuíta. Sim, e eu nunca fui seduzido por ninguém (risos).

Esse tempo o marcou? Muito. Lá eu aprendi a argumentar e a pensar logicamente. Todo o meu fascínio por extraterrestres começou lá. Ao traduzir textos bíblicos, fiquei perplexo. O que seria se eles significassem algo totalmente diferente? Se os deuses, na verdade, fossem extraterrestres? Estas questões me fascinaram.

Chama isso de fascinação. Pode-se ver isso também como uma fuga da realidade. De maneira alguma. Os outros, todos os que obedecem cegamente ao espírito da época dominante, não querem ver a realidade.

Mas há problemas reais no mundo diante dos quais o senhor fecha os olhos ao ir em busca de extraterrestres. De forma alguma! A propósito, o mundo está cheio de idiotas completos que se ocupam de tais problemas supostamente reais. Eles nos contam absurdos, por exemplo, que o CO2 é responsável pelo aquecimento global. Quando ouço isso, tenho arrepios!

Acha que isso é absurdo? Qual é então a sua explicação? Eu me ocupo de milênios. Há milhares de anos houve um aquecimento do clima, quando derreteram geleiras que atingiam até o Jura [Cadeia montanhosa na fronteira na Suíça com a França]. Naquele tempo, ainda não existia CO2! A mudança climática é um fato. Mas o CO2 não é sua causa.

Ao contrário do senhor, os pesquisadores do clima fornecem evidências claras. Isso é um absurdo. Quando se acompanha um pouco essa discussão, vê-se que há uma enorme controvérsia entre os cientistas a esse respeito. Agora uma tendência simplesmente se impôs. Mas não queremos falar agora de questões do meio ambiente.

Se existem tantos indícios favoráveis à sua teoria, por que não há mais as pessoas que acreditam nela? Isso é a preguiça do nosso pensamento, contra a qual eu luto. O espírito do tempo - Zeitgeist, em alemão - é um fenômeno de massa. Todo mundo quer ser razoável, ninguém quer se tornar ridículo. Suponha que um conselheiro federal conte aos seus colegas numa reunião que viu extraterrestres. Eles o proibiriam de falar sobre isso com alguém! Até mesmo se o Papa dissesse que viu um UFO, ele seria declarado louco. O espírito do tempo não permite isso. Minha tarefa é perfurar o espírito do tempo, até que a opinião mude gradualmente.

O senhor é um otimista. Sim, eu não acredito no apocalipse nem em outras teorias do fim dos tempos. Nós sempre sobrevivemos.

Sempre termina suas palestras com as palavras "Não acreditem em mim". Com isso, simplifica as coisas e escapa de qualquer crítica. Ouça. Nós temos dois tipos de ciências: as exatas, que sempre fornecem resultados repetíveis, e as ciências agregadoras, como a arqueologia. Nestas tem-se uma opinião com base em indícios, e esta opinião vale até ser refutada por novos indícios. Eu sou um representante de uma ciência agregadora, eu forneço provas de indícios.

E a partir disto o senhor constrói toda uma teoria. Eu construo um edifício de indícios. Todos estes indícios conferem. Se algo está em um texto antigo, pode-se controlá-lo. Ou quando eu digo que neste ou naquele país há esta ruína, isto também pode ser provado. Só que a minha interpretação é diferente da de um pré-historiador ou de um teólogo.

"Fantasistas mantêm o mundo em suspense, e não os contadores de ervilhas", é o seu credo. Se descreve como um fantasista. O senhor melhorou o mundo? Eu não quero melhorar o mundo, apenas mudar, romper o espírito do tempo, abrir a "visão de túnel". As incitações para isso vêm sempre de fantasistas. Um livro de Júlio Verne, por exemplo, incitou o primeiro técnico de foguetes, Hermann Oberth, aos cálculos graças aos quais Wernher von Braun finalmente realizou o vôo para a Lua.

O senhor critica a "visão de túnel". Por que vive examente aqui nos Alpes bernenses, onde o estreitamento é ainda maior? Lá em cima é mais aberto. Moro em Beatenberg, no lugar mais bonito do mundo. Eu sempre quis viver nas montanhas. Eu amo esta paisagem e a população me acolheu calorosamente. No começo as pessoas eram um pouco fechadas em relação a mim. Por isso, fiz uma palestra gratuita. A sala estava completamente cheia. Eu disse a mim mesmo: seja cauteloso, só não diga nada contra Deus. No final, todos aplaudiram, e eu disse que todos poderiam me tratar por "você". Na manhã seguinte, as crianças que passavam de bicicleta me chamavam: "Olá, Erich!"


Vai comemorar o seu aniversário? Não. Estarei numa turnê de palestras no Leste Europeu. Eu provavelmente vou passar meu aniversário no carro.

Disse certa vez que o maior mistério do mundo ainda é a mulher. Sim, isso nenhum homem entende. As mulheres são realmente seres diferentes.

Extraterrestres?(Risos). Não, as mulheres simplesmente têm uma missão diferente, afinal, elas podem ter filhos. Elas também têm uma carga de hormônios diferente dos homens. Por isso, a sua lógica é diferente da do homem. Nenhuma é melhor do que a outra. Mas esta lógica diferente é razão pela qual nós homens nunca podemos compreender as mulheres.

Há algo em sua vida de que se arrependa? Muitas vezes eu talvez devesse ter calado em vez de dizer algo em voz alta. Mas tais pensamentos de nada adiantam, para fazer algo melhor teríamos de ter o conhecimento do futuro, e isso não se tem.

E o que o senhor ainda quer vivenciar? Eu sempre quis encontrar o Papa. Mas isso provavelmente não vai mais acontecer. E eu gostaria de viajar num submarino americano. E de estar num desses gigantes porta-aviões. Isso são sonhos de menino.

Agrada-lhe o papel de provocador? Na minha área, sim, porque aí eu sei mais do que qualquer outro. De resto, nem tanto.

Através da provocação se chama a atenção. O senhor precisa disso? Eu não procuro essa atenção. Simplesmente é assim. Eu perfuro o espírito do tempo. Pronto, é 16h15, agora ainda posso trabalhar algumas horas.

(**) Entrevista publicada em 14 de abril de 2010, realizada por Sarah Pfäffli e tradução de Geraldo Hoffmann.

 Portal UFO

Erich von Däniken: “O mundo não acaba em 2012″

 

 

 

Erich von Däniken: “O mundo não acaba em 2012″

 

 

 


O jornal digital suíço Swissinfo realizou uma entrevista com o famoso autor e ufólogo (também suíço) Erich Von Däniken, mundialmente conhecido pelo seu livro “Eram os Deuses Astronautas?” A entrevista, juntamente com as perguntas respondidas de alguns internautas foram publicadas ontem (12/07) no site do jornal.
Ao contrário de entrevistas anteriores realizadas pelo mesmo jornal, em que em uma o jornalista parecia mais interessado em enfatizar que um “ex-garçom” sem título acadêmico tinha vendido muitos livros sobre uma teoria arqueológica “excêntrica” , esta nova entrevista está bem mais interessante e mais focada no trabalho atual e opiniões de Erich a respeito de temas da moda como 2012, SETI e a liberação dos arquivos secretos britânicos.
Trago então aqui no InconscienteColetivo a entrevista e as perguntas dos leitores (uma inclusive a respeito de Zecharia Sitchin). Agradeço ao leitor Jeff pela indicação do link!
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O retorno prometido de extraterrestres em 23 de dezembro de 2012? O escritor e ufólogo suíço Erich von Däniken fala sobre esse outros mistérios em entrevista exclusiva à swissinfo.ch

E revela que, em breve, sua obra será filmada por Hollywood em uma trilogia em 3-D, com um ex-James Bond no papel principal.

Erich Uma vida atribulada à caça do desconhecido: Däniken ao completar 75 anos em 2010. (RD Ao receber o jornalista da swissinfo.ch no JungfrauPark em Interlaken, nos Alpes bernenses, um parque temático inspirado no seu trabalho, Erich von Däniken dava uma palestra a um pequeno grupo de vinte pessoas, uma das suas atividades preferidas. Apesar dos 76 anos, ele ainda mostra um vigor excepcional e nem abdica dos cigarros. swissinfo.ch: Como célebre pesquisador de astronautas antigos, o senhor é conhecido mundialmente. Nessa idade, o que lhe motiva a continuar a trabalhar?
Erich von Däniken: O que me impulsiona é a curiosidade. Pode ser que tenha escrito muitos livros e trazido bastantes indícios, mas não tenho ainda nenhuma prova objetiva disso. Nunca encontrei algum objeto originado de uma civilização extraterrestre, mas em algum lugar ele deve estar. Seria bonito se alguém – não precisa ser o Erich von Däniken – encontrar essa prova objetiva.


swissinfo.ch: Em uma antiga entrevista, o senhor declarou ter dois sonhos: encontrar uma cápsula do tempo e cruzar com um disco voador. Falta muito ainda?

E.v.D.: A cápsula do tempo seria a prova exata da existência de extraterrestres. Eu acredito que ela foi deixada há milhares de anos para guardar uma mensagem. E nós é que precisamos encontrá-la. Mas antes disso precisamos procurar e ter as questões: o que estamos procurando? Eu não estou só nessa procura: existem outros também.
Quanto aos Óvnis, nunca vi algum. Porém adoraria ter essa experiência que parece ter ocorrido com outras pessoas. Gostaria de me comunicar com eles e perguntá-los se já estiveram aqui no planeta milhares de anos atrás. Se outros conhecidos deles já vieram e por quê? Também gostaria de saber como começou o universo. Na astrofísica falamos do “Big Bang”. Mas o que existia antes disso? Talvez os extraterrestres saibam a resposta e eu estaria satisfeito.

swissinfo.ch: Há dois anos o governo britânico divulgou seus arquivos secretos sobre Óvnis. O senhor já investigou esse material ou provas fornecidas por terceiros?
E.v.D.: Não. O que eu recebo são quilos e quilos de fotocópias. E nelas encontro muitas vezes o carimbo “top secret” e também as indicações de quando e como. Eu leio as coisas mais malucas nessa área, dos quais muitas ocorreram há décadas. Porém o que é atual, continua sob sigilo.
Eu conheço muito bem o astronauta americano Ed Mitchell. Meses atrás, estávamos sentados juntos discutindo sobre Óvnis. Apesar dele nunca ter visto um, existe o famoso caso “Roswell”. Trata-se de uma cidade no sul dos EUA, onde em 1947 teria caído um OVNI. Ed Mitchell, que vem dessa cidade, me contou que a história realmente ocorreu. O governo americano desmente oficialmente, declarando que foi a queda de um balão ou aparelho militar. Então eu fico entre os dois lados: em quem posso acreditar? Minha tendência é acreditar no Mitchell, pois já encontrei outras pessoas também dessa cidade e que estavam por lá quando o fato ocorreu.

Ed Mitchell

O astronauta Ed Mitchell
swissinfo.ch: No mundo existem potentes sistemas de radiotelescópio como na Rússia, Austrália ou em Porto Rico. O senhor acredita que os governos responsáveis nunca teriam detectado sinais de extraterrestres?



E.v.D.: Oficialmente não. A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) tem um subdepartamento intitulado SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence). Os sistemas de radiotelescópios estão ligados a ele e seu objetivo é identificar esses sinais. Oficialmente até hoje nada foi detectado, nem chiados ou coisa parecida. Mas essa história tem um ponto de interrogação: os pesquisadores do SETI decidiram entre si, o que é provado por um documento oficial, que qualquer um que estiver de serviço no observatório e escutar durante algo artificial, não pode ir ao público diretamente. A exigência é que, primeiramente, uma série de grêmios compostos por representantes do governo e até da religião discutam sobre o fato até decidir se o público deve ser comunicado ou não.
swissinfo.ch: Na palestra o senhor disse que precisamos nos preparar para o primeiro contato com extraterrestres e que isso não será, necessariamente, algo de positivo para a humanidade. Por quê?

E.v.D.: Eu me ocupo de extraterrestres que já estiveram aqui há mais de mil anos. Na época eles eram prestativos. Eram como mestres, que ajudavam a humanidade. Mas quando os extraterrestres retornarem futuramente, não será possível inicialmente saber se serão os mesmos ou, sim, um grupo totalmente diferente. Mas acredito que, se uma civilização é tão adiantada na tecnologia a ponto de ser capaz de superar anos-luz, ela não será supostamente tão primitiva de utilizar métodos de faroeste e atirar contra outras formas inteligentes de vida. Não acredito que isso possa ocorrer, mas sim que serão prestativos. Porém esse contato será um choque para a humanidade.
swissinfo.ch: Pelo medo que causarão?

Temos basicamente no planeta dois grupos de pessoas. Um é religioso e aprendeu que Deus fez tudo: universo, as plantas, os animais, etc. Mas o ápice da criação divina é o ser humano. Já o outro grupo é o lado científico: eles conhecem evolução, as mutações e a seleção. Mas no ápice da espiral evolutiva está o ser humano. Nos dois casos somos os maiores, as melhores coisas que possam existir no universo. De alguma forma não queremos os extraterrestres, pois eles estariam além de nós. É um problema psicológico. Se, de fato, eles vierem, será um choque para a ciência e a religião.
swissinfo.ch: Erich von Däniken se declara crente e até que reza todas as noites. Não é uma contradição para um ufólogo?

E.v.D.: Estou convencido que, há mais de mil anos, extraterrestres estiveram no nosso planeta. Agora é preciso fazer a seguinte pergunta: de onde eles vieram? Alguns dizem que foi de outro sistema solar, mas que antes teriam viajado de outro lugar. Essa pergunta repete-se infinitamente nos últimos milhões de anos. Em algum momento chegamos ao fim dessa corrente e temos de ser mais humildes: aqui está a criação, aqui está Deus. Eu nunca perdi meu Deus. Eu sou uma das poucas pessoas que, até hoje, é extremamente crente e que ainda reza à noite. Não mais como antes. Antes rezava para a Mãe Maria. Hoje rezo para esse grandioso espírito da criação, para o que não conseguimos compreender e analisar. Mas a nossa compreensão nos diz que no início está Deus. Isso a gente não perde ao se ocupar com extraterrestres.
swissinfo.ch: Segundo sua obra, o próximo encontro com os extraterrestres seria em 23 de dezembro de 2012. Isso é verdade?



E.v.D.: Os Maias nos deram uma data: 23 de dezembro de 2012. Além disso, existem os livros maias de Chilam Balam escritos no século 18. Também existem as ruínas maias como Tortuguero, no México. Lá se veem as ruínas de uma pirâmide e, na base, uma inscrição lapidada na pedra. E ao ser decifrada pelos especialistas, ela revela que Bolon Yokte, um deus maia responsável pela criação do planeta, irá descer um dia do céu. Mais embaixo se vê uma data em hieróglifos maias, também decifrada pelos especialistas. Ela dá o dia de 23 de dezembro de 2012.
Assim temos, de fato, nos maias uma data e um nome, que também podem ser encontrados em outros documentos do passado como no Primeiro Livro de Enoque. Mas é preciso dizer que essa data não é correta, pois calculamos de forma errada. A base é o nosso calendário cristão, mas nem os novos cristãos sabiam exatamente quando Jesus nasceu. O que posso dizer é que eles virão, já diziam nossos antepassados.
swissinfo.ch: O senhor assistiu o filme 2012, do diretor alemão Roland Emmerich?

E.v.D.: Achei fantástico o filme, sobretudo pelos seus efeitos especiais. Mas pelo conteúdo trata-se de um monte de besteira. Nos maias não existe em lugar nenhum que o mundo vai acabar no ano de 2012. O que existe é que os deuses irão retornar nesse ano.
swissinfo.ch: É verdade que um dos seus mais conhecido livros – “Eram os Deuses Astronautas?” – será filmado em uma trilogia em 3-D em Hollywood?



E.v.D.: Não se trata do meu primeiro livro (n.r.: lançado em 1968), mas dos temas de Erich von Däniken. O planejado é inicialmente filmar um livro e lançá-lo na primavera de 2013. É um projeto que deve custar 200 milhões de dólares. O ator principal será o Roger Moore (n.r.: ex-James Bond), que encontrei há pouco em Mônaco. Eu até já li o roteiro do filme, mas ressalta que não será um documentário, mas sim um filme de fantasia. Mas ele será tão bem feito, que aqueles que estiveram no nosso planeta há mil anos estarão presentes e também o que estará à caça deles. Será uma história bem excitante, que deve terminar como uma mensagem de paz: não estamos sozinhos no universo e não temos mais razão para brigar. No passado as pessoas sempre fizeram guerras por questões religiosas ou nacionalistas, sempre por questões de teimosia. Frente à presença de extraterrestres, precisamos compreender no planeta que todos somos seres humanos, seja preto ou branco, católicos ou muçulmanos. E agora chega algo de novo sobre nós, algo que vem de fora.

Alexander Thoele, swissinfo.ch

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Leitores questionam Erich von Däniken


Ovni Belga

Legenda: Fotografia de um suposto Óvni na Bélgica, em 1990. (J.S. Henrardi (Wikimedia Commons))
O famoso escritor e ufólogo suíço ainda tem uma legião de admiradores nos países lusófonos. swissinfo.ch pediu aos leitores que enviassem questões. Algumas delas foram selecionadas. E quem responde é Erich von Däniken, pessoalmente.
As questões foram enviadas por e-mail ou através da rede social Facebook.
swissinfo.ch: O senhor conhece a obra de Zecharia Sitchin sobre os deuses sumérios Annunakis? (Pergunta de Alan Eric, Niterói, Brasil)

E.v.D.: Por muito tempo eu e o Zecharia Sitchin fomos bons amigos. Ele é um orientalista que conseguia decifrar a escrita cuneiforme dos sumérios. Ele escreveu uma longa séria de fantásticos livros e que tinham um tom parecido com os meus. Ele também diz que extraterrestres estiveram por aqui e deixaram pistas. Ele chama os extraterrestres de Annunaki. E, em um dos seus livros, ele afirma que Annunaki teria vindo de um planeta que pertence ao nosso sistema solar, mas que teria uma órbita de três mil e seiscentos anos, ou seja, o tempo que leva para passar pelo interior do nosso sistema. Essa ideia não considero muito boa, pois a astronomia nunca descobriu esse planeta. Não concordamos em algumas coisas, mas temos bastantes pontos em comum. Ele faleceu há pouco tempo.
swissinfo.ch: O senhor pensa que os “deuses” do passado retornarão um dia ao nosso planeta e irão nos “julgar”? (Pergunta de Raineri Silva, Paranavaí, Brasil)



E.v.D.: No passado, há milhares de anos, os nossos antepassados eram homens da Idade da Pedra. De um ponto de vista tecnológico éramos primitivos. Foi quando chegaram os extraterrestres e esses nossos antepassados não compreenderam. Erroneamente eles achavam que os extraterrestres eram deuses. Mas nós sabemos que não existem deuses. Existe apenas Deus, o grandioso espírito da criação como costumo dizer. Assim os deuses entraram nas lendas, nos mitos e, em parte, até nas antigas religiões e até na nossa, judaico-cristã. Na Bíblia encontramos várias descrições como, por exemplo, em Ezequiel: o do veículo que desce das nuvens. Encontramos descrições no profeta Enoque, em Abraão e outros. Esses chamados “deuses” irão retornar um dia, pois os prometeram. As pessoas perguntaram quando, e eles não eram capazes de respondê-los com exatidão já que estamos falando aqui de distâncias enormes em anos-luz. Nesse reencontro haverá um grande choque, mas não acredito que os extraterrestres serão malignos. O chamado “Juízo Final” irá ocorrer na Terra, pois as pessoas irão descobrir que, por milhares de anos, acreditavam em inverdades. Será o “Juízo Final” da consciência, na verdade, e não um onde o mundo termina.

swissinfo.ch: Os maias, egípcios e incas receberam ajuda externa para construir suas obras? (Pergunta de Alex Romildo, Brasil)



E.v.D.: Esses povos antigos construíram obras gigantescas. Eu penso nas belas pirâmides, templos e outras. A ciência diz que eles o fizeram para os deuses. Agora eu pergunto: para que deuses? Normalmente a ciência diz que eram os deuses da natureza, pois as pessoas não entendiam o que era um raio, trovão ou terremotos e, portanto, acreditavam serem essas forças divinas. Elas também não entendiam as estrelas, a lua ou um eclipse. Até aí tudo bem. Mas então eu digo: a natureza não fala e, em vários documentos históricos, os deuses falam. Por exemplo, eles deram instruções especiais para a criação de calendários, onde a Terra gira em torno do Sol em 365 dias. E para todas essas informações fornecidas não temos forças naturais. As pessoas eram informadas por povos estranhos que eles chamavam de deuses. E para voltar às pirâmides, é óbvio que elas foram construídas por seres humanos e não extraterrestres. Porém a tecnologia foi trazida de fora. Quéops, construtor da grande pirâmide há 2.500 anos antes do nascimento de Cristo: seu pai era Snefru, que praticamente saiu da Idade da Pedra. Falta o tempo necessário para uma evolução da tecnologia que permitisse construir uma obra nessas dimensões. Sou da opinião que as pessoas daquela época receberam ajuda externa, talvez ferramentas ou instrumentos de medida.
swissinfo.ch: Será que o senhor imaginou que essas civilizações extraterrestres não poderiam ter tido origem aqui mesmo no nosso planeta, antes da história conhecida? (Pergunta de Amnyoteph, Brasil)

E.v.D.: Não é possível descartar completamente esta hipótese. Na arqueologia e tecnologia houve evoluções. Nossos antepassados, por exemplo, aprenderam a milhares de anos a fabricar flechas e arcos, ou como polir pedras. Eles também aprenderam como transportar grandes blocos de pedra ou construir casa. Há mil anos não tínhamos alta tecnologia no planeta. Nos textos históricos ela existia, mas pertencia aos deuses e não os seres humanos. Eu não acredito que tínhamos no passado uma cultura elevada originada dos seres humanos, mas talvez dos extraterrestres.

Revista Digital. Incosciente Coletivo. Net






sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Conheça quatro mitos sobre o funcionamento do cérebro humano

Conheça quatro mitos sobre o funcionamento do cérebro humano


Cérebo. SPL
'Usamos muito mais do que 10% do cérebro', diz especialista
O cérebro humano é um dos organismos mais complexos do universo e apesar dos esforços dos cientistas, a massa cinzenta que habita nossas cabeças ainda guarda muitos mistérios.
Nos parágrafos a seguir, especialistas ouvidos pela BBC tentam, porém, romper com alguns mitos e inverdades a respeito do cérebro humano e do seu funcionamento.

"Usamos apenas 10% de nosso cérebro"

Foi na década de 1970, quando estava na escola, que ouvi dizer, pela primeira vez, que nós usamos apenas 10% dos nossos cérebros.
"Que incrível", pensei. "Talvez haja uma maneira de conseguir acessar aqueles 90% de capacidade cerebral não utilizada. E o que não poderia ser feito com toda a minha massa cinzenta em ação?"
A ideia é absurda. Hoje, avanços em técnicas de mapeamento da atividade cerebral podem provar isso.
"(Exames) funcionais de imagem demonstraram que há poucas partes do cérebro que não podem ser ativadas por algo", disse a professora Sophie Scott, do Institute of Cognitive Science do University College, London.
Mesmo fazendo algo simples, como fechando nossas mãos, usamos muito mais do que 10% do cérebro. Um exame funcional revela que vastas quantidades de células do cérebro entram em ação enquanto planejam e iniciam a contração dos músculos nos dedos e na palma.

"O cérebro tem um lado 'lógico' e um lado 'criativo'"

Anatomicamente, o cérebro está dividido em duas metades - o hemisfério esquerdo e o direito. Existe uma certa divisão de trabalho entre elas.
"Existem grandes diferenças entre os lados esquerdo e direito do cérebro", diz Scott.
"Mas não é o que as pessoas querem dizer quando usam esses termos no discurso comum".
Lendo livros de auto-ajuda e cursos de administração de empresas, você fica com uma noção de que os dois hemisférios são entidades separadas.
O esquerdo tende a ser mostrado como a morada da lógica e da racionalidade. O direito tende a ser descrito como a fonte da intuição e da criatividade. Portanto, se você é uma pessoa lógica, usa mais o lado esquerdo. Se você é do tipo sensível e artístico, usa mais o lado direito.
De acordo com o mito, todos nós seríamos mais bem sucedidos e realizados se aprendêssemos a explorar o potencial total de ambos os hemisférios.
Scott diz que há diferenças na forma como indivíduos lidam com problemas e refletem sobre o mundo, mas isso não tem nada a ver com as diferentes relações de poder entre os dois hemisférios de seu cérebro.
"Algumas pessoas têm ótima capacidade de imaginação visual. Algumas têm boa imaginação auditiva. Existem muitas variações na forma como recebemos informações e as processamos.
Cérebro. SPL
Diferente do mito, os dois hemisférios do cérebro trabalham em conjunto, e não separados
"Mas reduzir isso a cérebro esquerdo 'lógico' e cérebro direito 'criativo' não reflete o que vemos no funcionamento do cérebro. Além disso, isso sugere que você poderia estar usando um hemisfério mais do que o outro e não é assim que funciona".
Os dois hemisférios se comunicam e trabalham juntos por meio de uma rede complexa de cabos fibrosos conhecida como o corpo caloso, ela explica. Eles são complementares e trabalham juntos.

"Lua cheia influi comportamento"

Segundo a crença popular, a lua cheia está associada à insanidade - daí viria a palavra lunático. Entretanto, quando psicólogos e estatísticos estudaram o assunto, não conseguiram a influência da Lua sobre o cérebro humano e o comportamento.
Ou seja, não existe evidência de que haja uma relação entre a ocorrência da lua cheia e acontecimentos como assaltos, prisões, suicídios, chamadas para números de emergência, internações psiquiátricas, envenenamentos e acidentes de automóvel.
Eric Chudler, responsável por vários estudos sobre o assunto, disse: "A maioria das informações - e houve muitos estudos - indica que não existe uma associação entre a fase da Lua e quaisquer desses comportamentos anormais".
Muitos dos que acreditam no mito da lua cheia são policiais ou profissionais de saúde, profissionais que frequentemente presenciam acontecimentos perturbadores.
Chudler sugere que quando esses eventos traumáticos ocorrem, pessoas nessas profissões estão mais inclinadas a notar lua cheia brilhando no céu do que as mais modestas luas crescentes ou meias luas.
Como resultado, eles apenas fazem associações entre fase da Lua e incidentes anômalos quando a Lua está em sua fase mais óbvia e simbolicamente significativa.

"Ouvir Mozart torna você mais inteligente"

O compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart é central a uma teoria que floresceu na década de 1990 e que levou muitos a acreditar que tocar peças do músico para crianças melhoraria o desenvolvimento de seus cérebros, tornando-as mais inteligentes.
Muitas vezes, mitos são criados com base em fatos reais. Este em particular teve origem em um estudo publicado pela revista científica Nature em 1993. A pesquisa descreveu um experimento no qual estudantes de uma universidade na Califórnia realizaram uma série de tarefas.
Os voluntários que ouviram uma peça de Mozart antes de fazer os testes se saíram um pouco melhor do que os que ouviram músicas para relaxamento ou não ouviram nada.
O efeito positivo da sonata de Mozart sobre o desempenho dos estudantes desapareceu após cerca de 15 minutos.
Dois anos mais tarde, a mídia havia transformado as observações do estudo em uma teoria segundo a qual tocar Mozart para crianças jovens melhorava sua inteligência.
Empresas começaram a vender CDs do gênio austríaco a famílias com crianças. Em 1998, nos Estados Unidos, o Estado da Geórgia distribuiu CDs de Mozart para mães com bebês recém-nascidos.
Alguns criaram teorias de que as estruturas musicais das composições de Mozart exerciam uma influência biológica sobre as conexões nervosas do cérebro.
Em estudos posteriores, a verdade acabou se mostrando bem mais prosaica:
Especialistas concluíram que qualquer música estimulante tocada antes de uma série de exercícios mentais torna você mais alerta e entusiasmado, então seu desempenho melhora.


BBC Brasil

Estudo alerta para perigo de doses acima do recomendado de paracetamol

Estudo alerta para perigo de doses acima do recomendado de paracetamol


Comprimidos (arquivo/BBC)
Doses um pouco acima do permitido causam danos maiores
Consumir uma dose um pouco acima da recomendada do analgésico paracetamol por um longo período de tempo - mesmo que apenas por uma questão de dias - pode causar graves danos à saúde, de acordo com pesquisadores britânicos.
Cientistas da Universidade de Edimburgo analisaram 161 casos do que chamaram de "overdose escalonada" durante um período de seis anos.
Os pesquisadores descobriram que muitas pessoas que usam os comprimidos contra dor não percebem quando tomam mais do que o permitido e não se dão conta dos danos causados pelo consumo excessivo do remédio ao fígado.
Segundo os pesquisadores, este problema geralmente também não é detectado pelos médicos no início, pois os exames de sangue não indicam níveis excessivos de paracetamol após a ingestão inicial superior à indicada.
O estudo, publicada na revista British Journal of Clinical Pharmacology, sugere que os efeitos para a saúde de overdoses escalonadas - mesmo que modestas - de paracetamol são mais graves do que uma única overdose com grande quantidades de comprimidos.

Fígado

Kenneth Simpson e sua equipe analisaram os registros médicos de 663 pacientes que foram encaminhados para a Unidade Escocesa de Transplante de Fígado, no hospital da Universidade de Edimburgo, devido a problemas do fígado induzidos por paracetamol.
Os 161 casos que tiveram a overdose escalonada tinham mais chances de desenvolver problemas no fígado e cérebro e de precisar de diálise ou ajuda para respirar. Eles também tinham mais chances de morrer devido a estas complicações.
"Eles não tomaram overdoses grandes e únicas, aquelas que ocorrem em um único momento, tomadas por pessoas que tentam cometer suicídio, mas no decorrer do tempo o dano se acumula e o efeito pode ser fatal", disse Simpson.
Para o professor Roger Knaggs, da Royal Pharmaceutical Society da Grã-Bretanha, o estudo indica que "se você tomar mais paracetamol do que o recomendado, você não vai melhorar o controle da dor, mas poderá prejudicar sua saúde".
"Se as pessoas estão sentindo dor e o paracetamol não ajuda, ao invés de pensar em aumentar a dose, eles devem consultar o farmacêutico para outro tipo de controle da dor ou consultar alguém que possa ajudar (a entender) a causa da dor", disse.


BBC Brasil

Cientistas testam lentes de contato com projeção holográfica

Cientistas testam lentes de contato com projeção holográfica


Lente projetaria imagens e informação em frente ao usuário
Uma nova geração de lentes de contato capazes de projetar imagens na frente do usuário está um passo mais perto da realidade, depois que os cientistas testaram com sucesso o aparelho em animais.
A tecnologia permitiria a leitura de textos, como emails, através de projeções holográficas, assim como o aperfeiçoamento da visão através de imagens geradas por computador.
Os pesquisadores das Universidades de Washington, nos EUA, e de Aalto, na Finlândia, responsáveis por desenvolver a lente biônica, dizem que os primeiros testes, realizados com coelhos, não registraram efeitos adversos evidentes da invenção.
Incrementada através da implantação de centenas de pixels (o menor elemento de uma imagem digital), a lente poderia ser usada por motoristas para ver mapas através de realidade virtual, ou checar a velocidade do seu carro projetada no pára-brisa.
Na mesma linha, as lentes poderiam elevar o mundo virtual de um vídeo game a um nível totalmente novo.
Em outro tipo de uso, os instrumentos podem ser conectados a biossensores no corpo do usuário e prover informações, por exemplo, sobre o nível de açúcar no sangue.

Desenvolvimento

O produto final ainda precisa ser aperfeiçoado em relação ao protótipo, como a questão de uma fonte de energia confiável. Atualmente, a lente só funciona em um raio de poucos centímetros da bateria sem fio.
Além disso, os microcircuitos do equipamento possibilitam apenas um diodo emissor de luz (LED, na sigla em inglês), o tipo de tecnologia usada em computadores que transforma energia elétrica em luz.
Apesar das limitações, os cientistas reforçaram seu otimismo em relação ao experimento em um artigo na revista científica Journal of Micromechanics and Microengineering.
O coordenador das pesquisas, professor Babak Praviz, disse que o grupo já conseguiu superar um importante obstáculo, o de adaptar a lente para permitir ao olho humano focalizar um objeto gerado na sua superfície.
Normalmente, conseguimos ver com clareza apenas os objetos localizados a vários centímetros de distância.
"O próximo passo é acrescentar textos pré-determinados nas lentes de contato", disse o cientista.

Material delicado

Segundo os pesquisadores, um dos maiores desafios na fabricação da lente foi trabalhar com os materiais adequados.
Enquanto os materiais usados em uma lente tradicional são delicados, a fabricação de circuitos elétricos envolve materiais inorgânicos, altas temperaturas e produtos químicos tóxicos.
Os circuitos deste protótipo foram feitos com uma camada de metal da espessura de apenas alguns nanômetros – cerca de um milésimo do cabelo humano –, com LEDs medindo apenas um terço de milímetro.
Babak Praviz diz que equipe não é a única a desenvolver esse tipo de tecnologia.
A companhia suíça Sensimed já pôs no mercado lentes de contato inteligentes que usam tecnologia de informática para monitorar a pressão dentro do olho a fim de identificar condições para glaucoma.

BBC Brasil

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

AAlimentos integrais e fibras reduzem risco de câncer no intestino, diz estudo

Alimentos integrais e fibras reduzem risco de câncer no intestino, diz estudo


Cereais (Arquivo/PA)
Cientistas já sabiam dos benefícios de cereais na proteção contra problemas cardiovasculares
Um estudo realizado por pesquisadores da Grã-Bretanha e da Holanda sugere que o consumo de mais cereais e grãos integrais pode reduzir o risco de câncer colorretal, ou câncer do intestino grosso.
Segundo os cientistas do Imperial College de Londres, para cada dez gramas de aumento no consumo de fibras, ocorreu uma queda de 10% no risco deste tipo de câncer
Já se sabia que o consumo destes alimentos ajuda a proteger contra problemas cardiovasculares, mas os especialistas afirmam que qualquer ligação com câncer colorretal era menos clara, pois as pesquisas não tinham dado resultados consistentes.
Os cientistas britânicos e holandeses analisaram 25 estudos relativos ao assunto, que envolveram cerca de 2 milhões de pessoas, e concluíram que o consumo de alimentos como arroz integral, aveia e outros cereais são os responsáveis por esta diminuição de risco.
Dagfinn Aune, uma das autoras do estudo e pesquisadora associada no Departamento de Epidemiologia e Bioestatísticas do Imperial College, afirmou que a análise realizada ajudou a encontrar uma associação linear entre a fibra na dieta e o câncer colorretal.
"Quanto mais fibras como estas você come, melhor é. Até quantidades menores tem algum efeito", afirma.
O estudo foi publicado na revista especializada British Medical Journal.

Outros benefícios

Os pesquisadores informaram que a adição de 90 gramas por dia de grãos integrais na dieta está ligada a uma redução de 20% no risco de câncer colorretal.
Eles dizem ainda que os benefícios para saúde do consumo destes grãos não se limitam apenas à diminuição do risco deste tipo específico de câncer.
"Também pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, excesso de peso e obesidade e, possivelmente, mortalidade geral", afirmaram.
No entanto, o último estudo afirma que não há provas de que as fibras presentes em frutas ou vegetais tenham a mesma importância neste resultado.
Uma pesquisa anterior que mostrou a redução do risco devido ao alto consumo de frutas e vegetais sugere que outros compostos presentes nas frutas, ao invés das fibras, podem ser os responsáveis.
Yinka Ebo, da organização de caridade britânica de combate ao câncer Cancer Research UK, afirmou que esta pesquisa dá mais credibilidade às afirmações de que fibras protegem contra o câncer no intestino.
"Comer fibras é apenas uma das muitas coisas que você pode fazer para diminuir o risco de desenvolver a doença, junto com manter um peso saudável, uma vida ativa, diminuir o consumo de álcool, de carne vermelha e industrializada, e não fumar", afirmou.
BBC Brasil

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Vá para perto dos anjos, fique longe dos vampiros

Vá para perto dos anjos, fique longe dos vampiros
Dezenas de pessoas fazem parte de nosso dia a dia. O convívio com elas, porém, nem sempre é fácil. Há relações que nos dão prazer e alegria. Outras são um verdadeiro tormento. Mas sempre podemos escolher nossos relacionamentos ou dar um melhor rumo a eles. Depende apenas de nós

" Ninguém vive sozinho", quantas vezes você já ouviu isso? Centenas? Milhares? De fato, homem algum é uma ilha, mas é exatamente do convívio humano que nascem as grandes alegrias (e também os maiores sofrimentos). Tudo depende do tipo de pessoa e do relacionamento que se mantém com ela. Há indivíduos vampirescos.
Sugam tanto a nossa energia que depois de um bate-papo com eles mais parecemos um zumbi. Há também pessoas legais, bem resolvidas emocionalmente e positivas, que sempre nos inspiram a melhorar. Enfim, há gente de todo tipo no mundo, como você vai constatar a seguir. Não se esqueça, porém, que no seu mundo só entra quem você quiser. Um lembrete: não seja extremamente rigoroso em sua seleção, porque senão você corre o risco de ficar sozinho.
Pense bem, quando você envelhecer, o que realmente terá valido a pena em sua vida? O fato de ter se aposentado em um cargo e com um salário bem bacanas? Ter guardado muita grana para desfrutar de uma velhice em paz? Ter um carro que custa mais de R$ 300 mil? Ter sido um verdadeiro dom-juan ao longo de sua jornada, seduzindo a todos aqueles que ousaram cruzar o seu caminho? Provavelmente, nada disso terá a menor importância.
Quando você olhar para trás fazendo um balanço da sua vida, pode ter certeza de que todas as suas melhores lembranças apenas se tornaram especiais porque foram vividas ao lado de uma pessoa querida. É isso: são as pessoas que convivem conosco e que fazem parte de nossa intimidade que criam os nossos momentos memoráveis, tornando o nosso dia a dia mais leve. São as pessoas e o tipo de relação que mantemos com elas - e esses são os únicos motivos - que podem tornar a nossa vida plena.
Atualmente, todos vivem superocupados e as cidades são grandes demais para permitir que as pessoas gastem um pouco de seu tempo e de sua energia para investir em novas conexões com outros indivíduos em um nível menos superficial. As pessoas estão tão empenhadas em viver sua vida que acabam totalmente desconectadas das outras, mesmo daquelas que lhes são mais próximas e com quem convivem. Você não é uma exceção. Como todo mundo, também perde a oportunidade de experimentar um relacionamento que toque o seu coração, fazendo você se sentir eternamente grato simplesmente pela presença de uma determinada pessoa em sua vida.
A base da criação de uma comunidade, no entanto, é a qualidade das relações estabelecidas entre as pessoas que a integram. Em um relacionamento de qualidade, você se sente apoiado, inspirado e é desafiado a dar o melhor de si. Em geral, em seu processo de crescimento pessoal, você tenta naturalmente se relacionar com pessoas positivas, a fim de construir uma relação mais profunda e que envolva uma troca saudável de sentimentos. Muitas vezes, contudo, ocorre exatamente o contrário: algumas das pessoas ao seu redor são verdadeiros vampiros e sugam toda a sua energia, fazendo você se sentir inadequado, desmotivado e também angustiado.
Dentro dessa perspectiva, como você pode avaliar o seu sistema de relações e corrigir as dificuldades, os deslizes do outro e os seus também? Em um relacionamento, como pode consertar tudo aquilo que torna o convívio a dois cansativo e desgastado, melhorando a qualidade dos seus relacionamentos? Essa análise é complexa e envolve muitos fatores objetivos e subjetivos, que não podem ser avaliados de modo superficial. Como você terá de partir de algum ponto, o primeiro passo é verificar, em seu círculo de relacionamentos, se você criou relações que sugam a sua energia ou que o satisfazem. Então, mãos à obra!
Alguns pessoas não acrescentam nada ao outro. Ao contrário, só o fazem se sentir mal, tornando a convivência um pesado fardo. Confira abaixo os tipos mais comuns:
O acusador - é uma pessoa que constantemente o culpa ou a qualquer outra pessoa pelos seus problemas. Em vez de assumir a responsabilidade pela sua vida, prefere culpar os outros.
O reclamão - se lamenta o tempo todo, reclama muito e vive dizendo que tudo está errado com ele. No entanto, não faz nada para encarar os problemas de frente e modificar a sua vida. Como ouvinte, você percebe que rapidamente suas energias são consumidas. Esse tipo de pessoa obtém energia a partir das reclamações e das frustrações que descarrega em você.
O RECLAMÃO SE LAMENTA O TEMPO TODO, RECLAMA MUITO E VIVE DIZENDO QUE TUDO ESTÁ ERRADO COM ELE, MAS NÃO FAZ NADA PARA MODIFICAR A SUA VIDA
O sanguessuga - é uma pessoa que sempre precisa de algo, de alguma ajuda, de uma sugestão, de uma informação, de qualquer outra coisa. E, como vive num estado de "eterna necessidade", as conversas sempre giram em torno dele, deixando a sensação quase física de que ele está o sugando.
O crítico - é uma pessoa perigosa e que sempre o deixa temeroso. Com as suas constantes repreensões e críticas, faz você se sentir péssimo e desconfortável, expondo você e suas ideias ao ridículo na frente dos outros. Frequentemente demonstra não ter consciência de limites. Para piorar, tenta convencê-lo de que as críticas que faz são para o seu bem.
O do contra - esse tipo ameniza ou desafia qualquer coisa que se diga. Tem uma necessidade evidente de ter sempre razão e pode encontrar falhas em qualquer posição ou opinião. É muito cansativo manter uma conversa com ele, pois, no final, não haverá um diálogo, mas apenas um monólogo, no qual a sua tarefa se resumirá somente a ouvi-lo.
O fofoqueiro - é aquela pessoa que passa o tempo falando dos outros pelas costas. Extrai energia daqueles que o cercam usando fatos do que acontece na rua, na praça e em qualquer outro lugar para contar (e aumentar) histórias, opiniões e até os mais recentes escândalos. Ao fazer constantemente fofocas, gera uma enorme insegurança na relação de vocês e na que mantém com os outros, independentemente de perceber isso ou não. Depois de tudo, passa a falar de qualquer outra pessoa, até mesmo de você.
Se você deseja viver bem, não deve tolerar nem um tipo desses relacionamentos. Em vez deles, deve se cercar de pessoas que possam melhorar a sua qualidade de vida de um modo positivo, pessoas que lhe tragam alegria e satisfação, recarregando as suas baterias. Veja como elas são:
O proativo - está num processo de desenvolvimento pessoal e tenta melhorar a própria vida.
O elogiador - constantemente elogia e dá valor à pessoa com quem se relaciona, valorizando os seus talentos, a sua família e os seus pontos fortes.
O comunicativo - é uma pessoa que assumiu o compromisso de se comunicar de forma respeitosa e não defensiva. Prefere modos de comunicação que aproximam a pessoa em vez de distanciá-la.
O cuidadoso - presta atenção a tudo aquilo que você diz, sem ser crítico, e é consciente daquilo que você precisa para se sentir seguro.
O honesto - é uma pessoa inteiramente dedicada à integridade e à verdade.
O responsável - assume a plena responsabilidade de sua parte na relação e está sempre disponível para reconhecer e gerenciar a necessidade de crescimento da outra pessoa.
Uma vez que as relações que implicam sentimento necessitam de um investimento de tempo e de energia, o melhor a fazer é escolher sabiamente as pessoas com quem você passará o seu tempo. Opte por aqueles relacionamentos que o ajudem em seus objetivos, sendo verdadeiras fontes de inspiração para você.
Para se relacionar com pessoas desse tipo, avalie, uma a uma, aquelas que fazem parte do seu círculo de amizades. Faça sempre os questionamentos:
"Sou capaz de ser eu mesmo ao lado dessa pessoa?"

"Me sinto aceito?"


"Essa pessoa tem uma atitude crítica em relação a mim? Ela me faz sentir julgado?"


"Sinto-me cheio de energia quando estou ao lado dessa pessoa? Ou ela me faz sentir diminuído e esgotado?"


"Essa pessoa compartilha dos meus valores? Tem o meu nível de integridade?"


"Essa pessoa está comprometida com a nossa relação?"


"Me sinto bem ao lado dela?"
O ideal é você ter relacionamentos de qualidade com pessoas que o incentivem, que constantemente o desafiem a ser melhor, que estejam sempre dispostas a fazer e a dar seu melhor para manter o relacionamento com você.
Para começar a construir relações que toquem seu coração, faça uma espécie de inventário das pessoas com as quais convive. Isso ajudará a identificar as pessoas das quais você prefere se manter distanciado, aquelas com as quais pretende se aproximar e conhecer melhor e aquelas que pretende convidar para fazer parte de seu círculo. Também não se esqueça de se autoanalisar, reconhecendo os seus defeitos e procurando se melhorar. Afinal, você também pode estar sendo um "vampirão" e sempre dá tempo para mudar. Boa sorte!
Equipe Planeta

A construção da a felicidade

A construção da a felicidade
Não vemos as coisas como elas são - vemos as coisas como nós somos. Alcançar a felicidade requer a superação dessas limitações sem transgredir os próprios valores e posicionamentos

Dulce Magalhães*
De onde vem essa cegueira eterna que nos faz lidar com o novo usando os velhos padrões? Estamos reduzindo as possibilidades de nossa vida e limitando o potencial de nossa obra pela dificuldade de nos abrirmos verdadeiramente para o horizonte mais amplo do novo. Os padrões que formatam nosso olhar sobre a existência também criam uma cortina de fumaça que nos ilude e confunde nossas percepções.
Albert Einstein nos ensina que “não é possível resolver os problemas no mesmo nível de consciência que os criou”. É preciso transcender o estado do pensamento e da percepção que gerou determinada situação ou relação e funcionar em um estado mais amplo e, portanto, mais cheio de possibilidades.
A forma como enxergamos a realidade é que a modela. Vivemos dentro dos limites de nosso olhar, de nossa percepção. Cada um de nós modelou uma lente, uma forma de ver a realidade, ou o que a ciência chama de paradigma. Essa formatação não é a verdade – é apenas um modelo pessoal da verdade. Sendo assim, é preciso que estejamos atentos à possibilidade de ver outras formas, outros modelos de mundo.
Estado tão ambicionado quanto fugidio, a felicidade é assunto de permanente interesse em qualquer latitude. Ao lado da espiritualidade, das relações interpessoais saudáveis, da ecologia e da cultura, ela figura entre os temas de destaque do VII Congresso Transpessoal Internacional, promovido pela Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal (Alubrat) em Águas de Lindoia (SP) entre 4 e 7 de setembro. Uma das palestrantes do evento, a educadora e escritora Dulce Magalhães, mostra a seguir que chegar à felicidade envolve necessariamente uma grande transformação interior.

Não há perda, desafio, problema ou circunstância com a qual não possamos lidar. Tudo pode ser integrado em novos níveis de consciência e, dessa forma, somos capazes de transcender o desafio sem transgredir nossos valores e posicionamentos. Aliás, só estaremos resolvendo verdadeiramente uma questão se estivermos em alinhamento com nossa própria consciência e guiados por nossos valores mais caros.
A construção da a felicidade
Não vemos as coisas como elas são - vemos as coisas como nós somos. Alcançar a felicidade requer a superação dessas limitações sem transgredir os próprios valores e posicionamentos

Dulce Magalhães*
Há muitas outras formas de perceber a mesma realidade, além daquela que estamos usando. E nenhuma delas será mais vantajosa do que a alternativa da felicidade. Estar em perfeita integração consigo mesmo, em sintonia com valores coletivos de fraternidade, liberdade e igualdade, sermos inspirados por ícones que buscam elevar a consciência individual e planetária. A felicidade é a criação de um cosmos dentro do caos.
A separação entre a causa e o efeito, entre indivíduos ou entre perspectivas é ilusória. Tudo está interligado e funcionando em uma grande e harmoniosa intenção correta. Por vezes somos incapazes de percebê-la, mas o tempo, o grande curador de todas as feridas, sempre revela que nada está sem sentido e nenhuma ação é desconectada da fonte.
É preciso transpirar uma nova realidade para poder vivenciá-la. Enquanto não nos posicionarmos e não fizermos a escolha, viveremos no mundo que não escolhemos nem desejamos. Este é um momento de con-vocação, de re-união, de re-construção. O chamado já está sendo feito; que possamos atendê-lo e nos seja dado o privilégio de nos tornarmos a mudança que queremos ver no mundo, como nos ensinou Mahatma Gandhi.
Tempo de crisálida
É preciso deixar morrer. É preciso aprender a liberar o que já não é mais. Há partes de nós que resistem, apesar de obsoletas. Que certezas carregamos sem questionar? Onde estão nossas dificuldades de aceitação que não nos permitem sair do sofrimento?
Há tempo para tudo na vida. Mas é preciso deixar morrer a lagarta. A semente do que fomos e as ilusões nas quais construímos nossa visão de mundo foram uma etapa necessária da existência, mas chega o momento da transformação. Aquilo que era bom não representa mais o futuro.
A segurança não pode ser medida pela convicção, mas pela habilidade de duvidar e, mesmo assim, ser capaz de seguir em frente. A lagarta é a promessa do que podemos nos tornar; contudo, não é a experiência completa nem um fim em si mesma. É uma etapa inicial, acertadamente percorrida. A infância da vida, o desabrochar da inocência, a experimentação da realidade.
Então há o momento de deixar a lagarta morrer. Esse é o tempo da crisálida. Quando saímos das certezas aprendidas para as verdades elementares. Introjetamos a experiência e repassamos a vida pelo crivo caloroso da essência. Existe alegria, júbilo nessa vivência, pois não há nada melhor do que renascer. Nascer pode não ser uma escolha, mas renascer é fruto da consciência que acorda e deixa morrer aquilo que não vive mais.
Claro que, como qualquer das passagens da existência, tornar-se crisálida não é uma experiência isenta de tumulto. Há estertores da antiga lagarta que resiste em desaparecer, sem compreender que de fato se transforma em algo maior e melhor. A crisálida contém a lagarta, mas vai muito além dela.Essa interiorização a que a crisálida convida é um estado reflexivo, de harmonização entre o ser e o fazer, entre o desejo e o destino. É a edificação da consciência em estado de maturidade. É, ao mesmo tempo, um estado de insensatez, de loucura, de fazer coisas inesperadas, fora do senso comum. É preciso muita maturidade para enlouquecer de forma sensata.



Dulce Magalhães*
Loucura mesmo é permanecer lagarta. Arrastar- se por aí, sem perceber a magnificência da vida. Acordar e dormir sem perceber que o tempo entre esses dois momentos é o mais significativo. Não será em nenhum outro dia, nenhum outro momento e nenhum outro lugar. Especialmente, não precisamos ser outra pessoa para nos transformarmos. O ser que somos já basta. É preciso lembrar que a lagarta é semente e que a experiência acumulada é a matéria-prima na qual podemos construir o casulo que vai abrigar a crisálida.
É tempo de se voltar para o interior, a essência. Um momento de recolhimento das distrações do mundo. O sabático do cotidiano. Na aparência, aos olhos apenas focados no exterior, a crisálida é um casulo de morte. É o fim da lagarta e nada mais se vê. Não há beleza nem movimento, nenhum tipo de ação. É o fim de um ciclo, mas não se pode adivinhar o que virá daí. É preciso aprender a confiar no fluxo, acreditar no sábio processo da natureza, que fará revelar aquilo que pode ser.
Muitos obser vadores desavisados vão condenar a crisálida. Vão apontar suas deficiências, suas perdas, suas dificuldades, sua fragilidade. Contudo, não se pode confiar na impressão das outras lagartas. Cada uma delas também haverá de experimentar o mesmo processo, cada uma a seu modo, porém lagartas não estão prontas para compreender a crisálida.
O que é uma aparente deficiência pode ser, de fato, um redimensionamento da experiência de existir. O que é percebido como perda pode, na verdade, ser um desapego libertador. As dificuldades nada mais são do que a consciência em pleno exercício, percebendo mais e, portanto, experimentando coisas e situações novas. É do falsamente frágil que surge a força, o vigor, a vida.
Por falta de experimentação, o vocabulário das lagartas condena a experiência de crisálida. A resistência se organiza, a crítica se intensifica, mas o processo não pode mais ser interrompido. Uma vez que a lagarta comece a se transformar, já não há mais volta. E é desse recolhimento, dessa autoimolação do passado que surgirão as condições para o desabrochar de uma nova experiência, mais ampla, mais rica, além de qualquer aspiração.
Da antiga lagarta se tem a experiência do corpo. Dos desafios vividos nascem as antenas da percepção. Da entrega surgem o veludo e as cores. O ser se apresenta além das restrições e, de par em par, desdobra suas asas e se permite voar para esse lugar mítico chamado felicidade. É para lá que estamos todos fadados a seguir.

* Dulce Magalhães,
Ph.D. em filosofia pela Universidade Colúmbia, mestre em comunicação empresarial pela Universidade de Londres e membro do conselho gestor da Unipaz SC, foi eleita uma das 100 Lideranças da Paz no mundo pela Geneve for Peace Foundation. Revista planeta