sábado, 20 de julho de 2013

Exame de sangue poderá prever taxa de envelhecimento, diz estudo

Exame de sangue poderá prever taxa de envelhecimento, diz estudo





Exame de sangue (AP/Arquivo)
No futuro, exame de sangue poderá prever envelhecimento
Cientistas britânicos do King's College acreditam que um simples exame de sangue poderá prever o grau de envelhecimento de uma pessoa no futuro.
Os pesquisadores descobriram que as "impressões digitais" químicas no sangue, conhecidas como metabólitos, deixadas como resultado de mudanças moleculares ainda antes do nascimento ou durante a infância, podem fornecer pistas sobre o estado geral de saúde no longo prazo e também sobre a taxa de envelhecimento.
Ao estudar gêmeos, os cientistas encontraram um grupo de 22 metabólitos ligados ao envelhecimento. Um destes, considerado como uma nova descoberta, está ligado a traços como função pulmonar, densidade mineral dos ossos e também fortemente ligado ao peso no momento do nascimento, um fator conhecido que determina a saúde durante o envelhecimento.
Segundo os pesquisadores, os níveis deste novo metabólito, que podem ser determinados ainda na gravidez e afetados pela nutrição durante o desenvolvimento da criança, podem refletir um envelhecimento acelerado.
De acordo com os cientistas, no futuro será possível identificar estes marcadores de envelhecimento com um simples exame de sangue, o que poderá fornecer mais informações sobre a expectativa de vida e abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos de doenças relacionadas a esta época da vida de uma pessoa.
"Cientistas sabem há muito tempo que o peso de uma pessoa no momento do nascimento é um fator importante para a saúde na meia-idade e velhice e que pessoas que nascem com peso baixo são mais propensas a doenças relacionadas à idade. Até agora os mecanismos moleculares que ligam o baixo peso ao nascer com saúde e doença na velhice ainda eram evasivos, mas esta descoberta revelou um dos caminhos moleculares envolvidos", afirmou Tim Spector, chefe do Departamento de Pesquisa com Gêmeos do King's College de Londres.
O estudo foi publicado na revista especializada International Journal of Epidemiology.

Perfil

Os pesquisadores fizeram um perfil dos metabólitos analisando amostras de sangue doadas por mais de 6 mil gêmeos.
Eles identificaram 22 metabólitos diretamente ligados ao envelhecimento cronológico. A concentração dos metabólitos era maior entre pessoas mais velhas do que entre os mais jovens.
Um metabólito em particular, chamado de C-glyTrp, está associado com a função pulmonar, densidade mineral nos ossos, índice de colesterol e pressão sanguínea. O papel deste metabólito no envelhecimento é uma descoberta completamente nova.
Ao comparar os pesos no nascimento de gêmeos idênticos que participaram da pesquisa, os pesquisadores descobriram que este metabólito também estava associado a um peso mais baixo em recém-nascidos.
"Este metabólito único, que está relacionado ao envelhecimento e a doenças ligadas ao envelhecimento, era diferente em gêmeos idênticos que tinham pesos diferentes ao nascer. Isto nos mostra que o peso ao nascer afeta um mecanismo molecular que altera este metabólito", afirmou Ana Valdes, a pesquisadora que liderou o estudo.
"Isto vai nos ajudar a entender como uma nutrição mais baixa ainda no útero altera os caminhos moleculares que vão resultar em um envelhecimento mais rápido e maior risco de doenças ligadas ao envelhecimento 50 anos depois", acrescentou.
A cientista afirma que a compreensão destes caminhos moleculares envolvidos nos processos de envelhecimento pode abrir caminho para a criação, no futuro, de exames simples para detectar e terapias para tratar doenças ligadas ao envelhecimento.
"Como estes 22 metabólitos ligados ao envelhecimento são detectáveis no sangue, agora podemos ver a verdadeira idade a partir de uma amostra de sangue e, no futuro, isto poderá ser melhorado e poderemos identificar o futuro do envelhecimento biológico das pessoas", disse.
BBC Brasil

Cinco conselhos para viver mais

Cinco conselhos para viver mais


Idoso observa o mar na França (Reuters)
Exercícios e vida ao ar livre podem prolongar a vida
Alguns aspectos relativos à saúde não podem ser controlados, como a herança genética ou como alguém pode ser afetado pelo comportamento da mãe durante a gravidez.
No entanto, existem outras medidas que podem ser tomadas para estender a expectativa de vida, como prática de exercícios e uma dieta saudável.
Abaixo, a BBC lista cinco fatores que podem prolongar pelo maior tempo possível a vida de uma pessoa.

Comece o quanto antes

Até mesmo antes de nascer a saúde pode ser afetada pelas decisões de estilo de vida tomadas pelas mães.
Vários estudos indicam que se uma mulher grávida ficar muito estressada pode haver um impacto no estado do bebê, deixando a criança com uma capacidade menor de gerenciar pressões em sua vida futura.
O abuso de bebidas alcoólicas também pode causar a síndrome de álcool fetal em bebês. Esta síndrome pode levar a criança a ter dificuldades de aprendizagem e problemas físicos.
O cigarro durante a gravidez também afeta o desenvolvimento da criança.
Mulher grávida (PA)
Decisões da mãe podem determinar se criança será obesa ou terá outros problemas
Um estudo também sugere que a dieta durante a gravidez pode aumentar o risco de obesidade na criança, pois muda o DNA do bebê.
Ter uma infância feliz pode estimular a longevidade. Um outro estudo indica que pessoas que foram infelizes durante a juventude têm maior risco de sofrer de doenças cardíacas durante a vida adulta.
Sair e desfrutar de uma vida ao ar livre também é importante. Os raios do sol são uma fonte importante de vitamina D, mas também é preciso usar o protetor solar para evitar o câncer de pele.
A vitamina D é importante para manter os ossos fortes e saudáveis, pois ajuda o corpo a absorver o cálcio e o fósforo dos alimentos.

Aproveite os benefícios dos exercícios

A pressão do cotidiano pode deixar uma pessoa com a sensação de que não há muito tempo para exercícios.
Mas vale a pena levar em consideração que, além da diminuição de peso, se pode ganhar muito mais com o exercício.
O exercício ajuda a manter o coração mais saudável pois reduz o risco de vários problemas cardiovasculares, incluindo a pressão arterial alta e doenças cardíacas.
Além disso, manter-se fisicamente ativo pode reforçar a saúde mental e ajudar a gerenciar o estresse, a ansiedade e também a depressão.
O exercício frequente pode ajudar a alcançar e manter o peso ideal, reduzindo o risco de diabetes.
Exercício em academia (PA)
Exercícios podem manter coração mais saudável e ajudar a manter os ossos fortes
O exercício mais pesado, como a corrida, é especialmente bom para melhorar a densidade óssea e proteger contra a osteoporose.

Cuide da saúde óssea

Durante a infância nossos ossos são fortes e, caso se quebrem, normalmente se recuperam com facilidade.
Mas, à medida que vamos envelhecendo, este processo fica mais lento e as articulações podem ficar mais frágeis.
A perda de densidade óssea começa a partir dos 35 anos seguindo o processo normal de envelhecimento.
Fatores ligados ao estilo de vida, como ter uma dieta rica em cálcio e se exercitar com frequência pode manter os ossos saudáveis e minimizar o risco de fraturas.

Mantenha-se socialmente ativo

Todos sabem que a amizade é importante para a felicidade, mas, recentemente, foi descoberto que os amigos também podem ajudar uma pessoa a viver mais.
Estudos sobre a solidão indicam que o isolamento social está associado a uma taxa mais alta de mortalidade entre idosos e que a solidão é um "assassino oculto" para os idosos.
Na mesma linha, pesquisas demonstraram que pessoas casadas vivem mais do que os solteiros. Os especialistas acreditam que isto se deve ao fato de que os casados, ou quem vive junto, têm uma rede de apoio social melhor, o que minimiza o risco de isolamento.

Tenha uma dieta saudável

Uma boa dieta é algo básico para se ter uma boa saúde e evitar certos tipos de comidas e bebidas pode ajudar a prolongar a vida.
Ingerir muitos alimentos de alto conteúdo calórico, como doces ou gordura, pode levar ao aumento de peso e à obesidade.
Algumas gorduras são conhecidas por serem particularmente ruins para a saúde. Os ácidos graxos trans, por exemplo, podem estar presentes em algumas marcas de margarinas, biscoitos, tortas e fast-food.
Este ingrediente pode aumentar o nível do colesterol ruim, o que aumenta significativamente o risco do bloqueio de artérias e outras complicações.
Fast-food
Diminuir a ingestão de alimentos gordurosos também pode aumentar a expectativa de vida
Reduzir a ingestão do sal também é importante para manter o coração saudável pois consumir muito sal pode levar à hipertensão, o que, por sua vez, pode ocasionar problemas cardíacos, derrames e outras complicações.
Consumir muitas bebidas alcoólicas também pode ter efeitos devastadores na saúde. Não apenas a ressaca do dia seguinte a uma bebedeira, mas também, no longo prazo, pode causar danos em vários órgãos.
O abuso crônico de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de doenças do fígado.
E não se pode esquecer do cigarro. São muitos os estudos que alertam para o perigo para a saúde, pois fumar aumenta o risco de desenvolver cerca de 50 doenças graves.
O fumo é a causa de 90% dos casos de câncer de pulmão, prejudica o coração e a circulação arterial, piora as doenças respiratórias e afeta a fertilidade.

E, um golpe de sorte: tudo pode estar no DNA

Existem medidas que podem ser tomadas para ter uma vida longa e saudável, mas pode haver também um elemento de sorte nesta equação: o DNA.
Boa parte das investigações sobre envelhecimento se concentraram no papel dos telômeros. Estas são "tampas" protetoras que se encontram no final dos cromossomos, algumas vezes parecidos com o que vemos no final de um cadarço de sapatos.
Seu papel é proteger o final dos cromossomos para evitar a perda de informação genética durante a divisão celular.
Cada vez que as células se dividem, a ponta dos telômeros fica menor. Com o tempo, encolhem tanto que a divisão celular para e isto significa a morte da célula e é assim que envelhecemos.
Estudos revelaram que alguns telômeros maiores estão relacionados a uma vida mais longa e os mais curtos estão ligados a doenças cardiovasculares e demência. Os telômeros grandes podem ser herdados.
 BBC Brasil

Cápsulas de ômega-3 aumentam risco de câncer de próstata

Cápsulas de ômega-3 aumentam risco de câncer de próstata



Salmão | Foto: AP
Consumo superior ao equivalente a duas porções semanais de salmão eleva risco da doença
Suplemento usado por milhões por conta dos supostos benefícios à saúde, o ômega-3 em cápsulas pode estar associado ao aumento do risco do tipo mais letal de câncer de próstata, afirmam pesquisadores americanos.
As cápsulas de ômega-3 trazem óleos encontrados comumente em peixes como o salmão.
Pesquisadores de diversas universidades e centros de pequisas ─ entre os quais a Ohio State University College of Medicine e o Fred Hutchinson Cancer Research Center ─ assinam o estudo, divulgado na publicação científica Journal of the National Cancer Institute, ligado à Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Os resultados confirmam uma pesquisa de 2011 publicada pela mesma equipe de cientistas, que constatou uma ligação semelhante entre altas concentrações sanguíneas de ômega-3 e o câncer de próstata mais agressivo.
"A consistência destes resultados sugere que estes ácidos graxos estão envolvidos na gênese do tumor e recomendações para aumentar a ingestão de ômega-3, principalmente através de suplementos, devem considerar seus riscos potenciais", escreveram os autores.
De acordo com o estudo, o risco de homens que tomam suplementos de ômega-3 desenvolverem o tipo mais agressivo de câncer é até 71% maior do que entre os que não usam a substância.
No caso do tipo menos letal, o risco é até 44% mais alto entre os que consomem suplementos, em comparação a pessoas que não usam as cápsulas.
Em geral, ácidos gordurosos estão associados a um risco até 44% maior de câncer de próstata, dizem os pesquisadores.
Os pesquisadores não especificam se o mesmo risco estaria associado ao consumo de peixes como o salmão, ricos na substância, mas enfatizam que os níveis de concentração de ômega-3 superior a duas porções semanais do peixe estaria relacionado à doença.
Nos últimos anos, muitos estudos vêm sendo feito para examinar o impacto de ácidos graxos na saúde. Cientistas alertam que a maior parte das pesquisas não é conclusiva e que, antes de mudar a dieta, as pessoas devem consultar seus médicos.

BBC Brasil