quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cientistas encontram sinais da existência da 'partícula de Deus'


Cientistas encontram sinais da existência da 'partícula de Deus'

Durante um seminário do Cern, organização que opera o GCH, nesta terça-feira, cientistas anunciaram que dois experimentos no colisor conseguiram encontrar sinais que podem ser do bóson de Higgs, causando furor na comunidade científica.
No entanto, os pesquisadores ainda não tem dados suficientes para reivindicar verdadeiramente a descoberta.
Encontrar o bóson de Higgs seria um dos maiores avanços científicos dos últimos 60 anos. De acordo com os cientistas, ela é crucial para a compreensão do universo, mas nunca foi observada em experimentos.

Qualidade 'excepcional'

Dois experimentos separados no Grande Colisor de Hádrons - Atlas e CMS - procuram separadamente pela partícula.
A teoria do Modelo Padrão não prevê uma massa exata para o bóson de Higgs. Por isso, os físicos precisam utilizar aceleradores de partículas como o GCH para procurar o bóson dentro de um intervalo de massas.
"Descobrir a partícula confirma que a abordagem que estamos usando para entender o universo está correta."
Tara Shears, da Universidade de Liverpool
O Atlas e o CMS procuram sinais da partícula entre bilhões de colisões que ocorrem em cada experimento do GCH. Evidências da existência dela apareceriam como pequenos "picos" nos gráficos dos físicos.
Nesta terça-feira, os diretores dos dois projetos disseram ter encontrado estas evidências no intervalo de massa entre 124 e 125 giga elétron-volts (GeV) - cerca de 130 vezes mais pesado do que os prótons encontrados no núcleo dos átomos.
"O excesso (referindo-se ao "pulo" nos dados) pode ser o resultado de uma flutuação, mas também pode ser algo mais interessante. Não podemos excluir nada neste estágio", disse Fabiola Gianotti, porta-voz do Atlas.
Guido Tonelli, porta-voz do CMS, disse que "o excesso é muito compatível com um (bóson de) Higgs do Modelo Padrão nos arredores de 124 giga elétron-volts e abaixo disso, mas a significância estatística dele ainda não é suficiente para dizer nada conclusivo".
"O que vemos é consistente tanto como uma flutuação como com a presença do bóson."
A confirmação estatística da medida obtida pelos experimentos ainda é muito baixa para classificá-la formalmente como uma descoberta.

Mecanismo do universo

Colisão de feixes de prótons. | Foto: PA
Partícula pode ajudar a entender a formação do universo
Segundo os cientistas, quando o universo esfriou após o Big Bang, uma força invisível conhecida como o campo de Higgs teria se formado juntamente com o bóson de Higgs.
É este campo que dá massa às partículas fundamentais que formam os átomos. Sem ele, estas partículas passariam pelo cosmos na velocidade da luz e não conseguiriam se aglutinar.
O modo como o campo de Higgs trabalha foi associado ao modo como fotógrafos e repórteres se reúnem ao redor de uma celebridade. O grupo de pessoas é "atraído" fortemente pela celebridade e cria resistência ao seu movimento em um salão, por exemplo.
Dessa maneira, o grupo dá "massa" àquela celebridade, tornando sua movimentação mais lenta.
"A questão do (bóson de) Higgs é que sempre dizemos que precisamos dele para explicar a massa, mas sua importância real é que precisamos dele para entender o universo", disse à BBC Tara Shears, física especializada em partículas, da Universidade de Liverpool.
"Descobrir a partícula confirma que a abordagem que estamos usando para entender o universo está correta."
Estas preocupações motivam o esforço do Cern para destacar o bóson de Higgs e outros fenômenos usando o GCH.
O Grande Colisor de Hádrons fica em um túnel circular de 27 quilômetros de comprimento na fronteira entre a França e a Suíça, repleto de ímãs que "conduzem" partículas de prótons pelo imenso anel.
Em certos pontos do trajeto, o colisor faz com que os feixes de prótons se choquem uns com os outros a uma velocidade próxima à velocidade da luz, para que seja possível detectar outras novas partículas nos resultados da colisão.

BBC Brasil

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pimentão, morango e pepino são os alimentos mais contaminados por agrotóxico.


Lydia Cintra 8 de dezembro de 2011
Você já pensou no que come todos os dias? Mesmo quando faz um prato de salada, já imaginou como aqueles alimentos foram cultivados até chegar à mesa?
A Anvisa divulgou ontem os resultados do PARA 2010 (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos). Ao todo, 2.488 amostras foram analisadas durante o ano passado. Destas, 28% (ou seja, 694) foram consideradas insatisfatórias por apresentarem resíduos de produtos não autorizados (em 605 amostras) ou acima do limite permitido.
Segundo o estudo, os alimentos que entram na estatística das amostras com níveis de agrotóxico acima do recomendando deixam evidentes práticas que estão em “desacordo com as determinações dos rótulos”: maior número de aplicações, quantidades excessivas de agrotóxicos aplicados por hectare, por ciclo ou safra da cultura, e não cumprimento do intervalo de segurança (intervalo entre a última aplicação e a colheita).
Os estudados
Dezoito alimentos foram analisados: abacaxi, alface, arroz, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve, feijão, laranja, maçã, mamão, manga, morango, pepino, pimentão, repolho e tomate, escolhidos com base em dados do IBGE sobre consumo, na disponibilidade dos alimentos em supermercados de vários estados e no uso intensivo de agrotóxicos para as plantações destes alimentos. As amostras foram recolhidas em todos os estados, exceto SP, que tem um programa próprio de Análise Fiscal de Alimentos.
Top Five
O primeiro lugar da lista é ocupado pelo pimentão. Os números realmente assustam: 91,8% das amostras foram insatisfatórias e quase a totalidade destas (84,9%) foram reprovadas com a presença de agrotóxicos não autorizados (NA).
Depois vem o morango, que teve mais de 60% das amostras insatisfatórias. O pepino ficou em terceiro lugar, com 57,4%. O alface aparece em quatro lugar, com 54,2%. Nos três casos, a porcentagem de amostras com agrotóxicos não autorizados é maior que 50%. Em quinto lugar, a cenoura é a que contém mais agrotóxicos (com 49,6% das amostras).
Além disso, 59,5% do total tem pelo menos um Ingrediente Ativo (IA) em situação irregular. No caso do morango e pimentão, foram encontrados até sete IA diferentes irregulares em uma única amostra.
Você é o que você come
De acordo com a Anvisa, um dos objetivos do programa é ajudar a prevenir as chamadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como neuropatias, nefropatias, doenças hepáticas, distúrbios de funcionamento glandulares, abortos, malformações fetais e câncer em diferentes órgãos – consideradas um dos maiores problemas mundiais de saúde pública. (As DCNT são doenças que compreendem elementos comportamentais que incluem fatores de risco como consumo de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares, tabagismo, exposição a agrotóxicos, entre outros).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as DCNT foram responsáveis por 63% das mortes no mundo em 2008 e por 45,9% do volume global de doenças. A Organização prevê que o número de mortes deve crescer 15% até 2020 em decorrência desses tipos de doença.
Como consumidor, o que fazer?
- Opte por alimentos de origem identificada, o que contribui para a adoção de Boas Práticas Agrícolas.
- Quando possível, dê preferência às opções orgânicas, que não usam agrotóxicos. Ainda é mais caro comer de forma saudável. O benefício, no entanto, pode vir no longo prazo;
- Escolha produtos “da época”, que não precisaram ser conservados por tanto tempo, portanto são mais frescos;
- Lembre-se de que lavar os alimentos ajuda a reduzir os resíduos de agrotóxicos, mas não os elimina. (Leia mais no post Lavar os alimentos remove todos os agrotóxicos?)
- Informe-se. Conheça pesquisas sobre alimentação, acompanhe notícias e procure entender um pouco do processo que leva os alimentos a quem consome. Só assim é possível se alimentar com mais consciência e espalhar a ideia de um mundo mais saudável para outras pessoas.
(Imagens: Getty Images)
Revista Superinteressante

sábado, 3 de dezembro de 2011

Inversão dos polos magnéticos da Terra não causará o fim do mundo, afirma Nasa

Em artigo publicado em seu site, a agência espacial americana afasta boatos que ligam a mudança do polo magnético a uma possível hecatombe global

O planeta Terra visto do espaço O planeta Terra visto do espaço: polo norte magnético 'viaja' 64 quilômetros por ano (Getty Images)
Artigo publicado nesta quinta-feira no site da Nasa, agência espacial norte-americana, afasta qualquer possibilidade da mudança do polo magnético da Terra causar o apocalipse. Fonte de muitas teorias sobre o fim do mundo, essa inversão magnética não deve varrer os seres vivos da face da Terra ou mudar o eixo de rotação do planeta, diz o estudo. "Os registros fósseis não mostram nenhuma mudança dramática na vida de animais e plantas da época da última inversão", afirma o texto.
O polo norte magnético da Terra “viaja” a 64 quilômetros por ano e já está a 1.100 quilômetros ao norte do ponto em que pesquisadores o localizaram pela primeira vez, no século 19. A velocidade do ponto para o qual apontam as bússolas tem aumentado — era de 16 quilômetros por ano no início do século 20 — e deve levar a uma inversão dos polos magnéticos do planeta.

Saiba mais

HECATOMBE MAGNÉTICA
Quem vê na inversão de polos um sinal do fim do mundo afirma que as mudanças no campo magnético no planeta vão arruinar a migração de espécies animais, expor a atmosfera à radiação solar mortal e mudar o eixo da Terra, levando o gelo dos polos a derreter, inundando os continentes.

Para os cientistas da Nasa, porém, isso não ocorrerá. A inversão de polos é regra, não exceção, afirmam eles, e já ocorreu diversas vezes desde que existe vida na Terra. Os dinossauros e nossos ancestrais hominídeos já passaram pelo evento, que ocorreu pela última vez há cerca de 800 mil anos.
Segundo a Nasa, o campo magnético do planeta pode até enfraquecer durante o processo de inversão, que pode durar milhares de anos, mas não irá sumir porque é fruto do movimento incessante do núcleo da Terra.
Para pesquisadores da Nasa, já não era sem tempo para que isso ocorresse, pois os campos magnéticos do planeta mudam a cada 200 ou 300 mil anos, mas já faz 800 mil anos desde a última mudança. Se alguém usasse uma bússola antes disso, o ponteiro não apontaria para o norte, e sim para o sul.

De acordo com os cientistas, o campo magnético da Terra — que ajuda a proteger os seres vivos da radiação solar — foi formado por que o núcleo do planeta, formado por uma parte sólida cercada por um mar de metais derretidos, cria correntes elétricas muito fortes. Essa eletricidade é a base do eletromagnetismo e o lugar para onde ele aponta varia ao sabor das mudanças das placas que formam o núcleo. Essas mudanças podem ser inferidas por meio de computadores que usam os dados do campo magnético.


A inversão dos polos magnéticos, ainda segundo a Nasa, não vai acontecer rápido. É um processo que dura centenas ou milhares de anos, período no qual o "polo norte magnético" deve aparecer em diversas latitudes. Por isso, segundo o artigo, não há nada que indique que as previsões para o fim do mundo em 2012, por exemplo, tenham relação com a inversão de polos. Quando ela ocorrer, conclui o texto, de maneira bem humorada, "pode significar a oportunidade de bons negócios para os fabricantes de bússolas magnéticas."
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Biomassa pode prover 20% da energia do mundo sem comprometer alimentação, dizem pesquisadores ingleses

Biomassa pode prover 20% da energia do mundo sem comprometer alimentação, dizem pesquisadores ingleses

Para chegar a esse resultado, sem aumentar a área usada pela agricultura atualmente, será necessário investir em técnicas para aumentar a produtividade e diminuir o desperdício

Bagaço da cana-de-açúcar usado para a geração de energia elétrica na Usina de Santa Adelia em Jaboticabal, São Paulo Bagaço da cana-de-açúcar usado para a geração de energia elétrica na Usina de Santa Adelia em Jaboticabal, São Paulo (Fernando Cavalcanti)
É possível produzir 20% da energia mundial com biomassa sem prejudicar a produção de alimentos, segundo estudo publicado pelo Centro de Pesquisas do Reino Unido (UKERC, na sigla em inglês). Para isso, porém, será necessário melhorar as técnicas de agricultura, produzindo mais comida em menos espaço.


BIOMASSA


A madeira foi o primeiro tipo de biocombustível usado pelos seres humanos, milênios antes da descoberta do petróleo. Isso ocorreu, estimam os arqueólogos, há cerca de 300 mil anos, no Paleolítico Superior, quando o homem das cavernas dominou o fogo e passou a usar madeira para cozinhar, se esquentar e afugentar predadores.


E a madeira foi, ainda por muito tempo, o único combustível da humanidade. Hoje ainda é um dos maiores, mas o desmatamento e a emissão de gases que causam o efeito estufa durante a queima fazem com que ela não seja um biocombustível ecológico.


Atualmente, materiais como a cana-de-açúcar, o milho, a batata e alguns tipos de capim servem para produzir combustíveis como o etanol e o bio-diesel; que substituem a energia proveniente de fontes não renováveis, como petróleo e carvão mineral.
Cientistas do Imperial College, em Londres, cruzaram dados de mais de 90% pesquisas feitas no mundo inteiro para chegar aos resultados. "Prover até um quinto da energia global com biomassa é uma ambição razoável se fizermos o melhor uso dos resíduos agrícolas, do material que sobra das culturas", afirma Raphael Slade, principal autor do relatório e pesquisador do Imperial College. Um exemplo é o uso do bagaço de cana de açúcar, que pode gerar açúcar e energia.

Para chegar a esse produção de energia, diz o estudo, não seria necessário aumentar a área que hoje é usada para agricultura. O papel dos governos é essencial para que isso aconteça, já que o apoio a pesquisas que levem ao aumento da produtividade dependem de grandes financiamentos.

O relatório reforça que a possibilidade de produzir esse montante de energia é técnica. Para torná-la prática, é preciso estudar formas de aumentar a produtividade das plantações. As mudanças na dieta de pessoas que vivem em países que estão se desenvolvendo, na Ásia e na América Latina, são vistas como um desafio pelos pesquisadores.
"Quanto mais você quer de bioenergia, mais difícil torna-se conciliar a demanda por proteção alimentar, energética e ambiental", diz Slade.
"A bioenergia vai fazer parte do mix de energias de baixo carbono do futuro", afirma Ausilio Bauen, do Centro de Política Energética e Tecnologia do Imperial College. "Mas garantir que a bioenergia, a produção de comida e as florestas não vão competir por espaço não vai ser simples. Só aumentando a produtividade e fazendo melhor uso do que produzimos poderemos produzir combustível, alimentar a população e conservar o meio ambiente", completa.

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Segundo estudo, as regiões afetadas do cérebro são importantes para controlar a emoção e comportamento agressivo

Videogame poderia afetar áreas do cérebro relacionadas ao comportamento agressivo e emoções Videogame poderia afetar áreas do cérebro relacionadas ao comportamento agressivo e emoções (ThinkStock)
Jovens que jogam games violentos apresentam mudanças na região cerebral que está associada à função cognitiva e ao controle emocional. É o que sugerem os resultados de um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte.
Os pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade de Indiana, autores da pesquisa, estudaram a violência nos meios de comunicação e o impacto disso na vida dos jovens por mais de uma década. Esta, porém, é a primeira vez que eles realizaram um estudo experimental que mostrou uma relação direta entre jogar games violentos durante um período e a mudança em regiões cerebrais.
Para o estudo, foram acompanhados 28 homens, com idades entre 18 e 29 anos, com um passado de exposição a jogos violentos. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos de 14 pessoas. Os membros do primeiro grupo foram instruídos a jogar um game de tiro por 10 horas ao dia durante uma semana. Depois, eles eram impedidos de jogar na semana seguinte. O segundo grupo não jogou nenhum game durante as duas semanas de duração do estudo.
Cada um dos voluntários foi submetido a uma ressonância magnética no começo do estudo, outra na primeira semana e mais uma no final da segunda semana. Além disso, os participantes também fizeram testes que mediam a habilidade cognitiva e emocional.
Os resultados mostraram que os voluntários dos primeiro grupo, que jogaram durante uma semana, tiveram menor em duas regiões do cérebro ligadas à parte cognitiva e emocional, ao serem comparados com o grupo controle. "Essas descobertas indicam que o jogo violento de vídeogame pode provocar um efeito a longo prazo no funcionamento do cérebro", afirmou Yang Wang, do departamento de radiologia da Universidade de Indiana. "Esses efeitos podem traduzir-se em mudanças de comportamento durante longos períodos de jogo. As regiões afetadas do cérebro são importantes para controlar a emoção e comportamento agressivo", disse.

Revista Veja