Aquecimento Global: enxofre na atmosfera pode não ser tão eficaz |
No entanto, uma descoberta feita pela sonda europeia Venus Express mostra que essa técnica pode não ser tão eficaz como parece. De acordo com pesquisadores da Agência Espacial Europeia, ESA, os sensores da sonda detectaram a presença de uma camada de dióxido de enxofre nas altas regiões da atmosfera de Vênus e que segundo o conhecimento atual, não deveria estar lá.
Vênus é um planeta repleto de vulcões em atividade, que lançam na atmosfera milhões de toneladas de dióxido de enxofre. Entre 50 e 70 km de altitude esse material se combina com vapor de água e se transforma em ácido sulfúrico, criando uma espessa névoa que impede a observação direta da superfície. Segundo o modelo atual, todo o dióxido de enxofre restante deveria ser destruído pela radiação solar acima dos 70 km.
No entender de Hakan Svedhem, cientista-chefe do projeto Venus Express, as novas descobertas mostram que o ciclo do enxofre na atmosfera é ainda mais complexo do que se acreditava.
"Essa nova compreensão é um alerta e mostra que a técnica do bombardeamento da atmosfera com enxofre pode não ser tão eficaz quanto imaginávamos", disse Svedhem. "O enxofre não é completamente transformado na atmosfera como pensávamos", completou o pesquisador.
Fotos: No topo, erupção do monte Pinatubo, em junho de 1991. A erupção lançou na atmosfera mais aerossóis do que todas as erupções desde o Kracatoa em 1883. Na sequência, concepção artística mostra a sonda europeia Venus Express, em órbita do Planeta Vênus. Créditos: Wikimedia Commons / ESA / Apolo11.com.
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