terça-feira, 29 de março de 2011

sábado, 26 de março de 2011

Observatório espacial comprova existência de tsunami solar


Alguns anos atrás, os físicos solares testemunharam pela primeira vez uma gigantesca onda de plasma se propagando pela superfície do Sol. A dimensão do fenômeno era tão grande que apesar de estarem presenciando o evento, não podiam acreditar no que viam. Naquela ocasião, a enorme onda ergueu-se mais alto que a Terra para em seguida despencar sobre a superfície, formando padrões circulares de milhões de quilômetros de circunferência.

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Céticos, diversos observadores sugeriram que o fenômeno poderia ser alguma sombra ou ilusão de ótica provocada por efeitos atmosféricos. Aquilo poderia ser tudo, menos uma onda real.
O tempo passou e diversos estudos foram feitos, mas uma imagem captada em fevereiro de 2009 pelo satélite Stereo deu um xeque-mate no problema. A imagem mostrava uma gigantesca explosão próxima à mancha solar 11012, arremessando uma nuvem de mais de 1 bilhão de toneladas de gás aquecido ao espaço, provocando uma gigantesca onda na superfície do Sol. "Agora nós sabemos", disse Joe Gurman, do Laboratório de Física Solar do Centro Espacial Goddard, da Nasa. "Os tsunamis solares realmente existem".
"Aquilo foi definitivamente uma onda", disse Spiros Patsourakos, ligado à universidade de Mason e autor do paper publicado esta semana no periódico Astrophysical Journal Letters. "Não é uma onda comum, de água. É uma gigantesca onda de plasma e magnetismo", explicou.
O nome técnico para o novo fenômeno é Onda Magneto-hidrodinâmica de Modo Rápido, ou MHD e foi captado com grande precisão por um dos satélites Stereo, que estuda o Sol. Na imagem, a gigantesca ejeção de massa coronal, CME, atinge 100 mil km de altitude e se desloca a 250 km/s, com energia igual a nada menos que 2.4 gigatoneladas de TNT, o equivalente a 150 mil bombas atômicas similares às que caíram sobre Hiroshima em 1945.
Os tsunamis solares foram descobertos em 1997 através de imagens captadas pelo Telescópio Solar e Heliosférico SOHO e desde então foram motivos de diversas controvérsias entre os cientistas. Em maio de 2009, outra ejeção de massa coronal explodiu em uma região ativa na superfície do Sol e foi registrada pelo satélite SOHO como uma gigantesca onda que praticamente atravessou a superfície do Sol.
Os tsunamis solares não representam uma ameaça direta à Terra, mas são extremamente importantes para o estudo do astro-rei. "Podemos usá-los para diagnosticar as condições atuais do Sol e tentar prever quando as tempestades solares podem ocorrer. Ao observar como as ondas se propagam, podemos coletar informações sobre as camadas mais baixas da atmosfera solar e que de outra forma não seriam possíveis", disse Gurman.


Foto: No topo, imagem captada pelo satélite de observação solar STEREO mostra a gigantesca onda se propagando pelo disco solar após ejeção de massa coronal ocorrida em fevereiro de 2009. No detalhe, imagem captada pelo observatório Soho mostra uma proeminência que parece dançar no limbo solar (parte superior esquerda). Instantes depois uma ejeção de massa coronal é lançada ao espaço. Crédito: Nasa/Solar and Heliospheric Observatory (SOHO)/STEREO (Solar Terrestrial Relations Observatory).

quinta-feira, 24 de março de 2011

Azeite contra a osteoporose


Guarde bem este nome: oleuropeína. A substância, encontrada no azeite de oliva extravirgem, é a nova arma da nutrição para evitar e combater a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea

por LÚCIA NASCIMENTO design EDER REDDER e NATH PEREIRA fotos DERCÍLIO

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O cálcio que se cuide, porque seu posto solitário de melhor companheiro do esqueleto anda ameaçado. Calma, o mineral não vai perder seu lugar de destaque como protetor dos ossos — muito longe disso. A questão é que a ciência descobre fortes concorrentes para dividir com ele essa prestigiada posição. É o caso da oleuropeína, presente no azeite de oliva. Um estudo da Universidade de Córdoba, na Espanha, revela que esse tipo de polifenol aumenta a quantidade de osteoblastos, células que fabricam osso novinho em folha. Consumi-la, portanto, traria imensas vantagens para manter o arcabouço do corpo em pé ao longo da vida.

“O tecido ósseo é dinâmico, destruído e construído constantemente”, explica o geriatra Rodrigo Buksman, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, em Brasília. Os osteoblastos ajudam justamente a realizar a reconstrução. É como se fossem a massa corrida colocada na parede para tapar os furos que aparecem com o tempo. Sem essas células, os buracos ficam maiores, os ossos se enfraquecem e cresce o risco de fraturas. O envelhecimento e a menopausa provocam uma queda na concentração de osteoblastos no organismo. Daí a importância da reposição desses construtores, que recebem um belo reforço com a inclusão do azeite de oliva extravirgem no dia a dia, a melhor fonte de oleuropeína. “Aos 30 anos nosso corpo atinge a quantidade máxima de massa óssea e, a partir daí, começa a perdê-la”, nota o ortopedista Gerson Bauer, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Por isso é que se diz que a prevenção da osteoporose se inicia muito antes da maturidade. “Essa doença se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea, o que torna os ossos mais frágeis e propensos às fraturas”, arremata a nutricionista Clarisse Zanette, mestre em ciências médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com o azeite, no mínimo, esse processo destrutivo demora mais tempo para ocorrer. E, se alguém quiser substituir sua fonte de oleuropeína de vez em quando, saiba que existe mais uma opção. “A substância também é fornecida pela azeitona, de onde o óleo é extraído”, diz Clarisse.

Não são apenas os ossos que se deliciam quando saboreamos um prato regado a azeite. O coração também se beneficia, porque suas veias e artérias ficam livres de entraves. “A gordura monoinsaturada, principal constituinte do óleo, interfere nos receptores do fígado que captam o colesterol circulante”, explica o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo. “Assim, há uma redução nas taxas da sua versão ruim, bem como de sua quantidade total.” Já os compostos fenólicos do azeite diminuem a oxidação do colesterol, processo crucial para a formação das placas que obstruem as artérias e causam as doenças cardiovasculares. “Esse poder se deve à sua intensa atividade antioxidante”, justifica a cardiologista Paula Spirito, do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. “Esses compostos impedem que os radicais livres — moléculas que provocam danos às células — oxidem o colesterol e contribuam com o aparecimento de placas nos vasos.” A circunferência abdominal é outra que agradece o consumo do azeite. É que o alimento ajuda a evitar a inflamação de uma área do cérebro chamada hipotálamo, fenômeno provocado por dietas ricas em gorduras saturadas, presentes nas carnes e nos produtos de origem animal. Como o hipotálamo é o pedaço responsável pelo controle da fome e do gasto energético, não é um exagero dizer que o óleo de oliva auxilia a manter a harmonia na massa cinzenta e, assim, a afastar os quilos a mais. Além disso, ele acelera a produção de um hormônio chamado GLP 1, que age na cachola aumentando a saciedade e reduzindo o apetite.

A oleuropeína — voltamos a falar dela — tem participação no pelotão antiinflamatório. “Esse polifenol tem propriedades antioxidantes significativas, inibe a agregação de plaquetas e reduz a formação de moléculas inflamatórias em todo o corpo”, afirma a nutricionista Mércia Mattos, da Faculdade de Medicina de Marília, no interior paulista. Tantas propriedades se refletiriam em um menor risco de uma porção de males, entre eles infartos e derrames. Por falar em proteção, vale destacar, ainda, que esse antioxidante também resguarda as mitocôndrias, estruturas dentro das células responsáveis pela obtenção de energia — dessa forma, fica mais difícil uma célula se aposentar antes da hora.

Quando regamos o prato com azeite extravirgem, porém, não ganhamos apenas boas doses de oleuropeína. O tempero é uma ótima fonte de vitamina E. “Esse nutriente retarda o envelhecimento das células, diminuindo o risco de tumores e doenças do coração”, aponta a nutricionista Soraia Abuchaim, do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio Grande do Sul. O melhor é que, para desfrutar de tudo isso, bastam 2 colheres por dia. Mas tem que ser do tipo extravirgem, que concentra maiores teores da substância. De preferência, use-o em saladas e ao finalizar pratos quentes — o azeite não gosta de calor e, se for lançado ao fogo, perde grande parte de suas qualidades. E só o sabor, nesse caso, não basta, certo?

 

Mistérios da ciência: Os estranhos sons do fundo do mar


Em agosto de 1977, um estranho sinal vindo da constelação de Sagitário chegou às antenas do radiotelescópio Big Ear, da Universidade de Ohio. Batizado de Wow, o sinal permanece sem explicação até os dias de hoje. Vinte anos depois, outro sinal, dessa vez vindo das profundezas do oceano também chamou a atenção dos pesquisadores. O evento nunca mais se repetiu e também permanece um mistério sem solução.
espectrograma Bloop

Ouça o sinal Bloop
Ao contrário do sinal Wow captado no comprimento de onda de 21 cm (1420.4556 MHz), o sinal de 1997, batizado de Bloop tinha origem mecânica e foi registrado por microfones de alta profundidade ao largo da costa sul da América do Sul, abaixo das coordenadas 50S e 100W.
Muito forte
De acordo com pesquisadores da NOAA, Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos EUA, o ruído foi emitido diversas vezes durante o verão de 1997 e foi forte o suficiente para ser captado por múltiplos sensores em um raio de 5 mil quilômetros.
A gravação do áudio mostra claramente um sinal muito forte de frequência crescente de um minuto de duração. Embora o som tenha muitas semelhanças com aqueles vocalizadas pelos organismos vivos, segundo os especialistas nem mesmo a baleia azul é grande o suficiente para emitir um som tão intenso.
O intrigante som despertou a curiosidade de diversos cientistas e até mesmo a hipótese da existência de um grande mamífero desconhecido habitando o fundo dos oceanos foi levantada. Outros pesquisadores menos imaginativos acreditam que o ruído possa ter sido provocado por algum tipo de iceberg.
Apesar de outros sons estranhos e igualmente fortes terem sido detectados ao longo dos anos, o som Bloop nunca mais foi ouvido.
Outros sons
Apesar do som Bloop ter chamado a atenção dos pesquisadores pela sua intensidade e única detecção, outros sons provenientes do fundo do oceano também são alvo de investigação e também permanecem um enigma a ser desvendado pelos cientistas.
Julia
O som foi gravado em 1 de março de 1999 às 22h18 UTC abaixo das coordenadas 15S e 98W. A fonte do som é desconhecida, mas foi forte o bastante para ser captado por todos os sensores da Matriz de Hidrofones do Pacífico Equatorial. A duração é de aproximadamente 15 segundos, com frequência compreendida entre 0 e 50 Hertz. Da mesma forma que o som Bloop, foi acelerado 16 vezes para ser apresentado.
espectrograma Julia

Ouça o som Julia
Train
Esse espectrograma foi registrado em 5 de março de 1997 e mostra um som que também cresce em frequência, mas com variação bem menos acentuada que os outros registros. Frequência entre 0 e 50 Hertz e áudio acelerado 16 vezes.
espectrograma Train

Ouça o sinal Train
Upsweep
Este som foi detectado quando o Pacific Marine Environmental Laboratory, PMEL, começou os registros em 1991. O áudio consiste em um longo trem de pulsos de banda estreita e varredura crescente, com diversos segundos de duração. Da mesma maneira que os sons anteriores, a fonte emissora é bastante intensa e o sinal foi registrado em todo o Pacífico. Aparentemente é um som sazonal, com picos durante o outono e primavera.
espectrograma Upsweep

Ouça o sinal Upsweep
Sua localização é próxima a um local de atividade sísmica e vulcânica, sob as coordenadas 54S e 140W, mas a origem do som é desconhecida. O nível das emissões vem decaindo desde 1991, mas os sons ainda são captados pela Matriz de Hidrofones do Pacífico Equatorial, da NOAA.


Gráficos: Série de espectrogramas mostra diversos sons captados no oceano Pacífico e que até hoje são alvo de investigação por parte dos cientistas. Nesses espectrogramas, o eixo horizontal representa o tempo enquanto o eixo vertical a frequência. A intensidade do sinal é mostrada de acordo com a variação do brilho e cor e cor e quanto mais claro, mais intenso é o sinal registrado. Crédito: Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, PMEL/NOAA.

terça-feira, 22 de março de 2011

Aposte nos alimentos que roubam calorias. Sim, eles existem e derrubam o ponteiro da balança


Emagreça com Saúde!

Já ouviu falar em caloria negativa? As comidas desse grupo exigem que o corpo queime mais calorias do que as que elas mesmas fornecem. E o esforço para digeri-las é tremendo, o que faz o metabolismo trabalhar dobrado. Isso significa que, no final das contas, o valor calórico consumido será nulo - daí o termo


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Esse grupo valoroso é uma mão na roda para quem quer (ou precisa) emagrecer. É bem verdade que ainda não existem evidências científicas que comprovem essa ação exterminadora de quilos extras. Porém, algumas pesquisas clínicas vêm demonstrando que uma dieta com esses ingredientes auxilia, sim, na perda de peso, garante a nutricionista Vanessa Leite, especialista em psicologia do emagrecimento, do Rio Grande do Sul.

Entram nessa categoria os alimentos hipocalóricos e ricos em fibras, que são mais difíceis de digerir. Como se não bastasse tal vantagem, essa turma é ainda carregada de antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres responsáveis por toda sorte de doenças.

Porém, apesar de supersaudáveis, não vale fazer uma dieta só com esses alimentos. O corpo precisa de energia e do equilíbrio entre carboidratos integrais, proteínas magras e gorduras do bem, afirma Vanessa. Então, encare os ingredientes com caloria negativa como facilitadores do emagrecimento e não como as estrelas únicas do cardápio.

É importante lembrar também que o metabolismo varia de pessoa para pessoa, de acordo com sexo, idade, altura, peso, genética e nível de atividade física. Há os que gastam mais do que outros no processo de mastigar, digerir, absorver, armazenar e eliminar substâncias.

Mas afinal, quais são esses poderosos aliados do emagrecimento saudável? Conheça alguns deles e experimente três receitas bem leves para usufruir dos seus benefícios.

Vegetais
Couve-flor, brócolis, aspargos, cebola, nabo, alface, salsão, pepino, chicória, repolho, espinafre, pimenta vermelha, mostarda, cenoura, abobrinha, berinjela, gengibre, mostarda, aipo e agrião.

Frutas
Grapefruit, mamão papaia, morango, tangerina, amora preta, limão, pêssego, goiaba, melancia, framboesa, melão, abacaxi, maçã e laranja.

Tire proveito

Suco de laranja e agrião
Bata no liquidificador 1 laranja + folhinhas de agrião + 1 colher (café) de gengibre sem casca + 1 copo (200 ml) de água gelada.

Sopa de legumes
Descasque os legumes e leve-os ao fogo junto com os demais ingredientes: 250 g de cenoura + 250 g de aipo + 2 nabos médios + 2 dentes de alho + 1 cebola grande + 1 ramo de ervas aromáticas (salsa, tomilho ,louro) + sal a gosto + água.

Sobremesa de abacaxi
Separe 3 rodelas/fatias de abacaxi e deixe gelar. Regue com o suco de ½ limão, raspas da casca e, por cima de tudo, espalhe 1 colher (café) de gengibre ralado.

por CARLA CONTE

 

Alimentos ricos em cromo afinam a cintura

Emagreça com Saúde!

Essa ação ocorre por duas razões: o mineral afasta a vontade de comer guloseimas e impede que o carboidrato vire gordura



Está comprovado: o cromo é capaz de reduzir a gordura corporal. E bem ali, onde é mais indesejada: no abdômen. Isso porque ajuda a diminuir drasticamente o desejo exagerado por doces, que viram moléculas que se concentram na barriga, e atua no controle do apetite -- duas façanhas que tornam o emagrecimento bem mais fácil. O cromo faz com que o carboidrato seja aproveitado como fonte de energia e não fique armazenado sob a forma de gordura, confirma a nutróloga Tamara Mazaracki, do Rio de Janeiro. Vários estudos apontam nessa direção. Um deles, realizado pelo Health and Medical Research Foundation, em San Antonio, nos Estados Unidos, e publicado no Journal Current Therapeutic Research, analisou 122 pacientes gordinhos. Uma parte deles tomou 400 mcg de cromo diariamente por três meses e a outra, apenas placebo. Ao final do período, a primeira turma havia perdido 2,8 quilos de gordura corporal, enquanto o restante do grupo emagreceu 1,5 quilo. Outra pesquisa americana mais recente, feita pela University of Vermont em parceria com a Louisiana State University, indica o mesmo resultado: a ingestão de cromo interfere positivamente na perda de peso.

MINERAL EM BAIXA, PONTEIROS EM ALTA
Quando há carência de cromo, o organismo entende que não há glicose suficiente em circulação. Daí dispara a mensagem para o hipotálamo, região do cérebro responsável pelo apetite, de que precisa de mais carboidratos para fazer a taxa de açúcar subir rapidamente. E onde eles estão? Nos doces, nos pães e nas massas. Só que, nesse caso, o nutriente que dá energia acaba se estocando já sabe aonde: bem ali, na linha da cintura. A menos que você capriche nos alimentos ricos no tal mineral. E investir em suas fontes é a única maneira de obtê-lo, já que o corpo não produz nada de cromo. Uma de suas melhores fontes é o levedo de cerveja, que pode ser acrescentado no suco de sua preferência, por exemplo. Porém, o mineral antibarriga também é encontrado em carnes (como frango e fígado), ovos, ostras, grãos integrais, germe-de-trigo, queijo, pimentão verde, banana, espinafre e pimenta-do-reino.

DE OLHO NA DOSE
Quem malha e transpira muito deve caprichar na quantidade de cromo, porque ele é eliminado pelo suor. Outro toque importante: o consumo exagerado de carboidratos simples (como balas, chocolate, batata, pão branco) reduz a cota de cromo disponível no organismo. E nada de tomar suplementos por conta própria. Em excesso, o cromo pode causar efeitos colaterais, como cansaço, perda de apetite, tendência a hematomas, náuseas, dores de cabeça, tonturas, alterações urinárias, sangramento nasal e reações cutâneas tipo urticária. A suplementação só vale se o organismo de fato estiver carente de cromo, o que só um teste de sangue, solicitado por um especialista, poderá revelar. Saiba, porém, que o principal sinal de que ele está em baixa é a compulsão por doces. Se o teor estiver normal, uma dieta caprichada é suficiente para se obter todos os benefícios, afirma Tamara.

OUTRAS BOAS RAZÕES PARA CAPRICHAR NO CROMO
Ajuda a reduzir o nível de colesterol ruim, o LDL
Reduz variações de humor, principalmente durante a TPM
Alivia sintomas de depressão
Melhora a fadiga
Aumenta a capacidade de o corpo ganhar massa muscular
Auxilia no tratamento do diabete tipo 2
Dá uma força no combate à celulite

por CARLA CONTE

  Saude Vital

 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Eua é o causador do terremoto no Japão/HAARP

Núcleo da Terra: A usina de força que produz terremotos


Sempre que acontecem grandes terremotos, muitas pessoas acreditam que eles sejam provocados por fatores externos, como fase e posição da Lua ou tempestades solares. No entanto, a fonte propulsora dos terremotos está bem abaixo dos nossos pés e foi criada há bilhões de anos.
Vista aérea da cidade de Dendai, após tsunami de 11 de março de 2011Clique para ampliar


Quando os terremotos do Haiti e do Chile aconteceram em 2010, diversas pessoas escreveram para nós acreditando que era possível prever os abalos simplesmente relacionando-os às fases da Lua. Agora, passado mais de um ano dessas duas tragédias, alguns especularam que os tremores estariam associados à forte atividade solar, observada quase que simultaneamente.

Infelizmente, isso não é verdade. Se assim o fosse, a previsão dos devastadores terremotos e tsunamis estaria tremendamente facilitada, pois bastaria observar as fases da Lua e a atividade solar para ter elementos suficientes para se prever terremotos. Sonhar é bom!


Fases da Lua
No caso das fases da Lua, o mito surge da ideia de que a força gravitacional provocada pelo nosso satélite, tanto de atração como de repulsão, seriam capazes de influenciar o movimento das placas tectônicas, onde ficam assentados os continentes, as cidades e os oceanos. Isso acontece por que muitas pessoas, ao saberem de um forte terremoto olham a fase da Lua, que coincidentemente pode estar cheia ou não. Se em dois ou três terremotos a Lua estiver cheia, relacionarão erroneamente que a Lua cheia provoca terremotos.

No entanto, esses observadores esquecem que todo ano existem cerca de 12 Luas Cheias. Se considerarmos que todo ano também acontecem aproximadamente 150 terremotos com magnitude acima de 6.0 graus, fica fácil verificar que os tremores acontecem em qualquer fase da Lua, seja ela cheia, nova, minguante ou crescente.

É certo que a atração gravitacional exercida pela Lua tem alguma influência nas camadas mais profundas da crosta e do manto e em alguns casos pode até provocar microssismos, mas não há evidências de que podem disparar terremotos.

Por outro lado, como as fases da Lua influenciam diretamente nas marés oceânicas, alguns estudos mostram que em algumas áreas costeiras podem ocorrer microssismos, neste caso disparados pela força da maré e não pela atração gravitacional da Lua.


Tempestades Solares
Outra teoria imediatamente lançada pelos leigos quando acontecem terremotos é a da influência das tempestades solares, principalmente quando essas acontecem antes de grandes eventos. Neste caso, o raciocínio é mais complexo, mas também incorreto.

A ideia é de que as partículas lançadas pelo Sol interagiriam com a magnetosfera terrestre e também com o magnetismo gerado no núcleo da Terra. Isso, de alguma forma alteraria o magnetismo terrestre a ponto de afetar a movimentação das placas tectônicas.

É importante destacar que não existe qualquer estudo científico que afirme isso e os poucos trabalhos que existem na tentativa de relacionar a influência solar aos terremotos são bastante frágeis e inconclusivos. Até o presente momento, a única influência das tempestades solares sobre nosso planeta está restrita às camadas mais altas da atmosfera, especialmente a ionosfera.

Da mesma forma que as fases da Lua, os terremotos acontecem e sempre vão acontecer, esteja o Sol apresentado instabilidades ou não.

Por outro lado, a teoria das tempestades solares é a que mais se aproxima do modelo adotado cientificamente para explicar os terremotos. Não devido aos humores do Sol, mas por citar a fonte geradora do campo magnético terrestre, o núcleo planetário. É ali que todo o processo tem início e foi criado desde os primeiros momentos da formação do nosso planeta, há 4.5 bilhões de anos.


O núcleo da Terra
O núcleo terrestre é formado por duas regiões. A mais interna é sólida e muito quente, formada por um grande cristal de ferro altamente denso, chamado núcleo interno. Esse núcleo, por sua vez, é envolvido por uma camada líquida, de consistência pastosa e quase sólida, formado entre outros elementos, por ferro, níquel e silício.

O calor no interior do núcleo sólido atinge cerca de 6 mil graus e ainda é remanescente desde a época da formação do nosso planeta. Ao que tudo indica, esse calor é mantido até os dias de hoje graças ao constantemente decaimento dos isótopos radioativos.


Campo Magnético
Os modelos atuais também mostram que é o movimento de convecção do material do núcleo externo ao redor do núcleo interno a causa da formação do campo magnético terrestre. Esse campo se propaga por mais de 60 mil quilômetros no espaço, criando uma região chamada de magnetosfera, capaz de desviar as partículas carregadas que foram ejetadas pelo Sol.



Correntes Convectivas
Além do campo magnético, o núcleo terrestre é o responsável diretamente pelos tremores de terra sentidos aqui na superfície. A alta temperatura criada nas profundezas da Terra produz correntes de convecção em toda a parte líquida no interior do planeta. Isso faz com que o magma, localizado no topo da astenosfera, se movimente. Como as placas tectônicas estão à deriva sobre o magma incandescente, essas também se movimentam, levando consigo os continentes e provocando a colisão, afastamento e deslizamentos entre as placas.


Artes: no topo, vista aérea da cidade de Sendai, na costa nordeste do Japão, horas depois que um tsunami atingiu a localidade, em 11 de março de 2011. Na sequência, Lua Cheia e Tempestade Solar. Dois objetos sempre lembrados para explicar os terremotos. Acima, corte transversal da Terra e esquema das correntes convectivas, que movimentam as placas tectônicas. Créditos: Agência Kyodo/Apolo11.com.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Cientistas dizem ter encontrado a cidade perdida de Atlântida


Ruínas foram localizadas no sul da Espanha por geólogos e arqueólogos.
Cidade teria sido varrida por tsunami há milhares de anos.

Uma equipe de pesquisadores norte-americanos acredita ter encontrado a cidade perdida de Atlântida. Eles acreditam que a lendária metrópole se localize no sul da Espanha e tenha sido varrida por um tsunami há milhares de anos.
Os arqueólogos e geólogos chegaram à conclusão de que ela fica nos pântanos do Parque Nacional Doñana, a norte de Cádiz. Durante 2009 e 2010, eles utilizaram radares subterrâneos, mapeamento digital e tecnologia subaquática para rastrear o local.
“É muito difícil imaginar que um tsunami consiga entrar 100 km terra adentro, mas é exatamente disso que estamos falando”, afirmou Richard Freund, pesquisador da Universidade de Harvard, à Reuters.
A hipótese é de que os sobreviventes teriam fugido para o interior e construído novas cidades. No centro da Espanha, Freund descobriu uma série de “cidades memoriais”, feitas pelos refugiados à imagem de Atlântida, o que deu mais evidências e confiança aos pesquisadores. Eles pretendem prosseguir as escavações e os estudos na região.
“Encontramos algo que ninguém nunca tinha visto antes, o que dá um reforço de credibilidade, especialmente para a arqueologia, pois faz muito mais sentido”, acrescentou Freund. Ele lembrou ainda que há relatos de tsunamis na região por séculos, sendo o maior registrado o que atingiu Lisboa em 1755.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Isaac Newton:fé e física

Isaac Newton, quem diria, era um religioso fanático, obcecado por experiências místicas. E esse lado oculto foi essencial para ele se tornar o pai da ciência moderna.

por Leandro Narloch

O homem que descobriu a gravidade e as leis do movimento, criou a ótica e reinventou a matemática também legou à humanidade receitas para transformar metais em ouro, remédios feitos com centopéias e uma lista de pecados que costumava anotar em seus cadernos. Passou a vida estudando a Bíblia para prever quando Jesus voltaria à Terra.
Contraditório? Não para a época. Quando Isaac Newton nasceu, na Inglaterra de 1642, matemática, religião, ciência e magia se confundiam. Astronomia e astrologia eram a mesma coisa. Alquimia e química também. “O século 17 foi uma transição entre a Idade Média e o Iluminismo”, afirma o físico Eduardo de Campos Valadares, professor da UFMG e autor do livro Newton - A Órbita da Terra em um Copo d·Água. “Os homens que criaram o nosso jeito de pensar viveram com idéias medievais, barrocas, e tementes a Deus.”
No caso de Newton, o misticismo e a religião não só conviveram com a ciência como a fortaleceram. “Seu mergulho profundo nas experiências alquímicas e nas raízes da teologia pode ter influenciado seus pensamentos a respeito de uma visão mais ampla do Universo”, afirma Michael White, autor da biografia Isaac Newton – O Último Feiticeiro.
Até o século 20, Newton era conhecido como um cara racional. Após sua morte, escritores trataram de ressaltar seus feitos e sua obra-prima, o Philosophiae Na-turalis Principia Mathematica (“Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”). Nesse livro, ele mostrou, matematicamente, que um corpo parado ou em movimento tende a ficar assim se não houver outra força na jogada. Com a Lei da Gravitação Universal, Newton provou que todos os corpos do Universo, seja a Lua ou uma maçã, obedecem à mesma força de atração. Mas o outro lado de Newton passou batido. Só veio à tona em 1936, com o economista John Maynard Keynes, o criador da Teoria do Estado de Bem-Estar Social. Depois de ter acesso a documentos e anotações do físico, Keynes deu uma palestra mostrando-o como um místico e fanático. “Newton não foi o primeiro da Idade da Razão. Foi o último dos mágicos”, disse Keynes.
Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas eram definidos por Deus, assim como a composição da matéria. “Se os homens, animais etc. tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais. Alguns animais poderiam ter um olho só, outros, mais dois”, escreveu.
Científico e religioso, ele fez da matemática um modo de estudar a Bíblia. Fazia cálculos imensos para confirmar as histórias bíblicas mais inverossímeis. Um exemplo é a criação do mundo em 7 dias. Newton acreditava na criação por Deus e, para resolver o problema de um tempo tão curto, observou que a Bíblia não afirma quantas horas durava um dia no momento da Criação. Como ainda não existia Terra nem movimento de rotação, um dia poderia ser quanto Deus decidisse. Para fazer previsões sobre o futuro do mundo, Newton não se baseou nos dias contados pela Bíblia. Ele tomou como base o gafanhoto, uma das pragas de Deus no Antigo Testamento, que vive em média 5 meses. A partir desse número, ele cravou que os judeus voltariam a Jerusalém em 1899, e em 1948 ocorreria a segunda vinda de Cristo à Terra. Depois, se passariam 1000 anos de paz.
Previsões eram importantes porque a vida, na época, não era nada fácil. Nos anos 1600, 90% da população inglesa vivia no que se chama hoje de pobreza absoluta. Em 1665, 100 mil ingleses morreram de peste negra. Em 1666, “ano da Besta”, a peste continuou e, para piorar, um incêndio queimou 13 mil casas e 87 igrejas de Londres. Procissões anunciando o fim do mundo eram comuns nas estradas da Inglaterra.
No best seller O Código Da Vinci, Newton aparece como um dos membros do Priorado de Sião, a organização secreta que protegeria dos católicos o segredo de Maria Madalena como mulher e sucessora de Jesus. Nada se sabe sobre o priorado ou a crença de Newton em Maria Madalena, mas o resto de suas idéias passa perto do livro de Dan Brown. Puritano radical, Newton seguia o arianismo, doutrina que considerava Jesus Cristo um intermediário entre Deus e os homens. Essa visão é contrária à da Igreja Católica, que tem como símbolo máximo de Deus a Santíssima Trindade (“Pai, Filho e Espírito Santo”).
A Igreja Católica era tudo o que Newton mais odiava. Chamava-a de Anticristo – ou de a “meretriz da Babilônia” – e acreditava que todas as mentiras do mundo tinham começado no Concílio de Nicéia, em 325. O concílio estabeleceu toda a simbologia cristã que se usa até hoje. Ali foi decidida a força da Santíssima Trindade e a ambivalência entre Jesus e Deus. Newton achava que isso era fruto da corrupção dos políticos romanos, preocupados em conquistar mais fiéis.
Para o biógrafo White, a fascinação de Newton por uma figura bíblica, o rei Salomão, influenciou na criação da gravitação universal. Salomão teve seu templo construído por volta de 1000 a.C., em Jerusalém. Seguindo o Livro de Ezequiel, Newton imaginou o templo com um fogo central, onde aconteciam sacrifícios, e os discípulos de Jesus colocados em círculo ao redor. “É visível o paralelo entre o sistema solar e o templo: os planetas correspondem aos discípulos, e o fogo do templo é o modelo do Sol”, afirma White.
Metal em ouro
Newton foi uma criança solitária. Aos 3 anos, a mãe o deixou com parentes e foi se casar com um coroa rico. O filho passou a infância lendo livros de teologia, que discutiam detalhes complicados da Bíblia. Aos 13, leu Os Mistérios da Natureza e da Arte, de John Dare, livro que copiou quase inteiro e usou como fonte de inspiração. O maior passatempo era brincar no laboratório de um boticário que o hospedou por um tempo. Foi ali que ele teve o primeiro contato com a química. Passava os sábados sozinho no fundo da botica, inventando remédios e anotando doenças – montou um caderno com 200 delas. Na escola, era relaxado e autodidata. Só começou a estudar matemática aos 19 anos, quando entrou no Trinity Colegge, em Cambridge. Depois das aulas, anotava os pecados que havia cometido: “desejar a morte ou esperar que ela ocorra a alguém” ou “roubar cerejas”.
Quando adulto, Newton virou um chato. Passava a maior parte dos seus dias sozinho com suas pesquisas. Como aluno e depois professor em Cambridge, tinha poucas conversas. Se ofendia facilmente, era vingativo e preferia não publicar seus trabalhos. Quando publicava algum, escrevia somente em latim e proibia que os textos fossem traduzidos para o inglês. Não queria que qualquer alfabetizado tivesse acesso a suas obras e pudesse criticá-lo. Newton nem mesmo tinha alunos. “Tão poucos iam ouvi-lo, menos ainda o entendiam, que com freqüência ele, por falta de ouvintes, lia para as paredes”, escreveu em diário seu assistente na universidade.
Newton gostava de trabalhar sozinho porque tinha medo que descobrissem sua arte secreta: a alquimia. No século 17, os experimentos alquímicos atingiram o auge. Por toda a Europa, vendedores de manuscritos ilegais distribuíam teorias sobre a pedra filosofal e guias para obter o elixir da longa vida. Newton era fascinado por esses objetivos e pela idéia de conseguir achar uma explicação única para todos os fenômenos da natureza. “Ele encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, afirma James Gleick, autor de Isaac Newton. “Os alquimistas trabalhavam como uma sociedade secreta, com medo da perseguição da Igreja”, diz Valadares. Eles usavam pseudônimos e se comunicavam por códigos. O criador da gravitação universal se chamava Jeová Sanctus Unus, um anagrama de Isaacus Neuutonus, seu nome em latim.
Em 1970, uma análise química mostrou uma concentração enorme de chumbo e mercúrio nos cabelos de Newton. Era o que se esperava. Por quase 30 anos, entre 1666 e 1696, época em que produziu a maioria de sua obra científica, Newton gastou muito mais tempo tentando criar o mercúrio filosofal que estudando as leis do Universo. Passava noites em claro cercado de fornalhas, misturando metais em um cadinho. Anotava metodicamente verbetes e experiências. Em 1670, os rascunhos viraram o livro A Chave, formado por receitas e verbetes alquímicos. Também fazia experimentos esquisitos, como ficar olhando para o Sol o máximo que conseguisse só para ver o que aconteceria e enfiar furadores nos olhos para tentar descobrir o que havia atrás.
Esse alquimista começou a aparecer na cena acadêmica da Inglaterra com a criação de um telescópio de reflexão, em 1669. Tratava-se de um modelo pequeno, quase do tamanho de uma luneta, capaz de mostrar Júpiter e suas luas. O aparelho virou febre nas reuniões da Royal Society, o clubinho de cientistas da época, e foi apresentado ao rei Carlos 20. Depois, Newton cedeu à insistência de um amigo e decidiu encaminhar à sociedade um texto sobre a Teoria das Cores. Com o artigo, o mundo ficou sabendo que a cor branca era a soma de todas as outras – e o prisma era capaz de separá-las. O pessoal da sociedade ficou impressionado, e Newton, aos 29 anos, acabou virando membro da Royal Society, do qual seria presidente.
Ele queria provas
Apesar do reconhecimento, Newton seguiu isolado em Cambridge fazendo experiências místicas. Mas passou a ter contato com os filósofos naturais por cartas ou por meio da correspondência oficial da Royal Society. Esse periódico era um protótipo das revistas científicas de hoje, incluindo de pesquisas óticas a relatos sobre hermafroditas, unicórnios e lobisomens.
O contato com os cientistas trouxe dor de cabeça. Newton passou a travar polêmicas brabas com quem discordava de suas idéias. O primeiro inimigo foi Robert Hooke. Apesar do sucesso de ter descoberto a célula, Hooke era um picareta do século 17: anotava em um diário detalhes de noites com várias mulheres, afirmava ter inventado 30 formas de voar (mas não divulgava, para que ninguém as copiasse) e adorava colocar Newton em contradição. Mas a pendenga mais longa Newton travou com o matemático alemão Leibniz, disputando o mérito pela invenção do cálculo, método que permite calcular áreas, volumes e a taxa de mudança em qualquer ponto da função, hoje fundamental para descobrir desde a posição de uma nave espacial até ganhos de uma aplicação financeira. A polêmica sobre quem criou o cálculo permanece.
Mas a amizade e as brigas com os colegas ajudaram Newton a criar suas maiores teorias. Em 1684, ele recebeu a visita de Edmund Halley, um astrônomo curioso a respeito de suas idéias sobre as forças entre o Sol e os planetas. Quatro anos antes, um cometa havia passado duas vezes pelo céu da Europa, fazendo a astronomia entrar na moda. Na época, a idéia da gravitação universal era comentada, mas ninguém conseguia prová-la. Halley fez o professor de Cambridge tentar. Na mesma época, Newton passou a trocar cartas enfurecidas com Hooke sobre o que aconteceria com um objeto solto no alto da Terra. Hooke mostrou várias vezes à Royal Society que Newton havia feito previsões erradas sobre a trajetória do objeto. Isso irritou o alquimista.
Meses depois, impulsionado pelo objetivo de se vingar de Hooke, Newton chegou à Lei da Gravitação Universal. “A correção de Hooke fez com que eu descobrisse o teorema”, confessou anos depois. Com o apoio de Halley, que acabou virando nome do cometa, Newton publicou os Principia em 1687. A gravitação universal foi descrita na última parte do livro. Segundo essa lei, a força entre os planetas depende da massa dos astros e é inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separam do Sol. E isso vale para todas as coisas. “Essa teoria faria Newton mostrar que as forças que regem o Universo podem ser demonstradas em menor escala aqui na Terra”, diz Valadares. As 3 primeiras partes dos Principia tratam da inércia do movimento dos corpos. Esses princípios fundaram a dinâmica, ciência que usamos hoje em dia até para calcular se dá tempo de atravessar a rua. Idéias assim, na verdade, já tinham sido pensadas por outros filósofos naturais da época. A diferença é que Newton conseguiu prová-las com base em dados reais das órbitas dos planetas e cometas.
O que havia de revolucionário em Newton não era tanto o que ele pensava, mas como pensava. “A ciência do século 17 não é de resultados palpáveis”, afirma o físico Eduardo Valadares. “O que Newton fez foi estruturar uma maneira diferente de ver o mundo.” No século 17, teses não provadas eram tidas como certas – como a idéia de que o Universo era composto de um éter gosmento que envolvia os planetas – e ninguém achava que fosse necessária alguma comprovação. Newton, diferente da maioria dos colegas, não se dava por satisfeito com uma boa idéia. Foi ele quem fez da ciência um sistema de lançar hipóteses que precisam ser verificadas na prática e matematicamente. É assim, usando o método newtoniano, que nós pesquisamos e pensamos hoje. Não à toa, Newton teve como um dos seus melhores amigos o filósofo John Locke, pai do empirismo, segundo o qual a base do conhecimento não era a imaginação, mas a experiência.
Depois de ter publicado os Principia, Newton foi consagrado e virou figura chique da Inglaterra. Apesar de pouca gente entender o que ele dizia (mais ou menos como as idéias de Einstein), ficou rico e famoso. Foi convidado a participar do Parlamento britânico, tornou-se diretor da Casa da Moeda e presidente da Royal Society. Depois da virada para o século 18, suas idéias começaram a ser usadas na construção das máquinas que iniciariam a Revolução Industrial e no método racionalista do Iluminismo. Nos últimos anos de vida, passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. Suas contas sobre as previsões do Apocalipse viraram uma obra póstuma, Observações sobre as Profecias de Daniel. Foi nela que ele cravou o ano de 1948 como data da segunda aparição de Cristo. Em 1727, enquanto os criadores das máquinas a vapor nasciam na Inglaterra, Newton morreu tentando descobrir a data que Deus tinha marcado para o Juízo Final.

A maçã e a gravidade

A história de que Newton descobriu a gravidade quando uma maçã caiu na sua cabeça é antiga. Um dos primeiros a contá-la foi o filósofo Voltaire, que escreveu sobre Newton e o tornou famoso entre os franceses. Voltaire afirmou ter ouvido a história de uma sobrinha do físico. Já o biógrafo William Stukeley disse ter ouvido do próprio. Segundo eles, o fato teria ocorrido em 1665, quando Newton estava na casa da mãe se protegendo da peste das cidades. À noite, no jardim, uma maçã teria caído não em sua cabeça, mas entre ele e a Lua. Ao ver a cena, Newton teria se questionado se a força que puxava a maçã para baixo era a mesma que fazia a Lua girar em torno da Terra. Verdade ou não, o fato é que o físico ainda demoraria duas décadas para fazer essa descoberta.

Gay?

Não há registros de que Newton teve relações com mulheres. Se algum dia se apaixonou, foi por um homem: Nicolas Fatio de Duillier, um jovem matemático suíço. Cartas entre os dois intrigam os historiadores. Têm vários códigos e palavras cortadas. Os dois provavelmente trocavam dados sobre alquimia, daí a razão da escrita misteriosa. Mas pouca gente sabe a razão para o tom melodramático das cartas. “Pretendo ir a Londres na próxima semana e ficaria muito feliz de hospedar-me junto a ti”, disse Newton na primeira carta. Meses depois, ao saber que Fatio estava doente, escreveu: “Recebi tua carta e o quanto fui afetado não posso exprimir”. Newton viajou várias vezes para Londres só para encontrar Fatio. A amizade durou 4 anos, até o jovem ir embora para sempre da Inglaterra.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Satélite registra gigantesca explosão no limbo do Sol

Que as explosões solares são eventos de grande magnitude, todo mundo sabe. Afinal, são bilhões de toneladas de gás ionizados que são literalmente arremessados no espaço. No entanto, poucas pessoas tem ideia do tamanho de uma explosão desse tipo, que quase sempre são muito maiores que a Terra.
explosão solar em 24 de fevereiro de 2011
No dia 24 de fevereiro de 2011 o Sol voltou a ficar de mau humor e durante mais de 90 minutos lançou ao espaço uma gigantesca massa de plasma aquecido a mais de 6 mil graus Celsius.
O tamanho do evento impressionou até mesmo os pesquisadores acostumados aos humores solares e foi captado em detalhes pelos sensores do Observatório de Dinâmica Solar, em órbita da Terra.
A cena foi registrada no espectro do ultravioleta extremo e mostra com clareza a extensão da massa coronal, dezenas de vezes maior que a Terra.
A erupção do dia 24 ocorreu no limbo da estrela e foi provocado pela presença da mancha solar 1164. Pouca quantidade de material ejetado atingiu a magnetosfera terrestre e mesmo assim foi suficiente para provocar intensas auroras boreais nas latitudes mais elevadas do planeta.

Explosão Solar
Também chamada de erupção, flare ou rajada, é uma explosão que acontece quando uma grande quantidade de energia armazenada em campos magnéticos, geralmente acima das manchas solares, é repentinamente liberada.
Os "flares" produzem uma forte emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético e se propaga desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama. Como consequência das explosões temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal, enormes bolhas de gases ionizados com até 10 bilhões de toneladas, que são lançadas no espaço a velocidades que superam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora.

Prejuízos
Anualmente as explosões solares são responsáveis por aproximadamente 1 bilhão de dólares em prejuízos e quem mais sofre com essas perdas são as concessionárias de energia elétrica e equipamentos de satélites, que por estarem em órbita não recebem a proteção das camadas mais altas da atmosfera, que bloqueiam as partículas solares, principalmente os raios-x.

terça-feira, 1 de março de 2011

O sinal Wow e a busca por inteligência extraterrestre


Não é segredo para ninguém que diversos cientistas se dedicam a tentar contato com outras civilizações em outros planetas, mesmo que estejam há muitos anos-luz de distância. Para isso usam poderosos radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal "não natural" vindo de algum ponto do espaço. É uma busca ingrata e demorada, que até hoje não apresentou nenhuma prova da existência de inteligência extraterrestre. No entanto, em 1977, um misterioso sinal foi recebido aqui na Terra e é considerado até hoje o único sinal que possa ter sido emitido por uma civilização distante.
Sinal Wow
Era 15 de agosto de 1977 e como fazia todas as noites, o radio-astrônomo Jerry Ehman analisava os dados captados pelo radiotelescópio Big Ear, ou "Orelhão", da Universidade de Ohio.
Como de costume, a maioria dos sinais captados já eram bem conhecidos do pesquisador e não passavam de emissões provenientes de galáxias e satélites. De repente, um fraco sinal diferente dos demais começou a aumentar gradualmente de intensidade até atingir o pico, decaindo e desaparecendo em seguida. O tempo total de detecção foi de exatos 72 segundos e sua intensidade era tão grande que ultrapassou o limite da escala preparada para as observações.
Pego de surpresa e sem muito tempo para analisar cientificamente o fato, Ehman escreveu ao lado dos códigos que representavam os sinais, na folha impressa pelo computador, a intensidade do evento que acabara de presenciar: “WOW !”
Analisando a posição da antena, conclui-se que as ondas eletromagnéticas detectadas eram provenientes da constelação de Sagitário e tinha a freqüência de 1420.4556 MHz, correspondente à famosa linha de 21 cm do hidrogênio, também chamada de “janela da água” em radioastronomia.
radiotelescopio Big ear
A estrela mais próxima que existe naquela direção está a pelo menos 220 anos-luz de distância. Desse modo, se o sinal partiu mesmo daquela região, foi um evento astronômico de gigantesca potência e que até hoje não foi identificado pelos cientistas.

Sinal Diferente
No entanto, o que mais intrigou os pesquisadores e tornou o sinal "wow" particularmente interessante, foi o modo como cresceu e diminui de intensidade durante os 72 segundos de duração. Por que?
O radiotelescópio Big Ear não é giratório e sim fixo no solo. Seu movimento de varredura é dado pela própria rotação da Terra e capta os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bastante estreito apontado para o infinito. Como em todas as antenas parabólicas ou direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas laterais. Assim, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida.
No caso do Big Ear, a largura desse feixe de recepção era extremamente estreita, com 8 minutos de arco e qualquer sinal que viesse do espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe. E foi exatamente isso o que ocorreu naquela noite.

Descartando hipóteses
Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.
Alguns poderiam supor que algum engraçadinho quisesse enganar os pesquisadores, simulando uma transmissão clandestina na faixa da linha do hidrogênio, mas dadas as características do sinal essa hipótese também foi descartada. Como explicado, a antena do radiotelescópio é fixa e possui o feixe de recepção extremamente estreito. Para se ter uma idéia, são necessários quase 6 minutos de varredura para cobrir uma região do céu de tamanho angular igual à Lua. Em outras palavras, o engraçadinho teria que ir ao espaço, permanecer imobilizado, ligar seu transmissor e esperar a Terra posicionar a antena do radiotelescópio à sua frente.
Para ser considerado como vindo de um ponto fixo no espaço, o sinal deveria crescer, atingir intensidade máxima e decair conforme a rotação da Terra movimentasse a antena. Além disso, deveria estar na freqüência da linha do hidrogênio, sugerida para tentar contatos extraterrestres. O sinal "WOW" cumpriu todos esses requisitos, caracterizando-o como uma verdadeira emissão vinda de uma fonte fixa do céu, mas de origem desconhecida.
Naquela ocasião, o próprio observatório levantou a hipótese de que o sinal poderia ser o reflexo de uma transmissão terrestre, rebatida em algum satélite geoestacionário, mas nenhum satélite encontrava-se naquela posição do céu no momento do evento.
Pelas razões apresentadas o sinal "Wow" é um forte candidato SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) já que ao que tudo indica, veio de fato do céu e não foi causado por interferência humana.

Dois feixes - Um Sinal
No entanto, um pequeno detalhe pode afetar o otimismo dos pesquisadores.
O radiotelescópio da Universidade de Ohio utilizava dois feixes para fazer a varredura, ambos situados lado a lado. Qualquer fonte de sinais que viesse do espaço seria captado no primeiro feixe por exatos 72 segundos e 3 minutos depois também seria detectada pelo segundo feixe por 72 segundos, mas isso não aconteceu.
Desde então, diversas experiências foram feitas em diversos comprimentos de ondas, sempre focadas na mesma direção do céu. Receptores mais sensíveis foram utilizados e diversos intervalos de tempo foram escolhidos na tentativa de se captar algum sinal periódico, mas desde 1977 nenhum sinal que chamasse a atenção foi detectado. Até agora, mais de 30 anos depois, não se chegou a uma explicação lógica sobre a origem do famoso sinal WOW.

Por que o Hidrogênio
Todos sabem que o hidrogênio é o elemento mais abundante do Universo. Sua freqüência natural de emissão é 1420.4556 MHz, também chamada de linha de 21 cm ou “janela da água”. Por ser o elemento em maior quantidade no universo, acredita-se que essa também seja a freqüência mais óbvia para se tentar algum contato com outras civilizações, tanto para transmissão como para recepção de sinais. Em 1977 o sinal WOW foi detectado exatamente nessa freqüência.


Fotos: No topo, anotação do radio astrônomo Jerry Ehman ao lado dos códigos de intensidade do sinal captado em 15 de agosto de 1977. Na seqüência, radiotelescópio Big Ear, no campus da Universidade de Ohio. As antenas originais foram desmontadas em 1998. Crédito: Projeto SETI - Search for Extra-Terrestrial Intelligence.

Proteína vegetal enriquece a sua dieta

Associada à fibras e vitaminas, ela dá uma turbinada no seu cardápio


Diferentes na composição e nos alimentos em que aparecem, as proteínas vegetais (soja, grão de bico, feijão) viraram mania nacional e estão diariamente presentes em nossa mesa, em especial, no cardápio de uma dieta vegetariana.

Mas será que a proteína vegetal é mais saudável do que a animal (carnes, ovos)? "Ela tem vantagens e desvantagens como qualquer outro alimento e, ao contrário do que se pensa, alimentos que são ricas fontes deste tipo de proteína podem ser mais gordurosos do que as principais fontes de proteína animal", explica a nutricionista da Clínica Hagla, Paula Cabral.

Proteína vegetal x proteína animal
 Para Patrícia Ramos, nutricionista do Hospital Bandeirantes, existem algumas diferenças básicas em relação aos dois tipos de proteínas. A maior está na composição, ou seja, no tipo e na quantidade de aminoácidos que cada uma destas proteínas leva.

A quantidade de nutrientes também varia de acordo com a proteína. São ótimas fontes do nutriente: soja, quinua, oleaginosas, aveia, coco, verduras, leguminosas, leite de soja, arroz integral, amaranto, grão de bico, feijão, lentilha, abacate, dentre outras.
Proteínas vegetais
100 gramas de carne vermelha = 100 gramas de soja?
Mas será que é possível viver só com a proteína vegetal sem prejudicar a saúde? Sim, porém, não há equivalência entre o teor de proteínas de uma fonte animal e de outra fonte vegetal.

"Elas não se equivalem. Há muito mais proteínas nas fontes animais do que nas vegetais. Seria preciso comer muita soja, por exemplo, para atingir o nível de proteína presente na carne vermelha, por exemplo. Mas, em compensação, há nas vegetais um índice de fibras muito maior", explica Paula.
Aminoácidos presentes em ambos os tipos de proteínas
(Quantidade mínima necessária por dia)

-Leucina: 55 mg
-Licina: 51 mg
-Cleonina: 27mg
- Criptofano: 7mg

Fontes de proteína vegetal são ricas em fibras ou têm a digestão facilitada quando ingeridas com fibras
Uma dieta à base apenas de proteína vegetal faz mal a saúde?
Não. É possível manter o corpo saudável fazendo uma dieta à base de proteína vegetal, porém, isso só acontece quando a proteína vegetal está associada a um cardápio equilibrado:

 "Os dois tipos são saudáveis e podem suprir nossas necessidades diárias de proteínas, porém, para que a saúde não fique comprometida, é preciso ingerir outros nutrientes, pois, não é só de proteínas que vivemos", explica Patrícia Ramos.

A adaptação à proteína também varia de acordo com o organismo de cada um. "Não há danos à saúde. Existem pessoas que têm uma tolerância maior à proteína animal, já outras, preferem a vegetal e, nem por isso, alguma delas vai ter deficiência deste nutriente. É uma questão que deve ser avaliada por cada um."
Arroz integral
As aparências enganam: a vegetal pode ser mais gordurosa
O que deve ficar claro quando se fala de proteínas é que elas compõem alimentos e, por isso, estão associadas a outros nutrientes que também são importantes para uma dieta equilibrada.

Se os alimentos que ingerimos são ricos em proteína vegetal e têm grande quantidade de calorias e gordura, mesmo sendo vegetal, serão calóricos e gordurosos.

"Se você ingere uma oleaginosa, que é fonte de proteína vegetal, está ingerindo gordura no prato também. Não há alimento livre de gordura, só por que é vegetal", explica Paula.
Benefícios para a saúde
- Prevenção de doenças cardíacas Apesar de não serem livres de gordura, as fontes de proteína vegetal, em geral, são menos calóricas e gordurosas que as animais e, por isso, comprometem menos a saúde do coração.

"As proteínas são ótimas, porque previnem doenças cardiovasculares em função dos baixos índices de gordura encontrados na maioria dos alimentos em que estão presentes", explica a nutricionista do Hospital Bandeirantes.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mais de 500 milhões de planetas podem ter vida

Equipe da Nasa estima que podem existir até 50 bilhões de planetas apenas na Via Láctea




Foto: AP Ampliar
Via Láctea tem 50 bilhões de planetas, segundo cientistas

Cientistas ligados à Nasa apresentaram novas estimativas do número de planetas existentes na Via Láctea: nada menos que 50 bilhões. Destes, 500 milhões podem ter temperaturas compatíveis com a vida.
Os dados foram apresentados neste sábado (19) durante a reunião da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (na sigla em inglês, AAAS) em Washington, Estados Unidos, e saíram dos primeiros resultados da missão Kepler, que enviou um telescópio ao espaço para descobrir a existência de planetas fora do sistema solar.
Para chegar a esse número, William Borucki, cientista-chefe da missão, levaram em conta aquantidade de candidatos a planetas já encontrados pelo Kepler (cerca de 1200, 54 deles dentro da zona habitável)  e estimaram que uma a cada duas estrelas têm pelo menos um planeta, e em uma a cada 200, esse planeta pode ser compatível com vida --- pelo menos no que se refere à sua temperatura. Os números então foram extrapolados para o número de estrelas estimados na galáxia, 100 bilhões. "Mas o Kepler só consegue ver planetas que orbitem perto da estrela", explicou. “Se ele estivesse observando o Sol, a chance dele captar a Terra, por exemplo, seria pequena”.
A missão Kepler descobre os planetas ao registrar a diferença de brilho de sua estrela quando o planeta passa entre a Terra e ela. Os resultados até agora são muito animadores, disse Sara Seager, professora de astronomia do MIT (Massachusetts Institute of Technology). “Muitos dos planetas que descobrimos desafiam as leis da Física como as conhecemos hoje. Já encontramos mais de 100 planetas com o tamanho de Júpiter, por exemplo. Não achávamos que poderiam haver tantos planetas tão grandes”, disse. “Kepler está nos mostrando que tudo é possível”.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

diplomacia de Lula irritou sul-americanos

Telegramas secretos da diplomacia norte-americana revelam que, sob o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, países sul-americanos se incomodaram com a liderança brasileira e chegaram a pedir aos Estados Unidos que "contivessem" as ambições do Brasil na região. Os despachos foram divulgados pelo grupo WikiLeaks. Entre os que solicitaram à diplomacia norte-americana que atuasse contra o aumento da influência do Brasil estão Colômbia, Chile e Paraguai. Em 11 de fevereiro de 2004, numa conversa entre o então presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, e uma delegação do alto escalão da diplomacia dos EUA, o incômodo com as ambições de Lula ficou claro. "Uribe disse que sua relação com Lula é complicada", relata o telegrama. O ex-líder de Bogotá e forte aliado de Washington alertou na ocasião para a agenda externa de seu colega brasileiro: "Lula se esforça para construir uma aliança antiamericana na América Latina", teria dito Uribe.
"Lula é mais pragmático e mais inteligente do que (Hugo) Chávez, mas é conduzido por seu histórico de esquerda e pelo 'espírito imperial' do Brasil para se opor aos EUA", acusou o ex-presidente colombiano. Em outro trecho, Uribe ainda acusa o presidente brasileiro de não ter cumprido sua promessa de lutar contra o narcotráfico.
Em telegrama de 19 de maio de 2005, a então chanceler do Paraguai, Leila Rachid, queixou-se ao embaixador americano em Assunção, Dan Johnson, sobre o comportamento de seu colega brasileiro, Celso Amorim, e sua ideia de convocar uma cúpula entre países árabes e sul-americanos. Johnson, por sua vez, disse que o evento promoveria "gratuitamente tensões entre a comunidade árabe e judaica no Brasil". Ele pediu ainda que, na declaração final, elogios ao Sudão fossem evitados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.