Muito usada na medicina popular, a planta, que já era utilizada pelos
índios há muito tempo, tem esse nome por causa de suas folhas, que tem
pontas, lembrando espinhos e por ser considerada um “santo remédio”! A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia
Mart. ex Reissek, Celastraceae) também é chamada por outros nomes:
cancorosa, cancerosa, cancorosa-de-sete-espinhos, coromilho-do-campo,
erva-cancerosa, cangorça, espinho-de-Deus, limãozinho,
espinheira-divina, marteno, pau-josé, maiteno, salva-vidas e
sombra-de-touro.
É uma árvore de porte pequeno, chega aos cinco metros de altura,
ramificada e produz pequenos frutos vermelhos. Tem fácil adaptação a
solos mais úmidos, pode se desenvolver entre outras árvores, como o
interior de bosques não muito densos ou a pleno sol. É ótima escolha
para ações de conservação e uso sustentável.
Partes utilizadas da espinheira-santa
Costumam ser utilizadas as folhas, as cascas e as raízes da espinheira-santa no preparo de chás medicinais, infusões que tanto podem ser usadas interna quanto externamente, para tratamentos cicatrizantes de pele.
Os índios brasileiros sempre utilizavam a espinheira-santa para combater tumores e daí veio um dos seus nomes populares: erva-cancerosa. Na medicina popular, esta planta é indicada para dezenas de enfermidades, especialmente do aparelho digestivo.
Atualmente, após inúmeros estudos que comprovaram seus benefícios à saúde, a espinheira-santa passou a ser manipulada pela indústria farmacêutica na formulação de medicamentos.Vamos conhecer agora, quais são as mais comuns indicações de uso da espinheira-santa:
- Combate úlcera de estômago;
- gastrite;
- males do aparelho digestivo;
- trata tumores;
- anticonceptivo;
- antisséptico;
- antiespasmódico;
- diurético (acaba com a retenção de líquidos, o que ajuda a emagrecer);
- antiasmático;
- antitumoral;
- laxativo;
- ajuda a combater o vício do álcool;
- enfermidades do fígado;
- reduz a produção de leite nas lactantes;
- trata a hidropisia pelo abuso do álcool;
- abortivo.
- cicatrizante.
O consumo desta planta é proibido às gestantes, pois pode provocar
contrações uterinas e até mesmo aborto. Lactantes também não devem
utilizar a planta, já que reduz a produção de leite.
Sem dúvida, a principal propriedade terapêutica da espinheira-santa
está relacionada à atividade antiulcerogênica, isto é, usada no
tratamento de úlceras gástricas e pépticas. Foi confirmado que tanto os
taninos, principalmente a epigalocatequina, quanto os óleos essenciais,
em especial o fridenelol, presentes nas folhas, são responsáveis por
parte dos efeitos gastroprotetores. O mecanismo de ação destes compostos
está relacionado à diminuição da secreção de ácido clorídrico pelas
células do estômago e ainda à atividade antimicrobiana sobre
Helicobacter pylori, uma bactéria do trato gastrointestinal responsável
pela formação de úlceras e inflamações gástricas.
No mercado informal de plantas é fácil encontrar espinheira-santa à
venda. No entanto, pode-se observar, principalmente nas feiras livres,
que a espécie oferecida não é M. ilicifolia e sim Sorocea
bonplandii (Baill.) W. C. Burger, Lanj. & Boer (Moraceae) ou
Zollernia ilicifolia Vogel (Leguminosa e), duas das espécies mais
utilizadas na adulteração da espinheira-santa. Os estudos científicos a
respeito destas duas plantas ainda são escassos e pesquisas adicionais
são necessárias a fim de confirmar suas propriedades medicinais
corretas. Portanto, é importante sempre buscar chás de fornecedores
confiáveis ou fitoterápicos registrados na ANVISA, os quais contém em
sua composição folhas de M. ilicifolia, a verdadeira espinheira-santa.
REMEDIO CASEIRO