segunda-feira, 25 de abril de 2011

Conhecimento: Veja as linhas do campo magnético da Terra


Invisível, o campo magnético terrestre é um dos principais fenômenos naturais que permitem a vida em nosso planeta. Sem ele, partículas altamente carregadas vindas do Sol e do espaço profundo atingiriam a superfície, fulminando os seres vivos ou mudando drasticamente as formas de vida como as conhecemos.
Linhas do campo magnético da Terra
Apesar de invisível, existem diversas formas de observar a aparência e o comportamento de um campo magnético. Uma dessas formas é a clássica experiência de escola, onde um pequeno ímã em forma de barra é colocado embaixo de uma folha de papel. Quando depositamos sobre essa folha uma pequena quantidade de limalha de aço, as linhas do campo magnético se revelam em interessantes padrões geométricos.
Naturalmente, não podemos fazer o mesmo com a Terra. Seria impossível viajarmos até o espaço e lançar ao redor do planeta toneladas de pó de ferro somente para ver as linhas do campo magnético. No entanto, com auxílio de instrumentos a bordo dos satélites podemos fazer algo bem parecido e com resultados ainda melhores.
A imagem acima foi criada pelo Centro Espacial Goddard, da Nasa, e foi baseada em dados coletados no espaço desde o início da Era Espacial. Na cena, os traços laranja e azul equivalem aos desenhos geométricos das limalhas de ferro do experimento escolar e mostram a orientação norte-sul das linhas do campo magnético da Terra.
Para a visualização, no lugar do pó de ferro os cientistas usaram os dados de sensores de radiação, capazes de detectar e contar as partículas atômicas - prótons e elétrons - que se movem no espaço ao redor do planeta. No entanto, diferente do padrão simétrico do experimento escolar, a imagem revela que a as linhas do campo magnético terrestre são deformadas e empurradas no sentido oposto àquele iluminado pelo Sol.

linhas do campo magnético
Isso acontece devido ao vento solar, uma espécie de jato de partículas eletricamente carregadas sopradas pela estrela, que distorce e empurra as linhas do campo magnético da Terra. Em algumas situações, as perturbações são tão intensas que a interação com o campo magnético produz surtos de correntes extremamente elevados, capazes de causar danos nas redes de distribuição elétrica, panes em satélites e bloqueios nas transmissões de rádio.

Ilustrações: No topo, Concepção artística mostra as linhas do campo magnético, de acordo com dados coletados por mais de 50 anos, desde o início da Era Espacial. Acima, experimento clássico mostra as linhas do campo magnético ao redor de um ímã em forma de barra.
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Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Conhecimento_Veja_as_linhas_do_campo_magnetico_da_Terra&posic=dat_20110425-105159.inc

Cientistas confirmam: estrela de Orion está diminuindo

Orion é uma constelação que as pessoas aprendem a reconhecer desde pequeno. Formada pelas "Três-Marias" cercadas por quatro estrelas de grande brilho, a constelação apresenta um desenho simétrico belo e harmonioso, mas alguma coisa bastante estranha está acontecendo ali e uma das estrelas mais conhecidas está simplesmente diminuindo de tamanho.
Apesar de estar a 500 anos-luz de distância, Betelgeuse é uma das estrelas mais brilhantes do firmamento. Classificada como gigante vermelha, a estrela é 900 vezes maior que o Sol e se fosse colocada dentro Sistema Solar cobriria toda a região entre a Terra e o planeta Saturno.
No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Berkeley, nos EUA, mostrou que Betelgeuse está diminuindo de diâmetro e nos últimos 15 anos encolheu 15% seu tamanho. O estudo foi realizado com auxílio de um interferômetro em infravermelho acoplado ao telescópio de Monte Wilson, na Califórnia, e aceito para publicação no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.
De acordo com Charles Townes, co-autor do trabalho, o raio de Betelgeuse encolheu o equivalente à distância entre Vênus e o Sol. "Vamos observar atentamente a estrela nos próximos anos. É perturbador ver essa mudança acontecendo diante de nossos olhos".
Apenas para lembrar, Charles Townes ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1964 pelos estudos no desenvolvimento do laser e maser, o equivalente do laser no espectro das microondas.
Vale ressaltar que apesar do encolhimento, a magnitude luminosa da estrela não se alterou, não sendo detectada redução de brilho significativa. Do ponto de vista observacional a estrela se apresenta como uma esfera simétrica, mesmo após Townes e seu aluno Ken Tatebe terem detectado um ponto de luz bastante brilhante na superfície estelar.
Outro co-autor do trabalho, o pesquisador Edward Wishnow também disse não entender porque Betelgeuse está diminuindo. "Levando em conta tudo que sabemos sobre o Universo e as galáxias, existem algumas coisas sobre as estrelas que simplesmente não sabemos. Uma dessas coisas é sobre o que ocorre quando estrelas gigantes vermelhas como Betelgeuse se aproximam do fim da vida", disse o cientista.

Supernova
O cientistas sabem que o fim de Betelgeuse será na forma de uma cataclísmica explosão chamada supernova, mas não existe consenso sobre quando isso irá ocorrer. Alguns afirmam que as mudanças sejam um sinal de que Betelgeuse já esgotou todo seu hidrogênio e está na fase de consumir os elementos mais pesados de interior, caminhando para a explosão supernova dentro de mil anos. Outros acreditam que Betelgeuse deverá sobreviver mais tempo.
Uma supernova é um dos eventos astronômicos de maior magnitude. Quando Betelgeuse explodir seu brilho será 10 mil vezes maior e equivalerá a um pequeno ponto com o brilho da Lua cheia. O fulgor deverá durar alguns meses e poderá ser visto facilmente durante o dia. Em seguida a estrela irá se apagar gradualmente, se transformando em uma estrela de nêutrons com poucas centenas de quilômetros.
Quando isso acontecer, a bela constelação de Orion ficará desfalcada de um de seus vértices, tornando as noites de verão e outono ligeiramente diferentes das que estamos acostumados. Quem viver, verá!

Foto: No topo, carta celeste mostra a constelação de Orion, com as Três-Marias ao centro e Betelgeuse em um dos vértices. No destaque a gigante vermelha, como vista pelo telescópio espacial Hubble em novembro de 2004. Créditos: Apolo11.com/Nasa/Hubble Space Telescope.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Magnésio para o coração bater no ritmo


COMPLEMENTOS

Caprichar no consumo desse mineral resguarda o peito contra arritmias. E o melhor: ele é facilmente encontrado nas castanhas e até na singela salsa.


Calma: é preciso muito descuido para que se instale uma carestia do mineral no organismo. É que o nutriente está presente em tantos alimentos que, mesmo sem perceber, a gente acrescenta boas doses dele ao prato, desde que a dieta seja balanceada. "Vegetais folhosos verde-escuros, legumes, frutas como o caju, a banana e a maçã, cereais integrais, nozes e castanhas são alguns exemplos", enumera Lucy Aintablian Tchakmakian, nutricionista e coordenadora adjunta do curso de nutrição do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo.

As veias e as artérias que passam pelo órgão bombeador de sangue também são beneficiadas quando o sal mineral corre por ali com frequência. Ele atua na coagulação sanguínea, processo em que muitas substâncias interagem entre si para criar uma placa grossa que impede o escoamento do líquido vermelho. "As plaquetas são partículas formadas pela medula óssea e têm a capacidade de aderir a qualquer superfície quando fora dos vasos", explica o cardiologista Enrique Pachón. Assim, diante de um reles machucado, inicia-se a coagulação. Só que, quando há falhas no processo, originam-se os temidos trombos, que ameaçam entupir os vasos. Eles estão entre os estopins para infartos e derrames. "O magnésio é importante porque, sem ele, as plaquetas se tornam mais aderentes, propiciando os tais trombos", revela Pachón.

Outro motivo para o coração não perder a marcha vem do poder do magnésio em aumentar a sensibilidade à insulina. Por isso, ele ajuda a reduzir as taxas de açúcar no sangue e previne o diabete, um dos fatores de risco para problemas cardiovasculares. Pesquisa realizada na Universidade Justus-Liebig, na Alemanha, revela que suplementos diários do mineral, ingeridos por seis meses pelos participantes, são capazes de reduzir em quase 10% os níveis de glicose circulante. "O magnésio auxilia o transporte do açúcar através das membranas celulares e influencia na sua queima", explica a endocrinologista Monica Cabral, da Sociedade Brasileira de Diabetes. "O consumo insuficiente do mineral poderia provocar maior resistência à insulina, especialmente em pacientes com diabete tipo 2."

Como os nossos rins têm a capacidade de eliminar o excesso de magnésio, uma dieta rica no nutriente não traz riscos à saúde, exceto se quantidades muito além da conta forem ingeridas. E, nesse caso, o corpo dará sinais de que algo está errado. O melhor é manter o ritmo — o coração que o diga! — e não pecar nem pela falta nem pelo excesso.
TOP 10 DO MINERAL

Abaixo estão alguns dos alimentos mais ricos em magnésio. O número ao lado de cada um deles revela quanto possuem do nutriente em cada 100 gramas:

Salsinha crua: 698 mg
Cebola crua: 404 mg
Castanha-do-pará: 365 mg
Semente de linhaça: 347 mg
Castanha de caju torrada com sal: 327 mg
Amêndoa torrada e salgada: 222 mg
Café: 165 mg
Nozes: 153 mg
Espinafre refogado: 123 mg
Aveia em flocos: 119 mg

ELE NÃO GOSTA DE…
Em excesso, o cálcio dos laticínios, o fósforo do feijão, os fitatos dos cereais e o ácido oxálico do chá preto prejudicam a absorção de magnésio. Isso ocorre porque eles formam complexos insolúveis com o mineral, dificultando seu aproveitamento pelo organismo. "Consumir bebidas diuréticas, como a cerveja, também diminui sua absorção", lembra a nutricionista Luciana Setaro, da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Já as proteínas das carnes, a vitamina D da gema de ovo e a lactose do leite favorecem sua assimilação.
301 FUNÇÕES
Além de agir no coração, o magnésio tem participação em cerca de 300 processos fundamentais no corpo. Ele entra na formação de dentes e ossos, ajuda na transmissão dos impulsos nervosos, intervém no relaxamento dos músculos e na produção de energia celular… Ufa!
 

As gorduras da felicidade e as da depressão


As insaturadas, do azeite de oliva, do abacate e do salmão, afastam a tristeza profunda. Já as trans e as saturadas, dos doces e da carne vermelha, aumentam em até 50% o risco de a doença aparecer.


Esqueça aquela história de afogar as mágoas devorando um sorvete ou um pastel. A tática piora a situação e, agora, isso está provado cientificamente. E atenção: não só porque engordam, abalando de vez a autoestima. "Os ácidos graxos trans, presentes nessas comidas, aumentam em até 50% o risco de depressão", revela a epidemiologista Almudena Villegas, da Universidade Las Palmas, na Espanha, que pesquisa a substância há anos e acaba de divulgar seu último trabalho. "Quanto maior a quantidade ingerida, maior o risco de ficar deprimido", diz.

A lista de alimentos na corda bamba inclui industrializados como biscoitos, sorvetes, margarinas, salgadinhos e frituras. Eles recebem altas doses de gordura trans para se tornar crocantes. Uma vez dentro do corpo, aumentam o colesterol ruim e fazem um mal danado ao coração — além de prejudicarem os mecanismos cerebrais envolvidos no controle do humor. As gorduras saturadas, da carne vermelha, também foram enquadradas. Assim como as trans, elas têm um elo estreito com a depressão. E, de novo, quanto mais são consumidas, pior.

Felizmente, há outros ácidos graxos que combatem os efeitos nefastos da tristeza patológica. Os insaturados, do azeite de oliva e do abacate, têm esse papel. "O consumo de 20 gramas diários do óleo de oliva foi associado a uma probabilidade até 30% menor de ocorrência do problema", afirma Almudena. "Isso ocorre porque suas gorduras facilitam a passagem de informações entre os neurônios. Assim, evitam falhas que poderiam desencadear o transtorno", explica o psiquiatra Sérgio Klepacz, do Hospital Samaritano de São Paulo. "Já as trans dificultam a comunicação entre as células nervosas, porque envolvem a membrana do neurônio e o tornam menos fluido." E, se o fluxo de mensagens ali míngua, é quase certo que a depressão sem fim vá se instalar.
Mas como é, enfim, que uma simples escolha alimentar pode desencadear ou piorar os sintomas de uma doença tão complexa como a depressão? A resposta é complicada e passa, inclusive, por mecanismos envolvidos na fabricação de substâncias lá no coração. "As gorduras trans e saturadas aumentam a produção de moléculas denominadas citocinas. Elas são pró-inflamatórias e promovem alterações no endotélio, membrana que reveste internamente o tecido cardíaco", conta Almudena. O problema é que o tal do endotélio é responsável pela síntese de uma proteína conhecida como BDNF, superimportante para o crescimento e a capacidade de regeneração dos neurônios. Dessa forma, se ele não trabalha direito, desencadeia uma reação que se reflete nas células nervosas, que, sem conseguir se comunicar direito, deixam o caminho livre para o tempo fechar."As citocinas também interferem na ação dos neurotransmissores, as moléculas que atuam no processo de transmissão nervosa", completa a pesquisadora espanhola. Elas diminuem a disponibilidade de substâncias precursoras da serotonina, neurotransmissor que age como um papa do bem-estar. E aí o corpo fica a um passo da depressão. "As causas da doença ainda não estão completamente determinadas", afirma a psiquiatra Sandra Carvalhais, presidente da Associação Mineira de Psiquiatria. "Mas sabemos que alterações neuroquímicas, sobretudo o desequilíbrio das funções dos neurotransmissores, estão relacionadas ao seu desenvolvimento." Tanto que os remédios antidepressivos atuam, primordialmente, na tentativa de balancear essas alterações.

Só não vale extrapolar e achar que a fritura do final de semana é responsável por qualquer baixo-astral. "A enfermidade tem várias causas, e o que a caracteriza não é apenas o maior grau de tristeza", esclarece o psiquiatra José Romildo Bueno, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria. "O deprimido perde as expectativas, vê-se sem horizontes, sentese impotente, incapaz e tem elevado grau de pessimismo." Além disso, sofre com a perturbação dos estados de sono e de vigília, com a alteração do apetite e da libido, com a perda de concentração e com a sensação de que o tempo não passa.

Ainda bem que, como os cientistas espanhóis descobriram, nem todas as gorduras foram colocadas na linha de fogo da saúde mental e algumas podem contrabalançar esses tristes danos, como é o caso das insaturadas. Elas beneficiam a cachola em duas frentes. "Primeiro, agem como antioxidantes e anti-inflamatórios, combatendo os radicais livres que promovem inflamações pelo corpo", lembra Almudena. Assim, protegem o endotélio — aquele, lembre-se, ligado à produção de uma proteína importante para o equilíbrio mental — contra o ataque das gorduras maléficas. "Segundo, facilitam o encaixe da serotonina a seus receptores cerebrais, o que agiliza a transmissão dos impulsos nervosos", completa.

Agora que a gente sabe quais gorduras fazem parte de cada time, não é difícil se precaver. Vale o alerta, no entanto, de que mudar a composição do prato não soluciona o problema, caso ele já tenha marcado presença. "Uma dieta mais equilibrada ajuda, mas não acaba com a depressão. O tratamento nutricional deve ser coadjuvante dos métodos tradicionais", alerta o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. E, se dá para comer e ficar mais feliz, por que não tentar?
OUTROS NUTRIENTES DO BEM-ESTAR

Assim como as gorduras insaturadas, eles melhoram a ação dos neurotransmissores e evitam o mau humor

FOLATO
A deficiência dessa vitamina contribui para falhas na fabricação de neurotransmissores, principalmente a serotonina, que dá um barato natural.

TRIPTOFANO
Esse aminoácido é precursor da serotonina. Sem triptofano, a produção dessa substância é insuficiente.

B6
A vitamina entra na receita das enzimas responsáveis pela síntese de substâncias químicas nervosas que regulam nosso estado de espírito.

B12
Atua na prevenção dos sintomas da depressão e ajuda a afastar os pensamentos negativos e a fadiga provocados pela doença.

ÔMEGA-3
"Essa gordura melhora a transmissão neuronal e a capacidade do sistema nervoso de se adaptar a alterações", explica a nutricionista Luciane Felix, do Conselho Regional de Nutricionistas do Distrito Federal. Além disso, o ômega-3 dá um chega pra lá em substâncias por trás de inflamações. As futuras mamães têm de caprichar no consumo de suas fontes. Isso porque esse ácido graxo tem participação crucial no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sonda Messenger faz foto inédita a partir da órbita de Mercúrio

No dia 17 de março de 2011, a sonda espacial Messenger entrou com sucesso no domínio gravitacional de Mercúrio e passou a girar definitivamente na orbita do planeta. Alguns dias depois, em 29 de março, a nave fez a primeira imagem orbital do astro, 37 anos depois da primeira e histórica aproximação da nave Mariner 10, em 1974.
Mercurio visto pela sonda messenger em março de 2011
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"Alcançar a órbita de Mercúrio foi o maior passo desde que a Messenger foi lançada há seis anos e meio", disse Peter Bedini, gerente do projeto Messenger junto ao Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins. "Essa conquista é fruto de uma tremenda quantidade de trabalho por parte dos responsáveis pela navegação, orientação e controle da missão, que rastrearam a nave por mais de 3.7 bilhões de quilômetros".
A sonda foi lançada em 3 de agosto de 2004 e antes de entrar na órbita de Mercúrio fez duas aproximações do planeta Vênus, com o objetivo de ganhar o impulso necessário para alcançar seu destino. Antes, porém, já havia passado pelas proximidades de Mercúrio por quatro vezes, até ser finalmente inserida na órbita planejada.
Quando em operação, a sonda circundará o planeta duas vezes e meia a cada hora, em uma órbita altamente elíptica que a coloca entre 200 km de altitude e 15 mil km de altitude. Esse padrão foi escolhido para proteger a nave das altas temperaturas encontradas naquela região do Sistema Solar.
região norte de mercúrio
Após a primeira imagem feita no dia 29 de março, a Messenger registrou mais de 363 cenas antes de enviar os dados à Terra. Como os experimentos científicos só começam de fato em 4 de abril, os registros estão relacionados à saúde da nave, principalmente aos sistemas de alimentação e orientação.

Mercúrio
Mercúrio é o menor planeta do Sistema Solar e também o mais próximo do Sol. Seu diâmetro é um pouco menor que a metade da Terra e ao contrário do que muitos pensam, Mercúrio não é um planeta vermelho. Seu nome é atribuído aos romanos em homenagem ao veloz mensageiro dos deuses, já que parecia mover-se no céu mais depressa do que qualquer outro objeto.
De todos os planetas do sistema solar é o que menos foi visitado e seu estudo direto através de telescópios é muito prejudicado devido à proximidade da estrela. Só pode ser visto antes ou depois do nascer e pôr-do-Sol, e nestas ocasiões está tão baixo no horizonte que sua luz refletida tem que passar por uma camada muito densa de atmosfera, o que prejudica ainda mais sua observação.
A colocação da Messenger na órbita de Mercúrio deverá trazer mais luz às questões sobre a formação e evolução do planeta. Para isso a sonda é dotada de diversos instrumentos.
Instrumentos
O MDIS é um dos mais importantes instrumentos a bordo da Messenger, mas não é o único. Enquanto para os simples mortais as imagens captadas já bastam para satisfazer a curiosidade, para os especialistas elas fazem parte de um conjunto de informações que ajudarão a construir o grande quebra-cabeça chamado Mercúrio. É por isso que as sondas são dotadas de diversos sensores diferentes, cada um com uma finalidade específica.
A análise da composição química da atmosfera e da superfície ficará a cargo do instrumento MASCS (Mercury Atmospheric and Surface Composition Spectrometer), um espectrômetro completo de última geração capaz de realizar múltiplas análises simultâneas. O MASCS trabalhará em conjunto com outros dois espectrômetros operando nos comprimentos de onda de raios-x e raios-gama.
Para o estudo do campo magnético a sonda leva a bordo o sensor MAG, um magnetômetro de alta precisão que auxiliará os cientistas a compreender melhor a formação e composição do núcleo mercuriano.
Outros instrumentos fazem parte da lista de equipamentos a bordo da Messenger. Para avaliar a interação entre o ambiente espacial e o vento solar a espaçonave está dotada de um espectrômetro de plasma e partículas energéticas enquanto a topografia de Mercúrio será sondada por um altímetro-radar, que fornecerá importantes dados para a construção de um novo mapa tridimensional do planeta.

Validação dos dados
Os dados coletados pela Messenger não chegarão à Terra em tempo-real. Antes serão avaliados pelos computadores de bordo e uma vez que todas as medidas forem completadas serão retransmitidos. Segundo os cientistas ligados à Universidade Johns Hopkins, cada pacote de dados levará aproximadamente 22 horas para ser processado e enviado à Terra.
Saiba tudo sobre a Sonda Messenger

Arte: No topo, primeira imagem feita pela sonda Messenger a partir da órbita de Mercúrio. Na sequência, cena da região do polo norte do planeta, mostrando uma região nunca vista por nenhuma outra nave. Acima, concepção artística mostra a sonda orbitando o planeta. Crédito: Nasa/JHU-APL.