segunda-feira, 22 de agosto de 2011



Gases tóxicos emitidos por indústria energética da Califórnia, nos Estados Unidos



ONU estuda criar exército para conter conflitos causados por mudanças climáticas




Já dizia a sabedoria popular que é melhor prevenir do que remediar, mas, pelo que tem demonstrado, o Conselho de Segurança da ONU não atentou para tais palavras. Em meio a uma conscientização jamais vista a respeito de futuros desastres naturais causados pela ação do homem, a ONU vem no contrafluxo e estuda a criação de um exército para conter possíveis conflitos causados pelas 'inevitáveis' mudanças climáticas. São os 'green helmets', ou em português, os 'capacetes verdes'.

A ideia será discutida nesta quarta-feira (20) em reunião do Conselho de Segurança e tem o apoio de pequenos estados insulares do Pacífico, que enxergam na elevação do nível do mar, causada pelo derretimento de geleiras polares, um grande potencial de descontrole de sua população costeira. No entanto, os representantes da Alemanha que convocaram a reunião alertam que ainda é cedo para que o Conselho mergulhe no assunto e adote as mudanças climáticas como a principal de suas preocupações.
Em entrevista concedida ao jornal 'The New York Times', o presidente do Nauru - menor país insular do mundo -, Marcus Stephen, equiparou a gravidade dos futuros conflitos por comida, água e moradia à proliferação nuclear e ao terrorismo; e sugeriu a escolha de um representante mundial para cuidar do assunto. Apesar do medo quase apocalíptico, Stephen ressaltou que é necessário avaliar se a Organização das Nações Unidas tem condições de responder a uma crise dessa magnitude.
"O Conselho de Segurança deveria organizar uma assembleia que reconheça as mudanças climáticas como uma ameaça à segurança e à paz internacional. Segundo, um representante especialista em clima e segurança deveria ser apontado. Terceiro, nós precisamos avaliar se o sistema de segurança da ONU é capaz de responder por si só a um problema deste tamanho", disse Marcus Stephen.

As discussões acerca da contenção de possíveis conflitos já vinham martelando na cabeça de líderes do primeiro mundo há algum tempo. Ao lado de outros comandos militares, o Pentágono - centro de inteligência das forças armadas dos Estados Unidos - já reconheceu a escassez de recursos naturais como um 'multiplicador de ameaças' com grande potencial para agravar conflitos já existentes e criar novas disputas por comida, água e terra cultivável.

Mtv. 
uol..

sábado, 20 de agosto de 2011

Cientista de 13 anos revoluciona a forma de captar energia solar

A invenção de um menino de 13 anos pode modificar a forma como coletamos energia solar nos dias de hoje. Aidan Dwyer, um rapazinho americano, bolou uma maneira de organizar os painéis solares que garante um melhor aproveitamento da luz e, assim, uma maior produção de energia. Semelhante a uma pequena planta, o invento do menino aumenta a eficiência do mecanismo entre 20% a 50%.
Aidan Dwyer (Foto: Reprodução)Aidan Dwyer (Foto: Reprodução)
Instigado pelo mecanismo utilizado pelas árvores para absorver luz solar, Dwyer teve uma ideia que lhe rendeu o prêmio de Jovem Naturalista, concedido pelo Museu Americano de História Natural. A atual maneira de gerar energia através da luz do sol consiste em arranjar os painés solares horizontalmente, ao contrário do sistema bolado pela própria natureza. Após estudar durante algum tempo, o menino decidiu montar em um suporte vertical pequenos painéis, de forma que estes ficassem organizados como folhas em galhos. E funcionou.
Árvore-solar (Foto: Reprodução)Árvore-solar (Foto: Reprodução)
Os testes realizados com o experimento mostram que, comparado ao mecanismo original, a árvore-solar de Dwyer é muito mais eficiente. Inclusive em épocas de menor incidência solar, tais como o inverno, a novidade leva a melhor. Além disso, o sistema, justamente por ser vertical, não é "enterrado" pela neve e também é menos prejudicado pela chuva.
O menino, ao explicar o funcionamento do seu modelo, ainda ressaltou outra vantagem: para ambientes urbanos, que carecem de espaço, ele é ideal. Além do que, acrescentou, a semelhança com uma árvore torna tudo ainda mais bacana.
Resta saber se existirão empresas interessadas em replicar a ideia em escala maior. Por enquanto, os modelos do menino têm se saído muitíssimo bem. O mais interessante é que o projeto de Aidan Dwyer não foi feito para uma grande feira internacional, mas sim para a feira de ciências da escola. Aos 13 anos, esse pequeno inventor já conta com diversos entusiastas e alguma notoriedade ao redor do mundo.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cientistas confirmam que elementos do DNA vieram do espaço

 
Pela primeira vez desde que iniciaram as pesquisas com meteoritos, cientistas estadunidenses encontraram pistas bastante significativas de que alguns dos elementos que formam o DNA têm realmente origem extraterrestre. A descoberta ajuda a sustentar a teoria de que o "kit" para a criação da vida da Terra veio pronto do espaço e foi aqui entregue por colisões da Terra com cometas e meteoritos.

Os componentes do DNA são encontrados em meteoritos desde 1960, mas essa é a primeira vez que a origem do material foi confirmada como de origem externa e isenta de possíveis contaminações por elementos da vida terrestre. O estudo foi publicado por pesquisadores da agência espacial americana, NASA, na edição desta semana da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
De acordo com o paper (trabalho científico), os componentes adenina, guanina, hipoxantina e xantina foram e encontradas em 12 amostras de meteoritos pesquisados e três fatores levaram os cientistas a acreditar que os elementos não são de origem terrestre.
Evidências

O primeiro fator foi a detecção de traços de três moléculas relacionadas às moléculas de nucleotídeos: purina, 2,6 diaminopurina, e 6,8 diaminopurina, compostos análogos aos nucleotídeos. Segundo o estudo, as duas últimas são raramente usadas em processos biológicos, portanto não originadas por contaminação terrestre.
A segunda evidência surgiu após a comparação do solo próximo ao local onde foi encontrado o meteorito de Murchison, na Austrália e um bloco de gelo de oito quilos recolhido na Antártida, na mesma região onde foi coletado outro meteorito. Utilizando os mesmos métodos de análise os pesquisadores não detectaram na amostra do gelo polar qualquer evidência dos compostos análogos aos nucleotídeos e apenas taxas muito mais baixas de hipoxantina e xantina.
A terceira e última evidência da procedência extraterrestre desses elementos foi a descoberta de que tanto os nucleotídeos biológicos como os não-biológicos foram formados em uma reação química inteiramente não-biológica, que os cientistas conseguiram reproduzir em laboratório.

Outros estudos
O meteorito de Murchison caiu na Austrália em 28 de setembro de 1969 e sua idade estimada é de 4.65 bilhões de anos, talvez mais antigo o próprio Sistema Solar.

meteorito de Murchison


Um estudo publicado na revista Earth and Planetary Science Letters em 2008 confirmou que análises feitas no meteorito indicavam a presença de xantina e uracila, duas substâncias necessárias para a formação de DNA e RNA, moléculas essenciais para formação da vida na Terra. O estudo também mostrava que os átomos de carbono encontrados no meteorito de Murchison eram de um tipo raro na Terra, o que praticamente garantia que as moléculas encontradas haviam se formado no espaço.
"Na Terra, todas as reações químicas envolvendo carbono usam uma forma leve do elemento, o carbono 12 (C-12), mas as reações químicas que ocorrem no espaço envolvendo carbono usam uma forma mais pesada, o C-13", explicou na ocasião a cientista portuguesa Zita Martins, ligada ao Imperial College, de Londres, principal autora do estudo.
"Quando analisamos moléculas orgânicas presentes em meteoritos, podemos saber se são de fato extraterrestres ou simples contaminação terrestre. Estes resultados demonstram que compostos orgânicos, que são componentes do código genético na bioquímica moderna, já estavam presentes nos primórdios do sistema solar e podem ter desempenhado um papel muito importante na origem da vida", disse a pesquisadora.

Foto: No topo, meteorito de Murchison, com idade estimada de 4.69 bilhões de anos. No detalhe, fragmento do meteorito é analisado em laboratório. Crédito: Wikimedia Commons/Apolo11.com

Imagem de satélite mostra formação de icebergs após tsunami

Ondas percorreram mais de 13 mil km pelo Oceano Pacífico até a Antártida.
Fotos foram captadas pelo satélite europeu Envisat.

Imagem distribuída nesta terça-feira (9) pela Agência Espacial Europeia mostra a formação de icebergs na geleira Sulzberger, na Antártida, após o tsunami que atingiu o Japão em março. A foto da esquerda é de 12 de março e a da direita, de 16 de março. As imagens foram geradas por um time da agência espacial americana (Nasa) a partir de sinais de radar. O maior dos icebergs mede 6,5 km por 9,5 km e tem em torno de 80 metros. As ondas gigantes do tsunami percorreram mais de 13 mil km pelo Oceano Pacífico para chegarem à Antártida. Quando chegaram ao continente austral, tinham apenas 30 centímetros de altura, mas foi o suficiente para quebrar a geleira.  (Foto: ESA/Reuters)Imagem distribuída nesta terça-feira (9) pela Agência Espacial Europeia mostra a formação de icebergs na geleira Sulzberger, na Antártida, após o tsunami que atingiu o Japão em 11 março. A foto da esquerda é de 12 de março e a da direita, de 16 de março. As fotos foram geradas por um time da agência espacial americana (Nasa) a partir de sinais de radar do satélite europeu Envisat. O maior dos icebergs mede 6,5 km por 9,5 km e tem em torno de 80 metros de altura. As ondas gigantes do tsunami percorreram mais de 13 mil km pelo Oceano Pacífico para chegar à Antártida. Quando chegaram ao continente austral, tinham apenas 30 centímetros de altura, mas foi o suficiente para quebrar a geleira. (Foto: ESA/Reuters)


Maior campo de refugiados do mundo faz 20 anos em crise humanitária

Construído em 1991 para abrigar 90 mil pessoas, Dadaab tem hoje 380 mil.
G1 visitou campo no Quênia, atualmente em emergência por superlotação.



Há 20 anos, a rotina se repete: eles chegam sem nada além da roupa do corpo, exaustos das caminhadas de semanas, às vezes meses, famintos em busca de abrigo. Os portões de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, no Quênia, nunca se fecham - e o complexo, projetado para abrigar 90 mil moradores, está lotado. Nos últimos meses, superlotado: a pior seca no Chifre da África em 60 anos está levando diariamente ao menos 800 pessoas a bater nas portas de Dadaab. O G1 esteve no campo entre os dias 1º e 3 de agosto e mostra numa série de reportagens a estrutura, o dia a dia e as dificuldades de quem vive de forma permanente numa casa temporária.
Passar pela porta de entrada do complexo é uma vitória. Quem conseguiu chegar aqui sobreviveu à saída de sua terra natal, a dias de caminhada sob um calor de 40ºC, passou por estupradores e animais selvagens, enfrentou a fome e a sede. Os recém-chegados são cadastrados, avaliados por um médico e recebem uma cesta básica suficiente para até 21 dias – podendo ser renovada. Depois, a dificuldade é achar um teto: desde 2008, quando o campo foi declarado lotado, não há mais distribuição oficial de barracas. Cada um faz uma casa com o que encontra, de gravetos a sacos plásticos.
saiba mais
Dadaab foi construído em 1991, quando estourou a guerra civil na vizinha Somália, após a queda do ditador Mohamed Siad Barre. A Organização das Nações Unidas (ONU), com a aprovação do governo do Quênia, montou na região fronteiriça (onde já viviam quenianos de origem somali) um complexo de três campos: Ifo, Dagahaley e Hagadera – cada um capaz de abrigar até 30 mil pessoas. A previsão era de que o campo servisse de acampamento temporário para aqueles que fugiam, e que eles pudessem voltar para suas casas assim que o conflito terminasse. Mas, 20 anos depois, nada mudou.
"A solução é providenciar a paz na Somália, e o Quênia sozinho não consegue a paz na Somália! Então precisamos ter estratégias deliberadas e comprometidas sobre como levar esse assunto para a ONU, talvez até para o Conselho de Segurança. Porque o número de pessoas é muito grande. Não sei por quanto tempo podemos tomar conta dessas pessoas", explica o encarregado do Departamento de Assuntos de Refugiados do governo queniano, Badu Katelo.
As dificuldades para alimentar e ajudar os somalis na própria Somália são muitas. Desde 1991, o país está dividido por comandos tribais que lutam pelo poder. O principal deles é o al-Shabaab, que quer impor um regime islâmico no país. Ligado à rede al-Qaeda, o grupo controla a parte sul da Somália, onde, por sua proibição, nenhuma agência humanitária trabalha.
As entidades que coordenam o campo recebem ajuda do mundo todo. Para esta crise atual, por exemplo, um apelo internacional foi feito em julho, e até o dia 3 de agosto, ao menos US$ 24 milhões foram arrecadados de países europeus, dos EUA e do setor privado.
Depósito de pessoasMas ainda falta muita coisa em Dadaab: esgoto, água encanada, pavimentação, luz, dignidade e reconhecimento. O governo queniano não dá cidadania aos refugiados e eles não podem deixar o campo sem permissão – dada, em 2010, para apenas 2% dos moradores.
"O primeiro motivo para Dadaab ter se tornado o maior campo do mundo é que o conflito na Somália dura duas décadas", explica o professor Dulo Nyaoro, do Departamento de Estudos para Refugiados da Universidade Moi, no Quênia. "Mas há também o fato de que um campo só pode ser temporário se a comunidade internacional procurar soluções duradouras para o problema somali. [...] É uma enorme população cuja vida foi 'suspensa'. Eles não podem tomar decisões para si mesmos, não podem usar suas habilidades e nem participar na economia de seus países de origem", diz o professor.
Arte Dadaab (Foto: Arte/G1)
O drama do hospedeiro
O governo queniano teme que Dadaab vire um assentamento permanente e pressiona para que a ajuda seja levada diretamente para a Somália. No ano passado, o Quênia suspendeu a construção de uma extensão de um dos campos (Ifo 2), "por motivos de segurança". Em julho deste ano, com a atual crise, se viu pressionado e aceitou abrir o novo terreno, para onde estão sendo realocados nos últimos dias 30 mil refugiados.

O primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, disse que a resposta do governo para a seca tem sido a melhor dos últimos cinco anos e pediu que a entrada de refugiados fosse monitorada para evitar infiltrados do al-Shabaab. "Estamos pagando mais do que contribuindo para essa crise. Por isso, estamos pedindo à comunidade internacional para vir e ajudar", disse ele na penúltima semana em seu discurso no Parlamento.

Conheça a rotina e a estrutura de Dadaab:
1º passo: a chegada
Quem chega no campo tem, primeiramente, as impressões digitais cadastradas na tenda da Acnur – a agência da ONU para refugiados. Logo depois, eles passam por uma avaliação médica na barraca da organização Médicos Sem Fronteiras. As crianças são vacinadas, pesadas e medidas. De acordo com o nível de desnutrição, elas podem ser internadas direto dali. Se o caso não for grave, as famílias recebem orientação para o acompanhamento em um dos postos do campo.

A última etapa é a cesta básica suficiente para 21 dias, distribuída de acordo com o número de pessoas da família. Por cada membro se recebe:
- 4,4kg de farinha
- 4,4kg de farinha de milho
- 1,2kg de feijão
- 600g de óleo
- 100g de sal
- 420g de açúcar
- 945g de uma mistura fortificada de milho e soja

Portão de entrada do campo de Dagahaley (Foto: Giovana Sanchez/G1)Portão de entrada do campo de Dagahaley (Foto: Giovana Sanchez/G1)
Dependendo da época, há ainda doação de utensílios de cozinha e cobertor. A partir daí, cabe ao recém-chegado buscar um lugar para se instalar. As tendas são geralmente feitas com gravetos e cobertas com panos e pedaços de sacolas plásticas – ou o que mais se encontrar pelo caminho.
O cadastro inicial permite a retirada de comida, mas não garante o registro oficial no campo. Ao ter as digitais fixadas no sistema, o refugiado ganha uma senha com uma nova data para comparecer ao centro de registro, no campo de Ifo. A espera para o registro pode levar até dois meses. Enquanto isso, segundo as agências humanitárias responsáveis pela doação, é possível pegar mais cestas básicas.
Onde pegar comida
Uma vez registrado oficialmente como refugiado de Dadaab, é possível conseguir comida duas vezes por mês nos postos de distribuição, espalhados pelos campos. Há também pontos de entrega de água, mas tudo ainda é pouco segundo os padrões de segurança alimentar. De acordo com os Médicos Sem Fronteiras, o volume recomendável de uso de água por dia por pessoa é 20 litros. O número em Dadaab é entre três e quatro.

Além de doada, a comida pode também ser comprada – há muita gente vendendo em frente aos centros de distribuição. Não é proibido vender o que se ganha de ajuda. Até porque, é preciso ter como se locomover, o que vestir etc.
Escola
Há escolas primárias em todos os campos, mas não há vagas suficientes para todos completarem o segundo grau. Não existem universidades em Dadaab, embora em alguns casos raros alguns jovens consigam bolsas e permissão para estudar em Nairóbi, capital do Quênia, ou em outro país. "Mas não há o que fazer com o diploma", diz o refugiado Moulid Iftin, de 23 anos. De fato, eles não podem, por lei, trabalhar, e mesmo que pudessem, não há cargos compatíveis com o diploma universitário no campo. Ainda assim, o sonho de muitos jovens é completar o estudo.

Menina somali lê o Alcorão em escola islâmica de Ifo (Foto: Thomas Mukoya/Reuters)Menina somali lê o Alcorão em escola islâmica de Ifo (Foto: Thomas Mukoya/Reuters)
Trabalho
Já que não são reconhecidos como cidadãos, os refugiados não têm direito legal de trabalhar. Mas isso é facilmente burlado, já que em 20 anos uma economia foi criada em Dadaab. O comércio é a principal fonte de renda de quem vive ali. E há de tudo nos mercados: de itens básicos como comida e roupa até perfumes, cinema e brinquedos.

Para funções mais elaboradas, como a de costureiro - exercida só por homens em Dadaab -, há uma capacitação oferecida por ONGs que atuam no campo.
Segurança
A segurança de Dadaab é feita pela polícia queniana. A ONU contrata uma empresa de particular para cuidar do entorno de suas sedes e escritórios. Há toque de recolher para os funcionários das agências humanitárias: não é recomendável sair depois das 18h e antes das 7h. Para jornalistas, transporte só em comboio policial, ou com escolta armada por causa do perigo de sequestro.

De janeiro a junho deste ano, 358 incidentes de violência de gênero foram reportados em Dadaab. Quase cinco vezes mais do que o mesmo período de 2010.
Transporte
Carros e vans fazem o transporte entre os campos para os refugiados por US$1 no trajeto mais curto e US$ 2 no mais longo. A maioria dos refugiados, no entanto, caminha.
tópicos:
Giovana Sanchez Do G1, em Dadaab

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Motivo do fracasso no regime está nos neurônios

 

Cientistas descobriram que células do cérebro quando em privação de alimento canibalizam umas às outras, liberando o sinal de fome





Foto: Getty Images Ampliar
Emagrecimento: Sinal de fome é dado após neurônios comerem gordura de outros neurônios
Cientistas descobriram o motivo que explica o fato de ser tão difícil emagrecer e ele está todo no cérebro. Em testes feitos em ratos, os pesquisadores perceberam que a privação de alimento induz um processo nos neurônios chamada de autofagia – as células do hipotálamo comem as reservas de gordura de outras células. O processo representa um sinal de alerta da fome. A sensação de fome é justamente a maior dificuldade durante uma dieta, o bloqueio deste sinal evitaria a necessidade do indivíduo ter de se controlar para não comer.
Como resolução dos problemas dos regimes malsucedidos, os pesquisadores da Escola de Medicina Albert Einstein, em Nova York, conseguiram bloquear a autofagia e por consequência o alerta de fome. Com isto, eles descobriram também uma nova maneira de modular o apetite e o peso corporal em abrir caminho para, no futuro, desenvolver um novo remédio para o emagrecimento.

Para bloquear o canibalismo entre os neurônios, os pesquisadores descobriram o gene responsável pelo processo de autofagia, o atg7 e o retiraram. “No entanto isto foi feito apenas de forma experimental. Por enquanto, só está disponível neste momento agentes farmacológicos experimentais que podem ser usados para inibir ou ativar o processo de autofagia nas células de roedores”, disse ao
iG Rajat Singh, autor do estudo publicado no periódico científico Cell.

O pesquisador joga um banho de água fria nos ávidos pelo emagrecimento mais fácil. Ele afirma que ainda vai demorar alguns anos para que o novo remédio seja fabricado. Mas a expectativa é que estudos futuros consigam desenvolver novas drogas que possam ser usadas por humanos. “Nossas descobertas ainda precisam ser testadas em humanos, o que é a nossa meta de longo prazo”, disse.
Canibalismo de neurônio
A autofagia é um processo comum em diversas células do corpo de animais e humanos. O grupo de pesquisadores começou inclusive a pesquisa estudando a autofagia como forma de diminuir o estoque lipídico em órgãos como o fígado.“ E aí ficamos interessados em testar isto em neurônios do hipotálamo”, disse.
Sigh explica que a perda nos estoques de gordura ocorrem de maneira muito sutil. “Elas ocorrem apenas em momentos breves quando os ratos estão famintos. Quando o alimento é ingerido o estoque de gordura cresce rapidamente nos neurônios”, disse Sight, explicando que a perda de gordura não afetou os neurônios dos ratos. Nos testes, também não foi observado nenhum efeito neurológico negativo nos animais quando a autofagia foi bloqueada nos neurônios.

A descoberta de como controlar o sistema de alerta de fome tem outro lado além daquele de facilitar o regime, como reduzir as taxas de obesidade e de diabetes pelo sobrepeso. Sigh conta que também será possível ajudar idosos que têm redução de apetite. 
Maria Fernanda Ziegler, iG São Paulo | 02/08/2011 13:29


Cientistas criam animal com informação artificial no DNA

 

Código genético de verme foi estendido para criar moléculas biológicas que não são conhecidas noBBC Brasil | 11/08/2011 17:16


Foto: Jason Chin/Sebastian Greiss/JACS
Depois de modificação no   código genético, verme brilha quando colocado sob luz ultravioleta
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, criaram o que alegam ser o primeiro animal com informação artificial em seu código genético.
A técnica, segundo os cientistas, pode dar aos biólogos "controle átomo por átomo" das moléculas em organismos vivos.

O trabalho da equipe de pesquisadores usou vermes nematoides e foi publicado na revista especializada
Journal of the American Chemical Society.
Os vermes, da espécie Caenorhabditis elegans, têm um milímetro de comprimento, com apenas mil células formando seu corpo transparente.
Segundo o estudo, o que torna o animal único é que seu código genético foi estendido para criar moléculas biológicas que não são conhecidas no mundo natural. 
Genes são as unidades hereditárias dos organismos vivos que os permitem construir o seu mecanismo biológico – as moléculas de proteína – a partir de “blocos de construção” mais simples, os aminoácidos. 
Nos organismos naturais vivos, são encontrados apenas 20 aminoácidos, unidos em diferentes combinações para formar as dezenas de milhares de proteínas diferentes necessárias para manter a vida.
Mas os pesquisadores Jason Chin e Sebastian Greiss fizeram um trabalho de reengenharia da máquina biológica do verme para incluir um 21º aminoácido, não encontrado na natureza.
Proteína
Jason Chin, do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge, afirma que a técnica tem um potencial transformador, pois proteínas poderão ser criadas sob controle total dos pesquisadores.
Mario de Bono, especialista em vermes Caenorhabditis elegans e que também trabalha no Laboratório de Biologia Molecular, afirma que este novo método poderá ser aplicado em uma ampla variedade de animais.
No entanto, até o momento, esta é apenas uma prova de um princípio. A proteína artificial que é produzida em cada célula do minúsculo corpo do verme contém um corante fluorescente que brilha em uma cor de cereja quando colocada sob a luz ultravioleta. Se o truque genético tivesse fracassado, não haveria o brilho.
Chin afirma que qualquer aminoácido artificial poderia ser escolhido para produzir novas propriedades específicas, e De Bono sugere que esta abordagem agora pode ser usada para introduzir em organismos proteínas criadas que podem ser controladas pela luz.
Os dois pesquisadores agora planejam colaborar em um estudo detalhado de células neurais no cérebro do nematoide, com o objetivo de ativar ou desativar neurônios isolados de forma precisa e com minúsculos flashes de laser.
BBC Brasil | 11/08/2011 17:16