sábado, 16 de julho de 2011

 A Chave da Longevidade

 

A Atividade Física Pode Retardar o Envelhecimento BiológicoA fisiologia ensina que os organismos "vivem num estado biológico estacionário", ou seja, apesar de todos os processos bioquímicos que ocorrem constantemente, os seres, para continuarem vivos, têm que manter uma determinada ordem interna. A desarrumação, assim, não é compatível com a vida. Para um observador é como se nada mudasse além dos cabelos brancos, a perda de algumas funções, o aumento de algumas cartilagens como o nariz e as orelhas, a perda memória, mas na verdade nesta reconstituição algumas perdas sempre ocorrem.
A isto se chama de entropia e a morte seria o momento no qual o ser vivo perde totalmente a possibilidade de se reorganizar. A chave da longevidade estaria na preservação do DNA e a perda de alguns dos seus pedaços soltos, ao longo da vida, poderia ser a explicação para o envelhecimento precoce de algumas pessoas. A ciência entende a velhice como a perda progressiva de funções metabólicas e psicológicas. O processo seria regulado pelos telômeros, como são denominadas as porções terminais dos cromossomas.
Os Telômeros
telomerosA função de preservação do DNA seriam feitas pelos telômeros que funcionam como um envoltório que ajuda a manter o cromossoma intacto. Cada vez que a célula se divide, os telômeros são ligeiramente encurtados.
Com o tempo, os telômeros ficam tão curtos que eliminam genes indispensáveis à sobrevivência da célula ou silenciam genes próximos.
Por isso, o organismo tende a morrer em curto prazo tempo, já que as células param de se proliferar.
A Atividade Física
Hoje, sabemos que a falta da atividade física está relacionada a várias doenças. Na nossa retrospectiva de assuntos mais importantes, mencionamos, para a surpresa de alguns dos nossos leitores, a importância dos exercícios físicos como um fato marcante do ano de 2007. Pois bem, não foi preciso demorar muito e no número de  29 de janeiro último, foi publicado nos Archives of Internal Medicine um interessante trabalho relacionando o encurtamento dos telômeros e a atividade física.
As pesquisas foram realizadas pelo Dr. Lynn Cherkas, do King’s College London que estudou telômeros de leucócitos, mostrando que eles são mais curtos em pessoas sedentárias do que nas ativas. Ele estudou o tamanho dos telômeros de 2400 gêmeos, com idades de 18 a 81 anos, 167 monozigóticos, 917 dizigóticos e 237 gêmeos não pareados. Os irmãos mais ativos chegaram a ter até 200 nucleotídeos a mais do que os inativos.

O autor declarou que estas diferenças podem significar que os inativos podem ser até 10 anos mais velhos biologicamente do que os mais ativos. O Dr. Jack Guralnik, do National Institute on Aging, pediu que estes dados fossem olhados com um certo cuidado porque as relações entre o tamanho dos telômeros e longevidade não tem sido demonstradas em experimentos com animais.

Só para lembrar, já publicamos neste site, uma provável relação entre excesso de nutrientes e tamanho dos telômeros no organismo Caenorhabditis elegans. Muita comida também diminui os telômeros e isto explica a importância que a biologia moderna dá aos exercícios físicos e à qualidade da alimentação. Veja o link sobre o assunto nos "Artigos em Destaque"

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Dr. Reginaldo Albuquerque
Médico Endocrinologista. Editor do site da SBD. Research Fellow da Universidade de Londres (1975-1979). Ex-professor de endocrinologia da Universidade Brasilia (1967-1982). Ex-superintendente de Ciências da Saúde do CnPq (1982-1990).

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