sexta-feira, 30 de março de 2012

Aura Humana

Aura Humana
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AURA HUMANA .


Você com certeza já deve ter conhecido alguém assim: basta chegar perto para se envolver numa maravilhosa onda de luz e paz. Sua energia é tão positiva e contagiante que poderia até ser tocada. Outras pessoas, ao contrário, provocam uma desagradável sensação de cansaço, como se roubassem nossa energia. Esta capacidade de apagar ou iluminar o ambiente reflete o poder da nossa aura. Uma pessoa altamente emotiva com um chakra do plexo solar desenvolvido e descontrolado, pode causar destruição. Por outro lado uma pessoa que use corretamente o centro do coração, leva a inspiração a centenas de pessoas, expandindo sua Aura e tornando seu campo energético mais amplo, mais forte, mais protegido e mais resistente aos ataques das energias telúricas e de energias negativas.
Através dela pode-se detectar visualmente que todo ser humano representa um gerador de energia que produz um campo energético.
1) Aura da saúde física;
2) Aura astral ou emocional;
3) Aura mental;
4) Aura do corpo etérico.
 
 

A aura é constituída por quatro campos, quatro camadas:
Existe uma correlação entre o estado geral de corpo-mente-alma de uma pessoa e seu corpo vibratório. Danos à alma, tensão e fraquezas físicas tornam-se perceptíveis, antes mesmo de se manifestarem em você, tais como depressões, fadigas e doenças. Quem passa por uma perda de um parente querido, por exemplo, terá chances de se recuperar mais rapidamente se seu campo energético estiver equilibrado. Uma das maneiras para deixá-la em perfeito estado é tomar o banho de água com sal.
Antes de tudo, devemos esclarecer a essência da aura. Todos os pensamentos e atos humanos pertencem ao bem e ao mal. A espessura da aura é proporcional à quantidade de pensamentos bons e maus. Internamente, quando uma pessoa pratica o bem, sente uma satisfação na consciência. Esses pensamentos se convertem em luz, somando-se a luz do corpo espiritual. Quando, ao contrário, os pensamentos e atos sãos maus, estes se convertem em nuvens do corpo espiritual.
Externamente, quando se faz o bem aos outros, os pensamentos de gratidão das pessoas beneficiadas também se convertem em luz. Transmitidos através do fio espiritual para a pessoa que praticou o bem, aumentam a luz desta. Quando, ao contrário, a pessoa recebe transmissões de pensamentos de vingança, ódio, ciúme ou inveja, suas nuvens aumentam. Por isso, é preciso praticar o bem e proporcionar alegria aos outros, evitando provocar pensamentos de vingança, ódio ou ciúmes.
Para assegurar a boa luminosidade de sua aura todo cuidado é pouco. Ciúme, raiva, ódio ou inveja podem atuar negativamente sobre o equilíbrio dos campos energéticos. O primeiro passo é combater as situações de estresse com constantes exercícios de relaxamento, caminhar todos os dias pela manhã (se possível por vinte minutos), e viver situações que salientem o seu lado alegre.
 

As Cores da Aura
Ensinaremos uma técnica bem simples para visualizar a aura de alguém. Use apenas sua intuição.
Coloque-se na frente pessoa. Fixe seu olhar nos intercílios. Conte até 5. Feche os olhos por alguns segundos.Depois, fixe sua atenção no alto da cabeça da pessoa que está na sua frente. Conte até 5. Feche os olhos e pergunte mentalmente: "Qual a cor da sua aura". A resposta virá instantaneamente.
Apresentamos algumas das qualidades principais das cores, as quais se referem à segunda camada da aura, que nos indica o estado de nossa alma: 
Aura Verde
Autoconfiança, capacidade de resolver problemas e de perdoar. Pessoa que ama a paz; sensibilidade. É organizador, planejador e estrategista. Aura Amarela
Capacidade de dar e receber; ter esperanças; a saúde e a família desempenham um papel importante. Tem o dom de trabalhar em grupo harmoniosamente. O amarelo é uma das cores cinestésicas do espectro; isso significa que uma pessoa com aura desta cor tem uma reação física antes de ter uma resposta emocional ou intelectual. Quando ele entra numa sala cheia de gente, sabe de imediato se quer permanecer ou não. Aura Azul
Capacidade de curar através das próprias energias mentais e espirituais; age sobre os outros de modo agradável e calmante; altos ideais de vida; sinceridade. O Azul personifica as características do cuidado e do carinho. É a cor da aura que mais se preocupa em ajudar os outros.  Aura Laranja
Destemidos, poderosos e descuidados com a própria segurança pessoal, brandem os punhos fechados contra o próprio Deus. Sua busca espiritual é, na verdade, uma busca de um sentido de vida além de si mesmo.  Aura Dourada
Adora saber como e por que uma determinada coisa funciona, e lança mão de uma paciência infinita. A espiritualidade, para a pessoa de aura dourada, é o estudo da ordem superior do universo e de leis e princípios que o governam. Ele quer entender a organização mental, as leis ou as probabilidades que geraram a ordem no interior do caos espiritual. Aura Vermelha
Ênfase no modo de vida material; sucesso alcançado através da dedicação pessoal completa; saúde física estável; tendência à irritabilidade quando contrariada.  Aura Violeta
Espiritualidade bem desenvolvida; inspirações criativas; capacidade de transformar os sofrimentos pessoais em fatores positivos para o próprio destino. O violeta é a cor do espectro mais próxima do equilíbrio psíquico, emocional e espiritual em vigor no planeta neste momento.  Aura Prateada
 Um curandeiro, médium natural. Utiliza energia para transformar luz em em raios que curam, seu maior desafio é aprender a se conhecer e descobrir seus dons especiais. Aura Anil Indigo
A aguda perspicácia intelectual é um dos aspectos mais gratificantes e mais exasperantes, é brilhante e inquiridor, com uma inteligência que vai muito além dos conceitos mais tradicionais.  Garantir uma aura equilibrada não é um bicho-de-sete-cabeças. Tenha muito bom humor e otimismo, assim você estará sempre iluminado...
Fonte: Mistérios Antigos



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Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sonho e projeção lúcida

Sonho e projeção lúcida

 A projeção lúcida é o fenômeno em que o centro da consciência deixa o corpo físico. Com grande freqüência ela é confundida com o sonho

Por Eduardo Juliani


Sair do corpo físico durante o sono - fenômeno a que se dá o nome de pro- jeção lúcida - é um atributo inerente ao ser humano.De modo espontâneo ou induzido, todos podem experimentar tal situação. A pergunta que se faz é: "Por que não somos todos projetores lúcidos já que a projetabilidade é atributo de todos nós?" De- terminadas habilidades, como andar de bici- cleta ou fazer cálculos, requerem tempo, es- forço e dedicação no seu desenvolvimento. A projeção lúcida é uma delas.
Nossa formatação mental, que nos faz confundir o que somos com quem somos, leva-nos à falácia de sermos somente o nos- so corpo e suas possibilidades. A formação cultural, fortemente influenciada pela mídia e pelo consumo, nos induz ainda mais a de- dicarmos excessiva atenção ao corpo físico. Para estudar-se a projetabilidade é necessário entender variáveis como o conhecimento e o entendimento dos vários corpos (holossoma) coexistindo encaixados entre si, cada qual em uma dimensão energética própria.
É necessá- rio entender também o binômio lucidez-reme- moração. Embora todas as pessoas, sem exce- ção, deixem seus corpos todas as noites, não é raro que permaneçam dormindo fora dele. A maioria, por permanecer dormindo não apresenta lucidez e, portanto, não rememora as experiências extrafísicas. Em outro extremo estão as projeções com lucidez perfeitamente rememoradas. Nessa situação, o fenômeno projetivo é autocomprobatório. Entre os dois extremos encontramos fenômenos com vários níveis de lucidez-rememoração, o que em par- te explica as confusões entre sonho e projeção. Muitos, quando se recordam de algum evento ocorrido entre o sono e a vigília, dão a tais eventos o rótulo de sonho.
"Embora as pessoas deixem seus corpos todas as noites, não é raro que permaneçam dormindo fora dele"
Entre sonho e projeção
Na projeção a pessoa percebe-se lúcida, consciente, e em uso dos seus atributos mais im- portantes (atenção, memória, raciocínio, juízo crítico, discernimento, capacidade de associa- ção de ideias, livre arbítrio), mesmo estando fora do corpo humano. O sonho é um estado alterado da consciência caracterizado pela sequência de fenômenos psíqui- cos, imagens, representações, atos, ideias, emoções, que involuntariamente ocorrem durante o sono. Apresenta-se como conjunto de sensações ou re- presentações mais ou menos realistas que surgem sem o controle do indivíduo e que, na maioria das vezes, tem um caráter bizarro, confuso e incoeren- te.
Toda pessoa adulta tem, em média, durante um sono de 8 horas, 4 a 5 períodos intercalados de sonho. Sonhamos aproximadamente 25% do tempo em que estamos dormindo. Uma dúvida frequente é se a experiência que ocorreu durante a noite foi uma projeção ou apenas um sonho. Pode-se traçar alguns pa- ralelos que ajudam nesta diferenciação:
1. A projeção permite o planejamento das ações ainda na vigília física anterior. É possível esco- lher os "sonhos";
2. Duas pessoas podem se encontrar e atuar em uma mesma projeção, inclusive com confirma- ção posterior, o que não é possível nos sonhos;
3. A projeção com lucidez contínua desde a vi- gília anterior até a vigília posterior é condição ímpar, de certeza íntima para o projetor da realidade da experiência;
4. A coerência dos fatos ocorre somente na pro- jeção, enquanto nos sonhos predominam situa- ções aleatórias sem compromisso entre si;
5. Nos sonhos ocorre a exaltação emocional por meio da maior ativação do sistema límbico. Na projeção, a expansão consciencial, o bem- estar e a sensação de liberdade conferem-nos maior serenidade;
6. Os sonhos são absurdos cognitivos. As proje- ções mantêm as faculdades do raciocínio, juízo crítico e de associação de ideias;
7. Durante o período projetivo é possível manter a noção espacial e temporal a respeito do corpo, que permanece inerte na base física;
8. Numa projeção existe a capacidade decisória, a possibilidade de alterar situações e a autodeterminação direta de atos e vivências. Em um sonho a pessoa não tem controle sobre as representações que surgem, sendo mera expectadora das ocorrências.
O sonho se apresenta como conjunto de sensações ou representações mais ou menos realistas que surgem sem o controle do indivíduo e que, na maioria das vezes, tem um caráter bizarro, confuso e incoerente
Benefícios da projetabilidade lúcida
Ao sair de si é que verdadeiramente a pessoa se conhece. Deixando o corpo com lucidez redescobre-se o mundo conhecido sob uma nova ótica e esta nos desafia a empreender mudanças nos valores pessoais. A percepção de uma realidade extrafísica dinâmica, onde interagem consciências humanas, extrafísicas e projetadas, amplia o entendimento de nossa capacidade assistencial para muito além do grupo familiar e de pessoas mais próximas.
Obriga-nos a pensar o mundo de uma forma universal e amplia o conceito individual de ética para muito mais do que é possível perceber em apenas uma vida. A descoberta de si mesmo em vidas anteriores e posteriores obriga-nos a eliminar preconceitos e imaturidades mais grosseiras, por exemplo, pensar na morte como o fim de tudo ou solução para qualquer problema. Ao perceber-se lúcido e atuante fora do corpo, a morte perde o sentido e pode-se descartar a tanatofobia (medo de morrer).
Ao vencer esse medo, base de todos os outros, tornamo-nos mais audaciosos em nossas atitudes. Ao acessar informações de vidas passadas e futuras, passamos a entender a realidade das múltiplas vidas e podemos obter maior compreensão das relações familiares, por exemplo.
Referência
VIEIRA , Waldo. Projeciologia - panorama das Experiências da Consciência fora do corpo humano. 5a. ed., Editares.


 

Neurociências Memória genética

Neurociências
Memória genética

Cientistas geram neurônios a partir de células da pele de pacientes portadores de doenças psiquiátricas e neurológicas e testam em laboratório drogas para reverter os "sintomas"

Por Roberta de Medeiros / Imagens: Shutterstock



 
 
 Assim como as células embrionárias, as células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, em inglês), carregam a mesma informação genética das células doadoras e dão origem a todos os tecidos do corpo, inclusive neurônios

Há cinco anos, o cientista japonês Shynia Yamanaka anunciou um feito que prometia acelerar as descobertas científicas no mundo todo: como uma volta no tempo, ele conseguiu reprogramar células da pele e transformá-las em células semelhantes às embrionárias. assim, foram geradas as primeiras células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, em inglês), em 2008, apontadas como a descoberta científica do ano pela revista Science. elas carregam a mesma informação genética das células doadoras e têm a capacidade de dar origem a todos os tecidos do corpo, inclusive neurônios.
Os pesquisadores notaram que tinham em mãos uma poderosa ferramenta. ao reprogramar as células de uma pessoa autista ou esquizofrênica, por exemplo, seria possível o inimaginável - estudar um neurônio "doente" vivo, investigar as alterações genéticas presentes nesta célula desde a sua gênese e comparar tecidos normais dos afetados pela doença. até então, isso era inviável pela dificuldade de se conseguir biópsias do sistema nervoso central, já que o procedimento é muito invasivo e feito somente em situações especiais. Foi assim que as células iPS se tornaram o modelo precioso para o estudo de doenças neurológicas.

O cientista japonês Shynia Yamanaka conseguiu reprogramar células de pele e transformá-las em células semelhantes às embrionárias
Há quem diga que a técnica poderá ser usada, no futuro, como uma ferramenta de diagnóstico, antecipando o aparecimento dos sintomas e começando os tratamentos mais cedo. além disso, as células são retiradas do tecido já formado, o que contorna um problema ético - o uso de embriões nesse tipo de investigação, que em países como os estados Unidos tem vários adversários, inclusive a igreja católica.
O primeiro estudo de reprogramação em pacientes esquizofrênicos foi feito pelo neurocientista Fred gage, do instituto Salk de estudos Biológicos, nos estados Unidos, e publicado na revista nature. a pesquisa mostrou que as células de pessoas que sofrem de esquizofrenia funcionam de modo distinto de quem não tem a síndrome. esquizofrenia é distúrbio psiquiátrico grave no qual o paciente perde contato com a realidade, emite juízos falsos (delírios), podendo também ter percepções irreais quanto à audição, visão, tato (alucinações), apatia e isolamento social e pensamento desordenado. a doença atinge cerca de 1,8 milhão de pessoas no Brasil.


IPS e câncer

As células IPS carregam alterações que resultam da reprogramação e do tempo de cultura em laboratório. Elas têm mais mutações que as embrionárias, chegando a ter 10 vezes mais mutações que o esperado, incluindo alterações relacionadas a genes envolvidos com o câncer. Apesar de não se saber se isso realmente tem um "impacto" negativo nos modelos celulares, é bom estar ciente de que pode interferir em algumas situações.

Células da pele de quatro pacientes foram transformadas em células semelhantes às embrionárias e, depois, convertidas em neurônios. Os cientistas usaram um tipo de vírus da raiva, que é transportado entre um neurônio e outro (as conexões). Usando esse artifício, eles constataram que os neurônios "doentes" tinham menos ramificações do que os das pessoas sem o distúrbio mental. A função das ramificações é permitir a comunicação entre os neurônios.
A equipe de Gage testou medicamentos normalmente usados para tratar esquizofrenia para analisar como essas drogas agem nos neurônios. O estudo mostra que, ao contrário do que se acreditava, algumas alterações biológicas nos neurônios são independentes da experiência de vida.
Em um estudo recente publicado na revista Cell Transplantation, a equipe do biólogo Stevens Rehen, da UFRJ, também usou a técnica de reprogramação celular para analisar os neurônios de um paciente esquizofrênico. "Constatamos que os neurônios consumiam mais oxigênio que neurônios normais. Esse excesso de oxigênio acaba sendo responsável pela produção de radicais livres, com prejuízos para o funcionamento da célula", disse. Outros estudos feitos em cérebro após a morte já sugeriram esse efeito - o estresse oxidativo.
 O primeiro passo do estudo foi retirar uma amostra de pele do paciente e extrair suas células. "Nas células, é injetado um retrovírus, que funciona como um cavalo de Tróia e leva para dentro das células genes equivalentes àqueles de um embrião. Essas células adultas são transformadas em versão muito semelhante às células-tronco embrionárias", explica Rehen.
Boa parte dos estudos sobre a biologia da esquizofrenia é resultado de análises em cérebros doados após a morte, que nem sempre são preservados em condições ideais, além de reproduzirem a fase final da doença, não fornecendo pistas adequadas sobre o seu desenvolvimento. "A geração de um novo modelo por reprogramação de células IPS tem a vantagem de permitir o estudo do início de alterações no funcionamento do neurônio envolvidas no distúrbio mental", diz.
A reprogramação a partir de células IPS é a melhor maneira que os cientistas encontraram de estudar um neurônio "doente" vivo. Outras estratégias são os modelos animais - usados em psiquiatria para testar novas drogas e estudar os mecanismos neurobiológicos das doenças mentais - e os modelos matemáticos e computacionais, que simulam o funcionamento do sistema nervoso. Há também os exames de neuroimagem, que mapeiam o funcionamento do cérebro vivo.

Potencial da técnica

As células revertidas ao estágio embrionário têm a vantagem de alongar os telômeros. Mas o que isso significa? Toda célula possui sequências de DNA , que é organizado como cromossomos: os telômeros são justamente as pontas desses cromossomos. Quando a célula se divide, ela precisa duplicar o seu DNA , para que cada célula gerada por essa divisão tenha a mesma quantidade de material genético.
Cada vez que a célula se divide, os telômeros perdem um pedaço. E isso pode levar a célula à morte ou a disfunções. "Como os telômeros se alongam, essas células podem se dividir indefinidamente. Isso pode ser um ponto a mais para essas células serem usadas como modelo de diversas doenças", observa Rehen.

A técnica poderá ser usada, no futuro, como uma ferramenta de diagnóstico, antecipando o aparecimento dos sintomas
A técnica seria um valioso recurso para procura de medicamentos mais eficazes. Muitos não surtem o efeito desejado, porque são testados em animais, que nem sempre têm os mesmos sintomas que humanos. O resultado é que 90% dos remédios são abandonados no início dos testes por causa da toxidade. Os gastos com um único remédio podem alcançar a cifra de 2,6 bilhões de reais. Com as células IPS, seria possível testar a toxidade dos medicamentos antes de chegarem às farmácias.
Em 2009, dois grupos de cientistas chineses geraram tiny, um camundongo clonado a partir de células reprogramadas, retiradas da pele de animais adultos. em outro estudo, foram 27 camundongos saudáveis, que deram origem a duas gerações com cerca de 200 descendentes normais. isso nos faz questionar: seria possível clonar seres humanos? Segundo Rehen, apesar de a técnica avançar rapidamente, ainda não é possível sonhar com a criação de seres humanos a partir delas.
PARA SABER MAIS
Outros estudos

A técnica promete criar as bases para a medicina personalizada a partir de culturas de células que carregam a identidade genética de cada paciente. "Podemos estudar como os neurônios de cada indivíduo se comportam. Uma mesma droga pode não funcionar da mesma forma em duas pessoas. Com isso, podemos encontrar drogas individuais, testar doses específicas para cada um. Isso deve acontecer num futuro não muito distante", prevê Muotri.
A medicina personalizada é apontada como a grande revolução na área da saúde nos próximos anos. Isso será possível graças às novas gerações de sequenciadores de DNA que já são capazes de mapear o genoma humano (a soma de todos os genes, toda a carga genética de uma pessoa). O genoma mapeado pode revelar quais doenças podem se instalar e quais tratamentos seriam mais eficazes.
Os cientistas partem do princípio de que cada pessoa se beneficia de um remédio diferente. Enquanto uma pessoa pode se beneficiar de uma terapia, outra pode ter péssimas reações ao mesmo tratamento. Um bom exemplo é o tratamento do colesterol com as estatinas. Estima-se que 15% dos pacientes têm chance de desenvolver reações graves ao medicamento. No futuro, um exame genético poderá prever essa predisposição, e a pessoa evitará um tratamento sofrido ou ineficaz.
O problema é que a nova medicina está longe de ser democrática. Apenas as pessoas que podem desembolsar 5 mil dólares têm acesso ao mapeamento dos seus genes. Este ano, duas empresas anunciaram serviços que vão permitir às pessoas examinarem seus próprios genomas. A empresa deCODE genetics, da Islândia, anunciou que vai disponibilizar um serviço on-line, onde os clientes podem pesquisar informações de seus ancestrais e avaliar o risco de desenvolver várias doenças graves. Outra empresa, a fornecer o serviço, 23andMe, nos Estados Unidos, que anunciou um serviço semelhante. A empresa vai analisar o DNA retirado de uma amostra de saliva dos clientes. O resultado poderá ser acessado pela internet.

 O uso de embriões nesse tipo de investigação tem, em países como os Estados Unidos, vários adversários, inclusive a Igreja Católica. Por isso, a IPS poderá ser usada, no futuro, como uma ferramenta de diagnóstico

Boa parte dos estudos sobre a biologia da esquizofrenia é resultado de análises em cérebros doados após a morte

Outro estudo que revela o potencial dessa técnica partiu do geneticista alysson Muotri, da Universidade da califórnia. no ano passado, o pesquisador publicou um artigo na revista científica cell que relata a geração de neurônios de pacientes do espectro autista e a sua reversão ao estado normal. a equipe do cientista decidiu trabalhar com autistas portadores da síndrome de Rett, por ter uma causa genética já conhecida, que é a mutação no gene MecP2. a síndrome é rara e nem os médicos estão familiarizados com esta síndrome.
O espectro autista inclui várias síndromes, cujos traços em comum são o atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade em manter relações sociais, comportamento estereotipado e foco de interesse muito restrito. O quadro dos pacientes com Rett é ainda mais grave, porque, além desses problemas, ainda sofrem com dificuldades motoras e ataques epilépticos. estáticas nos estados Unidos indicam que 1% das crianças são afetadas e a incidência em meninos é ainda maior, 1 a cada 70 crianças. não há pesquisas que estimem a incidência da síndrome no Brasil. no mundo, segundo a OnU, acredita-se ter mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como essas pessoas se comunicam e interagem. Por Roberta de Medeiros / Imagens: Shutterstock




IPS e fenótipos

Os primeiros estudos com as IPS não mostraram claramente características dos neurônios relacionados à doença. Os neurocientistas acreditam que essas alterações só aparecerão com o passar dos anos, como acontece no nosso corpo. Isso gera uma complicação a mais para os cientistas: como, afinal, manter neurônios vivos em cultura de laboratório por muito tempo? "Encontrar situações que simulem o envelhecimento precoce, por exemplo, aumentando as espécies reativas em oxigênio no meio de cultura, parece uma saída criativa", arrisca Muotri.

Muotri observou que os neurônios de autistas tinham menos sinapses - áreas de contato entre os neurônios, essenciais para o processamento das informações do sistema nervoso. O núcleo dessas células também era menor. Duas drogas foram usadas para tentar "consertar" esses neurônios, uma delas foi o fator de crescimento de insulina 1. Para chegar na fase clínica, esse fator foi modificado quimicamente para facilitar sua penetração no sistema nervoso. a outra droga foi a gentamicina, antibiótico usado para infecções que tem sido testado em doenças genéticas. O resultado foi que os neurônios autistas tratados passaram a se comportar como se fossem neurônios normais.
Quando o autismo começou a ser investigado, a psicanálise postulava que a doença era resultado de uma experiência negativa vivida muito precocemente com a mãe em seu ambiente familiar. essa hipótese caiu por terra. a pesquisa reforça a tese de que as causas do autismo são biológicas e não resultado de fatores ambientais, isto é, não são determinadas pela história de vida de cada pessoa. "no entanto, só podemos afirmar isso para os pacientes que foram testados. Portanto, posso dizer que, nos pacientes com as mutações no MecP2, o autismo é genético e a contribuição ambiental deve ser mínima ou não significativa", conclui Muotri. ele estima que 90% das formas de autismo têm origem genética, embora não se saiba quais os genes envolvidos em cada uma das síndromes.
Seria a cura para o autismo? "ainda é preciso fazer testes clínicos em pessoas. isso já está acontecendo com as drogas que usamos por dois grupos independentes, um nos estados Unidos e outro na itália. Se os testes em pessoas derem bons resultados, aí sim será comercializado pela indústria farmacêutica", diz Muotri.


Os gastos realizados com um único medicamento podem alcançar a cifra de 2,6 bilhões de reais. Com as células IPS, seria possível testar a toxidade dos medicamentos antes de eles chegarem às farmácias
A reprogramação a partir de células IPS é a melhor maneira que os cientistas encontraram de estudar um neurônio "doente" vivo

Estudo sobre esclerose e Parkinson

Em outro estudo feito pelo mesmo laboratório, o pesquisador Miguel Mitne-neto, supervisionado por Muotri, gerou células iPS a partir de amostras de pele de pacientes brasileiros com esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa que afeta os neurônios motores e cujos sintomas são a atrofia progressiva, a ausência de reflexos e a fraqueza muscular. a doença afeta as fibras que viajam do córtex até a medula espinhal (axônios) e que são responsáveis pela transmissão dos impulsos controladores dos movimentos. Há várias hipóteses para o seu surgimento, como a mutação de uma enzima que aumenta os radicais livres e induz a autodestruição dos neurônios motores. a esclerose atinge homens em uma proporção até duas vezes maior que mulheres e se manifesta a partir da quinta década de vida.
Ao diferenciar as células em neurônios motores, neto constatou que a presença da proteína VaPB nos neurônios motores dos pacientes com esclerose é 50% menor, se comparada às células normais. estudo feito com drosófilas (espécie de pequena mosca) demonstra que essa proteína está relacionada à qualidade da junção neuromuscular - a região de encontro entre o nervo e o músculo que permite a contração muscular.
Segundo o grupo, tudo indica que a quantidade da proteína VaPB é crucial para a sobrevivência dos neurônios motores. até então, os pesquisadores vinham estudando drogas capazes de reverter o quadro desse tipo de esclerose em modelos animais, mas com pouco sucesso. "O estudo em roedores permitiu esclarecer vários aspectos importantes da doença, mas um mecanismo molecular preciso ainda está faltando", dizem os pesquisadores em artigo publicado recentemente na revista Human Molecular genetics. agora, o modelo pode ser usado na busca de novos medicamentos que aumentem a produção da VaPB nos neurônios.
"Sabe-se que o processamento da VaPB é diferente em determinadas regiões do cérebro e durante cada fase de desenvolvimento. nossa hipótese é que, mesmo na presença de uma quantidade menor de VaPB, portadores da doença são normais até chegar na quarta ou quinta década de vida, quando os níveis se tornam criticamente baixos", dizem os autores. no Brasil, foram confirmadas mais de cem pessoas com esta forma da doença. enquanto em algumas pessoas a doença progride rapidamente, em outras ela se instala mais tarde e de forma mais lenta.
Os cientistas também investigaram neurônios de pessoas com a doença de Parkinson, que provoca tremores e afeta os movimentos. Os sintomas são causados pela morte dos neurônios que secretam dopamina e que transmitem comandos do córtex para os músculos. Outro traço da doença é o acúmulo de proteína em estruturas chamadas corpúsculos de Lewy nos neurônios que restaram. a produção da proteína é comandada pelo gene Snca.
Recentemente, cientistas do Reino Unido, estados Unidos, Japão e República tcheca reprogramaram células da pele de um paciente com triplicação do gene Snca e de um parente seu de primeiro grau não afetado para comparar as alterações no neurônio. O resultado foi que as células apresentaram um aumento de duas vezes na expressão de Snca, o que não aconteceu nas células do parente não afetado pela doença.

Com as células IPS, seria possível testar a toxidade dos medicamentos antes de eles chegarem às farmácias
 Dois outros estudos mostraram que, com a cultura de células IPSC, neurônios derivados de pacientes com Parkinson podem se integrar no cérebro de ratos, com a melhora dos sintomas da doença nos animais

Em estudos anteriores, nenhuma diferença havia sido encontrada nos neurônios de pessoas que sofrem de Parkinson. A hipótese mais provável: a doença só surge com o passar dos anos, e as células reprogramadas são semelhantes às embrionárias. Por isso, os cientistas decidiram analisar as células de um paciente com início precoce e progressivo da doença. "Esse estudo mostra o potencial dos neurônios como modelo para estudar a doença. A cultura de células IPSC servirá como um recurso inestimável para estudar muitas das questões não resolvidas na patogênese da doença de Parkinson", dizem os pesquisadores. Dois outros estudos mostraram que neurônios derivados de pacientes com Parkinson podem se integrar no cérebro de ratos, com a melhora dos sintomas da doença nos animais.
Os cientistas também descobriram que pessoas com atrofia muscular espinhal, doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, produzem um número reduzido de neurônios motores, o que sugere a morte precoce desse tipo de célula. Outro achado foi um número maior de agregados de proteína, que estavam associados à intensidade da doença. Os sintomas são a perda do tônus muscular, debilidade dos movimentos e falta de reflexos. A doença é caracterizada por mutações no gene SNM, que leva à morte dos neurônios motores e resulta na atrofia muscular grave.
 Apesar da empolgação da comunidade científica, as IPS não são o melhor modelo em todos os casos
Apesar da empolgação da comunidade científica, as IPS não são o melhor modelo em todos os casos. É o que sugere um controvertido estudo do cientista israelense Achia Urbach. Ele reprogramou células adultas de pacientes com síndrome do X frágil - a principal causa de deficiência mental herdada, depois da síndrome de Down. A doença é motivada por uma mutação passada hereditariamente que provoca alterações que impedem a expressão do gene FMR1.
No início do desenvolvimento embrionário, o gene trabalha normalmente. Entretanto, quando o pesquisador reverteu as células da pele dos pacientes ao estado embrionário, verificou que o gene FMR1 continuava a não funcionar, ou seja, as alterações continuavam lá. Publicado na revista Cell Stem Cell, o estudo mostra que, nem sempre, a estratégia da reprogramação celular reverte as células adultas para um estado idêntico ao embrionário.


sexta-feira, 16 de março de 2012

A vitamina diferente Ela é essencial para a formação de novas células, principalmente as do sangue. Mas a forma como ela é absorvida pelo organismo difere das demais

A vitamina diferente
Ela é essencial para a formação de novas células, principalmente as do sangue. Mas a forma como ela é absorvida pelo organismo difere das demais

Por Ivonete Lucirio


Fotos: Shutterstock / Tratamento: Eduardo Barbosa.
A B12 pode ser considerada a estrela das vitaminas, tanto por sua importância quanto por sua excentricidade. Também chamada de cobala mina, tem uma estrutura química muito mais complexa do que as outras vitaminas, até a das suas companheiras do complexo B. Por exemplo, é a única que contém um elemento inorgânico - o mineral cobalto - como parte de sua composição. Outra esquisitice: nenhuma planta ou animal é capaz de fabricá-la, apenas alguns micro-organismos como as bactérias podem produzi-la. Esses micro-organismos estão presentes em certos alimentos de origem animal como carnes vermelhas - principalmente o fígado -, frango, peixes, ovos e produtos lácteos. Portanto, os produtos de origem animal são fundamentais para garantir bons níveis de vitamina B12.
Depois de produzida, a B12 ainda precisa ser aproveitada pelo organismo, e essa é mais uma tarefa complicada. "Para que seja bem absorvida, o sistema digestório deve estar em boas condições fisiológicas, com uma produção adequada de ácido clorídrico, enzimas pancreáticas e fator intrínseco", explica a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional (SP). Fator intrínseco é um tipo de proteína produzida exclusivamente pelas células do estômago e ajuda na absorção de nutrientes. Embora a B12 dê trabalho para o organismo, tanto na produção quanto na absorção, também oferece inúmeros benefícios, e seu papel para o metabolismo é fundamental. "Ela é essencial tanto para o crescimento quanto para a divisão celular. Além disso, essa vitamina atua principalmente na produção de eritrócitos (eritropoiese), aquelas células vermelhas do sangue", esclarece a especialista Roseli.
Fotos: Shutterstock / Tratamento: Eduardo Barbosa.
Além da participação da B12 na fisiologia normal do corpo, há pesquisas mostrando que ela pode também ter um papel importante no tratamento de algumas doenças. "Estudos indicam que altos níveis no sangue diminuem os sintomas de depressão", afirma a especialista. Há também a comprovação de que níveis adequados de B12 no organismo reduzem os episódios de asma em crianças. Para os idosos, a vitamina desempenha um papel ainda mais marcante. Um estudo realizado pelo Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genética da Universidade de Oxford (GB), comprovou que os idosos que apresentam altos níveis de vitamina B12 são seis vezes menos propensos a apresentar diminuição no volume do cérebro. Portanto, a B12 protege contra o que podemos chamar de "encolhimento" do órgão típico do envelhecimento, que leva à redução de certas funções cognitivas, como perda da memória.
Principais fontes da vitamina
Esses são os principais alimentos capazes de fornecer B12 ao organismo
Alimento (110 gramas)
Quantidade de vitamina B12 (mcg)
Bife de fígado cozido
112
Marisco no vapor
99
Ostras cozidas
27
Ostras cruas
16
Bife de coração cozido
14
Arenque cozido
10
Truta cozida
5
Salmão cozido
2,8
Atum cozido
1,8
Iogurte
1,4
Leite desnatado
0,93
Queijo cottage
0,80
Ovo cozido
0,49
Frango cozido
0,36
A B12 dá trabalho para o organismo na sua absorção, mas também oferece inúmeros benefícios

REVISTA SAUDE

Novas evidências indicam que a meditação fortalece o cérebro

Novas evidências indicam que a meditação fortalece o cérebro



Foto: BBC
Pesquisadores dizem que meditação permite processamento mais rápido de informações
Pesquisadores americanos descobriram mais evidências de que meditar fortalece o cérebro.
Estudos anteriores feitos pela Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, já haviam sugerido que meditar durante anos torna o cérebro mais espesso e fortalece conexões entre células cerebrais.
As novas pesquisas feitas pela mesma equipe californiana revelaram ainda mais benefícios associados à prática. Os resultados foram publicados pela revista Frontiers in Human Neuroscience.
O cientista Eileen Luders e seus colegas do Laboratory of Neuro Imaging da UCLA dizem ter encontrado indícios de que pessoas que meditam durante muitos anos têm quantidades maiores de dobras no córtex cerebral do que pessoas que não meditam. Isso poderia acelerar o processamento de informações.
A equipe também encontrou uma relação direta entre a quantidade de dobras e o número de anos durante os quais a pessoa meditou.
Isso pode talvez ser mais uma prova da neuroplasticidade do cérebro - a habilidade do órgão de se alterar, ou se adaptar, em resposta a estímulos externos.

Córtex

O córtex é a camada externa do cérebro e tem papel fundamental na memória, atenção, pensamento e consciência.
Os dobramentos corticais são o processo pelo qual a superfície do cérebro se altera para criar sulcos e dobras. Sua formação pode promover e melhorar os processos nervosos.
Presume-se, portanto, que quanto mais dobras se formam, maior a capacidade do cérebro de processar informações, tomar decisões e formar memórias.
"Em vez de simplesmente comparar pessoas que meditam com as que não meditam, queríamos ver se havia uma relação entre a quantidade de prática da meditação e o grau de alteração do cérebro", disse Luders. "Quer dizer, associar o número de anos de meditação com a incidência das dobras".

Testes

Os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 50 praticantes de meditação - 28 homens e 22 mulheres. Esse grupo foi comparado a outro, de não praticantes, com idade e sexo equivalentes.
Os praticantes haviam meditado em média 20 anos. Os tipos de meditação eram variados, entre eles, Zen e Vipassana.
A equipe disse ter encontrado grandes diferenças na incidência das dobras em participantes que praticavam meditação.
Para os pesquisadores, a revelação mais interessante foi a correlação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobras, especialmente em uma estrutura do cérebro conhecida como ínsula.
Sabe-se que essa estrutura está associada às emoções humanas. E que lesões na ínsula podem resultar em apatia, perda de libido e alterações na memória.
"Talvez (a descoberta) mais interessante tenha sido a relação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobramentos insulares".

Emoção e raciocínio

Luders mencionou estudos anteriores que indicam que a ínsula funcionaria como um integrador entre a emoção e o raciocínio.
"Pessoas que meditam são conhecidas por serem mestras em introspecção e consciência, assim como em controle emocional e autorregulação, então os resultados fazem sentido - quanto mais tempo alguém medita, maior a a incidência das dobras na ínsula".
Luders adverte que fatores genéticos e ambientais podem ter contribuído para os efeitos observados.
Ainda assim, "a relação positiva entre as dobras e o número de anos de prática dá suporte à ideia de que a meditação aumenta a incidência das dobras".
BBC BRASIL

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mancha solar ativa provoca tempestades geomagnéticas na Terra

 
Atualização: 8 de março - 09h00
Tempestades magnéticas devem castigar a ionosfera nesta quinta-feira Novas tempestades magnéticas de alta intensidade estão previstas para essa quinta-feira, 8 de março. Essas tormentas deverão elevar o nível KP que mede a instabilidade na ionosfera e os valores poderão atingir o nível 6.

Uma ejeção de massa coronal (EMC) ocorrida próxima à mancha solar 1429 às 21h24 BRT do dia 7 de março se propagou pelo espaço em direção à Terra a 2200 km/s (7.92 milhões de km/h) e deverá atingir a magnetosfera terrestre nas primeiras horas da manhã de quinta-feira.
O evento poderá provocar blecautes de radiopropagação, intermitências em equipamentos elétricos, reboots em computadores a bordo de satélites e dificuldades de travamento e sincronismo (lock) em receptores de GPS.
Essa anomalia magnética deverá durar por pelo menos 24 horas, quando é esperado um declínio dos níveis de ionização da ionosfera.
O gráfico acima mostra a anomalia do campo magnético terrestre obsevada no campus da universidade do Alasca durante a chegada das partículas carregadas provenientes da EMC ocorrida às 21h28 BRT de terça-feira, dia 6. O impacto das partículas elevou o nível KP para 6, valor que merece atenção.


7 de março 2012
Mancha solar ativa provoca tempestades geomagnéticas na Terra
A atividade da mancha solar 1429 vem aumentando e nas últimas horas foram observados diversos flares e ejeções de massa coronal de grande intensidade. Durante a madrugada, partículas carregadas ejetadas da estrela atingiram o campo magnético da Terra, provocando tempestades geomagnéticas que atingiram o nível KP-6.

Mancha Solar 1429
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Esse impacto foi provocado pela ejeção de massa coronal (CME) ocorrida na manhã do dia 6 de março, próxima à gigantesca mancha solar 1429.
Às 21h28 BRT de terça-feira, dia 6, outra CME ainda mais forte foi registrada na mesma região do Sol. O evento produziu um forte flare de classe X5, provocando um verdadeiro bombardeio de prótons que atingiu diretamente o satélite de observação solar SOHO. Essa emissão está nesse momento bombardeando o campo magnético da Terra e poderá provocar blecautes de radiopropagação e auroras boreais nas latitudes elevadas.
Para percorrer os 149 milhões de km que separam a Terra do Sol, as partículas carregadas viajaram a cerca de 6 milhões de km por hora.
De acordo com o Centro de Previsão de Clima Espacial dos EUA, SWPC, existem chances de ocorrerem novos flares de grande intensidade entre 7 e 9 de março.

Devido à posição da mancha solar 1429 estar se voltando em direção à Terra, podemos esperar mais instabilidades na ionosfera, que poderão atingir ou superar o nível KP-6.

Importante
Apesar do intenso bombardeio de radiação, não existem riscos para pessoas ou animais. O efeito maior é causado nas altas camadas da atmosfera, especialmente a ionosfera, onde poderão ocorrer distúrbios capazes de bloquear transmissões de rádio em baixa frequência. Não estão descartadas possibilidades de desvios significativos em bússolas nas latitudes equatoriais, assim como pequenos erros de geolocalização por GPS.

Partículas Carregadas
Após uma explosão solar ocorre a chamada "ejeção de massa coronal", uma gigantesca quantidade de gás ionizado que é emanado do Sol a velocidades altíssimas que superam facilmente a marca de 1 milhão de km/h.
Quando essa ejeção de partículas vem na direção da Terra, são bloqueadas e desviadas pelo campo magnético natural do planeta que as conduz na direção dos polos. O choque produz as chamadas tempestades geomagnéticas, com os inúmeros efeitos já descritos.

Consequências
Como vimos, a primeira consequência é a possibilidade de auroras boreais nas latitudes mais elevadas, provocadas pela ionização dos átomos de nitrogênio e oxigênio na atmosfera superior. Excitado, o nitrogênio emite fótons no comprimento de luz verde enquanto o oxigênio emite luz no espectro do vermelho.
Com relação às telecomunicações, as principais interferências ocorrem nos comprimentos de onda de frequências muito baixas - VLF - onde operam equipamentos de navegação e orientação de barcos e aeronaves. No entanto, devido à redundância de instrumentos utilizados para orientação e o uso de sistemas inerciais de orientação, esse seguimento é pouco afetado por tempestades solares.
GPS
Embarcações que utilizam exclusivamente GPS para orientação poderão também perceber pequenos erros de posicionamento. O motivo é que esses instrumentos baseiam-se no tempo que as ondas eletromagnéticas chegam até o receptor. Durante as tempestades geomagnéticas a ionosfera terrestre se torna mais densa no comprimento de onda utilizado pelo sistema GPS, retardando em alguns microssegundos a recepção dos sinais. No entanto, modelos computacionais conhecidos como Ionosferic Delay permitem aos operadores do sistema levar em conta esse atraso, introduzindo correções para que o erro seja minimizado.
Satélites e Redes Elétricas
Tempestades solares intensas também são responsáveis por danificar equipamentos a bordo de satélites e aumentar o arrasto deles na atmosfera, tornando frequente a necessidade de reposicionamento para que seja mantida a órbita programada.
O setor elétrico também sofre com as perturbações do Sol, que geram correntes elétricas induzidas nas linhas de transmissão. Dependendo da intensidade da tempestade e da região do planeta, as correntes induzidas podem danificar transformadores e em casos mais graves até mesmo explodir equipamentos, principalmente se localizados nas latitudes elevadas.

Fotos: No topo, imagem captada pelo satélite Laboratório de Dinâmica Solar, SDO, da Nasa. A cena mostra a violenta erupção de classe X5, ocorrida às 21h28 BRT do dia 6 de março de 2012, vista no comprimento do ultravioleta extremo. Acima, animação mostra o intenso bombardeio de prótons a que foi submetido o satélite de observação solar SOHO após a explosão. Créditos: Nasa/SDO, NASA/ESA/SOHO, Apolo11.com.

segunda-feira, 5 de março de 2012

MéMedico testa nova teoria sobre eficácia de 3 minutos de exercícios semanais

Médico testa nova teoria sobre eficácia de 3 minutos de exercícios semanais


Dr. Michael Mosley (BBC)
Atividades de curta duração beneficiariam pessoas de determinada configuração genética
Sessões semanais de exercícios intensos, com duração de apenas alguns minutos cada uma, seriam suficientes para que você obtenha muitos dos benefícios obtidos com horas de ginástica convencional, segundo concluíram estudos recentes.
Mas esses efeitos benéficos sobre a sua saúde e forma física são condicionais à sua configuração genética, ou seja, os especialistas dizem que apenas indivíduos com determinados genes conseguem se beneficiar do programa.
Quando li pela primeira vez estudos que diziam que eu poderia melhorar minha forma física de maneira significativa e mensurável fazendo apenas três minutos de exercícios intensos por semana, fiquei incrédulo.
Mas essa alegação aparentemente absurda tem como base muitos anos de pesquisas feitas em vários países, incluindo a Grã-Bretanha. Resolvi testar a teoria.

HIT

O especialista que me acompanhou durante o experimento é Jamie Timmons, professor de Biologia do Envelhecimento na Birmingham University, em Birmingham, na Inglaterra.
O programa de exercícios chama-se High Intensity Training (Treinamento de Alta Intensidade ou HIT, na sigla em inglês).
Timmons me assegurou de que fazendo apenas três minutos de HIT por semana durante quatro semanas consecutivas eu notaria mudanças sensíveis em vários indicadores da minha saúde.
O primeiro indicador - e o que mais me interessava - era a minha sensibilidade à insulina. A insulina remove o açúcar do sangue e controla a gordura no organismo. Quando ela deixa de produzir efeito, você fica diabético.
Meu pai era diabético e morreu por complicações decorrentes da doença.
Timmons foi enfático. Segundo ele, pesquisas feitas por vários centros mostram que três minutos de HIT por semana produzem uma melhoria de em média 24% na sensibilidade da pessoa à insulina.
De acordo com o especialista, a segunda melhoria que eu provavelmente notaria seria um aumento na minha resistência aeróbica - medida da capacidade dos pulmões e do coração de bombear oxigênio pelo seu corpo.
A resistência aeróbica é considerada um excelente indicador da saúde futura de uma pessoa, embora os especialistas não saibam explicar por que.
"O que se sabe é que trata-se de um indicador muito poderoso da sua saúde futura", disse Timmons.

Teste genético

Mosley se submete a teste
Regime de exercícios intensos não alterou resistência aeróbica de Mosley
Então, se eu conseguisse melhorar minha sensibilidade à insulina e minha resistência aeróbica, minha saúde de maneira geral ficaria melhor.
Mas Timmons disse que existia um probleminha em potencial. Segundo ele, havia uma pequena chance de que eu não apresentasse melhoras na minha saúde. Não porque o programa HIT não funcione, mas por causa da minha herança genética.
Cada pessoa reage a exercícios de forma diferente. Em um estudo internacional feito com mil pessoas, pesquisadores pediram a participantes que fizessem quatro horas de exercícios por semana durante 20 semanas consecutivas.
A resistência aeróbica dos voluntários foi medida antes e depois do programa de exercícios. Os resultados foram impressionantes.
Embora 15% das pessoas tenham conseguido grandes avanços, 20% não apresentaram qualquer melhoria.
Os pesquisadores disseram que não havia indícios de que o grupo que não obteve avanços não tivesse se exercitado adequadamente. A equipe concluiu que o exercício simplesmente não produziu efeitos sobre a resistência aeróbica daquele grupo.
Timmons e seus colaboradores investigaram as razões por trás dessas respostas variadas e descobriram que muitas das diferenças podem ser relacionadas a um pequeno grupo de genes.
Com base nessa descoberta, eles desenvolveram um teste genético para prever quem tem mais chances de responder bem ao programa e quem não tem.
Fui convidado a fazer o teste, mas para evitar que minha resposta ao programa de exercícios fosse influenciada, Timmons só revelaria os resultados do teste genético após eu completar o meu programa de HIT.
Concordei. Foi colhida uma amostra do meu sangue. Também fui submetido a alguns outros testes para avaliar como estava minha aptidão física antes de começar o programa. Depois, comecei meu HIT.

A todo vapor

Na verdade, HIT é muito simples. Você monta em uma bicicleta ergométrica, se aquece fazendo exercícios moderados por dois minutos, depois pedala a toda velocidade - o mais rápido possível - por 20 segundos.
Nova sessão pedalando por dois minutos para recuperar o fôlego e, depois, outros 20 segundos pedalando com força máxima.
Uma terceira sessão de dois minutos pedalando moderadamente e mais 20 segundos a todo vapor. Pronto, está encerrada a sessão semanal de HIT.
Mas como é que o HIT funciona? Timmons e outros pesquisadores com quem conversei acham que provavelmente esse tipo de exercício usa muito mais tecido muscular do que exercícios aeróbicos convencionais.
Quando você faz HIT, não está usando apenas os músculos da perna, mas também do parte superior do corpo, incluindo os braços e ombros.
Como resultado, 80% das células musculares do organismo são ativadas em comparação a exercícios como andar, correr ou andar de bicicleta moderadamente - onde estariam sendo ativadas de 20% a 40% das células musculares.
Exercícios também parecem ser necessários para quebrar os estoques de glicose do organismo. Eles ficam armazenados na forma de uma substância chamada glicogênio. Se você destrói esses estoques, abre espaço para mais glicose que é retirada do sangue e armazenada.
Um tanto quando cético, segui o programa de HIT durante quatro semanas, fazendo um total de 12 minutos de exercício intenso e 36 minutos de exercício moderado nesse período. Depois, voltei ao laboratório para ser submetido a novos testes.
Os resultados foram ambíguos. Minha sensibilidade à insulina melhorou significativamente - 24% - o que me deixou muito satisfeito. Mas minha resistência aeróbica não melhorou.
Fiquei decepcionado, mas Timmons não se surpreendeu.
É que o exame genético que haviam feito em mim tinha revelado que eu não responderia aos exercícios.
Não importa quanto exercício eu tivesse feito, ou que tipo. Minha resistência aeróbica não teria melhorado.
Vou continuar a fazer o HIT porque consigo ver os benefícios. O programa não é adequado a qualquer pessoa porque, embora seja curto, é extremamente intenso.
Antes de tentar qualquer novo programa de exercícios, especialmente se você sofre de algum problema físico, consulte seu médico.
O médico Michael Mosley apresentou o programa Horizon: The Truth About Exercise, transmitido pela BBC na Grã-Bretanha no dia 28 de fevereiro 

BBC BRASIL