quarta-feira, 11 de abril de 2012

Muita fibra contra o câncer

Muita fibra contra o câncer

Estudos quentíssimos sugerem que, além de evitar o aparecimento de tumores no intestino, a substância protege a mama, o pâncreas... por Thaís Manarini | fotos Alex Silva
À primeira vista, alimentos como goiaba, cebolinha, cenoura, tangerina, soja, arroz integral e aveia não têm nada em comum. Mas, perdoe-nos pelo clichê, as aparências enganam. É que esses itens — e muitos outros — são carregados de fibras, substâncias valiosas. Entre seus feitos estão o estímulo da saciedade, a melhora do funcionamento do intestino e a proteção contra câncer nesse órgão. Agora a ciência acaba de apontar, veja só, que elas também previnem tumores no pâncreas e na mama. No mínimo.


Vem do Colégio Imperial de Londres e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, o estudo que associou o consumo de fibras a uma menor incidência de tumores mamários. Para realizá-lo, os pesquisadores esmiuçaram 16 trabalhos sobre o tema. “Notamos que a ingestão diária de 10 gramas de fibras solúveis derruba em 26% o risco de o mal se desenvolver. Ainda não sabemos por que as insolúveis não promoveram o mesmo benefício”, conta Dagfinn Aune, líder do projeto.


Uma das hipóteses levantadas para explicar tal façanha é que as fibras reduziriam o estrogênio que perambula pelo sangue. É que elas prejudicam a ação de uma enzima responsável por quebrar o hormônio para facilitar sua absorção. Assim, boa parte dele vai embora junto com as fezes. Mas há um mistério: “Em pesquisas com cobaias, tanto as fibras solúveis como as insolúveis causaram esse efeito”, pondera a nutricionista oncológica Thais Manfrinato Miola, do Hospital A.C. Camargo, na capital paulista.


Se você está se perguntando por que é importante evitar picos de estrogênio, fique sabendo que ele incita a proliferação das células mamárias, independentemente de serem normais ou cancerosas. “Sabe-se que outros hormônios agem assim, ou seja, estimulam a multiplicação celular. Então, quando eles estão controlados, o risco de desenvolver câncer diminui”, explica Fábio Gomes, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer (Inca).


Mais fibras, menos insulina

Só para constar, outro hormônio intimamente relacionado ao câncer de mama é a insulina, responsável por botar a glicose dentro das células. E as fibras dão um jeito nela também. Afinal, retardam o esvaziamento gástrico — em outras palavras, você fica com o estômago cheio por mais tempo —, o que torna a absorção de açúcar mais lenta. Diante disso, não há necessidade de ter um monte de insulina circulando.


E, por falar em barriga bem forrada, está aí outro fator que, indiretamente, é capaz de afastar a ameaça do câncer mamário. É que a obesidade e essa doença caminham lado a lado. Quando a dieta é rica em fibras, fica mais fácil escapar dos ataques à geladeira e, dessa forma, administrar o ponteiro da balança. “Mas, se uma mulher está 40 quilos acima do peso, não adianta só apostar nas fibras. O consumo isolado da substância não contrabalançará todos os outros problemas”, avisa Artur Katz, coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.


Já no Centro de Referência Oncológico de Aviano, na Itália, os cientistas voltaram suas atenções para a relação entre uma dieta campeã em fibras e o aparecimento de câncer no pâncreas. Para explorá-la, eles avaliaram a dieta de 326 pacientes diagnosticados com a doença e 652 indivíduos saudáveis. Foi quando notaram que o consumo da versão solúvel fez despencar em 60% a probabilidade de tumores surgirem no órgão. A insolúvel, por sua vez, diminuiu o perigo em 50%.

Ao que tudo indica, a partir do momento em que tais substâncias passam a controlar a produção e a liberação desenfreada de insulina, evitam não só o boom de células malignas nas mamas como também no pâncreas. “Isso não está 100% comprovado, mas é uma teoria que ganha força”, avalia Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. “E esse mecanismo provavelmente garante proteção contra vários outros tipos de tumores”, completa Fábio Gomes, do Inca.
Outra explicação plausível para essa blindagem é a capacidade que as fibras têm de aliviar o engarrafamento que muitas vezes atravanca o trânsito intestinal. “Elas não permitem que o organismo tenha tempo de absorver agentes potencialmente cancerígenos. Dessa maneira, os inimigos são rapidamente eliminados”, esclarece a nutricionista Juliana Pereira Lima Gropp, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).



Ainda que as evidências deem às fibras o troféu de anticancerígenas, Artur Katz pede cautela ao discutir seus efeitos: “Elas podem ser indicadores de outros comportamentos benéficos, já que as pessoas que capricham no seu consumo geralmente seguem um estilo de vida mais saudável, com dieta balanceada e prática de exercícios físicos”.



Sem contar que as substâncias são encontradas em leguminosas, frutas e hortaliças, alimentos abastecidos de uma variedade de compostos considerados aliados no combate a tumores, como quercetina, betacaroteno e licopeno. Portanto, é necessário avançar nas investigações para confirmar se as benesses alardeadas por todos esses estudos são causadas só pelas fibras.



De qualquer forma, sua ingestão é mais do que incentivada pelos especialistas ouvidos nesta reportagem. Nem tem como ser diferente. Afinal, como ficou claro, elas estão alojadas em alimentos de alto valor nutricional — e apostar neles possivelmente freia a procura por itens pouco saudáveis, como os industrializados cheios de gordura e açúcar.

 Uma dica: 25g é o consumo diário de fibras considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde

Ao mexer no cardápio, não se esqueça de molhar a garganta com bastante água, chás e sucos. “O líquido é esssencial para que as fibras solúveis se transformem em gel e as insolúveis formem fezes macias”, informa a nutricionista Michele Trindade, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no interior do Paraná. Só não enrole muito para mudar os hábitos. “A dieta deve ser equilibrada desde cedo para que exerça um papel realmente significativo na batalha contra o câncer”, adverte Paulo Hoff.






Aliadas na perda de peso

Decididamente, quem anseia por conquistar uma silhueta mais elegante não pode deixar as fibras de fora do cardápio. Uma refeição lotada delas demora a ser mastigada e também digerida. Como consequência, a sensação de saciedade dura mais tempo e a vontade maluca de comer não aparece tão cedo. “Além disso, ao caprichar em cereais, leguminosas, raízes e frutas, tende a haver uma redução no consumo de gorduras e açúcares”, lembra a nutricionista Paula Riccioppo, da clínica Be Healthy, no Rio de Janeiro. “Essa mudança contribui tanto para a perda quanto para a manutenção do peso ideal.”

Uma sugestão: para aumentar o consumo diário de fibras, salada sempre cai bem antes dos pratos principais


Duas versões da substância



- Solúveis


Ao entrar em contato com a água, elas formam uma espécie de gel, que promove saciedade e ajuda a controlar a presença de glicose no sangue, além de domar o colesterol. Nesse grupo, estão a pectina, a goma e a mucilagem, que dão as caras nas leguminosas, nas frutas e no farelo de aveia.



- Insolúveis


Não são nada viscosas e têm como principal função aumentar o bolo fecal e, assim, melhorar o funcionamento do intestino. Representadas pela celulose e pela lignina, são encontradas na camada externa de grãos e cereais, no farelo de trigo, na casca de frutas e na soja.


Por que elas não são nutrientes?

A explicação é simples: embora façam parte dos alimentos, as fibras são resistentes à digestão e não são absorvidas no intestino delgado. “É durante a própria passagem pelo trato digestório que interferem no aproveitamento de nutrientes e ajudam no combate a doenças”, diz a nutricionista Michele Trindade, da UEL.


O ranking das fibras

1º Soja - 23,9 g em 1 concha média.
2º Grão-de-bico - 17,3 g em 1 concha média.
3º Ervilha - 13,5 g em 1 concha média.
4º Feijão-carioca - 11,9 g em 1 concha média.
5º Cereal à base de trigo - 11,5 g em 1/2 xícara de chá.


Elas estão abrigadas em vários alimentos


- 1 concha média de lentilha - 11,1 g.


- 1 goiaba branca - 10,7 g.


- 1 colher (sobremesa) de cebolinha - 6,4 g.


- 1 mexerica - 4,19 g.


- 1 pera - 3,3 g.


- 1 colher (sopa) de semente de linhaça - 3,3 g.


- 1 colher (sopa) de farelo de trigo - 3,1 g.


- 1 colher (sopa) de abacate - 2,83 g.


- 1 maçã argentina - 2,6 g.


- 1 laranja com membrana - 2,6 g.


- 5 folhas de couve-manteiga - 2,35 g.


- 3 colheres (sopa) de batata-doce cozida - 1,98 g.


- 1 escumadeira de arroz integral - 1,62 g.


- 3 colheres (sopa)de beterraba crua - 1,62 g.


- 1 colher (sopa)de farinha de centeio - 1,5 g.


- 3 colheres (sopa)de mandioca - 1,44 g.


- 1 figo fresco - 1,4 g.


- 1 colher (sopa) de flocos de aveia - 1,37 g.


- 1 fatia de pão de fôrma integral - 1,3 g.


- 1 ameixa-preta seca - 1,2 g.


- 3 colheres (sopa) de cenoura ralada - 1,14 g.


- 3 folhas de alface lisa - 1,05 g.


- 1 colher (sopa) de farelo de aveia - 1,02 g.


- 3 colheres (sopa) de brócolis cozidos - 1 g.


- 1 escumadeira de arroz branco - 0,96 g.


 Revista Saúde Vital

sexta-feira, 30 de março de 2012

Aura Humana

Aura Humana
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AURA HUMANA .


Você com certeza já deve ter conhecido alguém assim: basta chegar perto para se envolver numa maravilhosa onda de luz e paz. Sua energia é tão positiva e contagiante que poderia até ser tocada. Outras pessoas, ao contrário, provocam uma desagradável sensação de cansaço, como se roubassem nossa energia. Esta capacidade de apagar ou iluminar o ambiente reflete o poder da nossa aura. Uma pessoa altamente emotiva com um chakra do plexo solar desenvolvido e descontrolado, pode causar destruição. Por outro lado uma pessoa que use corretamente o centro do coração, leva a inspiração a centenas de pessoas, expandindo sua Aura e tornando seu campo energético mais amplo, mais forte, mais protegido e mais resistente aos ataques das energias telúricas e de energias negativas.
Através dela pode-se detectar visualmente que todo ser humano representa um gerador de energia que produz um campo energético.
1) Aura da saúde física;
2) Aura astral ou emocional;
3) Aura mental;
4) Aura do corpo etérico.
 
 

A aura é constituída por quatro campos, quatro camadas:
Existe uma correlação entre o estado geral de corpo-mente-alma de uma pessoa e seu corpo vibratório. Danos à alma, tensão e fraquezas físicas tornam-se perceptíveis, antes mesmo de se manifestarem em você, tais como depressões, fadigas e doenças. Quem passa por uma perda de um parente querido, por exemplo, terá chances de se recuperar mais rapidamente se seu campo energético estiver equilibrado. Uma das maneiras para deixá-la em perfeito estado é tomar o banho de água com sal.
Antes de tudo, devemos esclarecer a essência da aura. Todos os pensamentos e atos humanos pertencem ao bem e ao mal. A espessura da aura é proporcional à quantidade de pensamentos bons e maus. Internamente, quando uma pessoa pratica o bem, sente uma satisfação na consciência. Esses pensamentos se convertem em luz, somando-se a luz do corpo espiritual. Quando, ao contrário, os pensamentos e atos sãos maus, estes se convertem em nuvens do corpo espiritual.
Externamente, quando se faz o bem aos outros, os pensamentos de gratidão das pessoas beneficiadas também se convertem em luz. Transmitidos através do fio espiritual para a pessoa que praticou o bem, aumentam a luz desta. Quando, ao contrário, a pessoa recebe transmissões de pensamentos de vingança, ódio, ciúme ou inveja, suas nuvens aumentam. Por isso, é preciso praticar o bem e proporcionar alegria aos outros, evitando provocar pensamentos de vingança, ódio ou ciúmes.
Para assegurar a boa luminosidade de sua aura todo cuidado é pouco. Ciúme, raiva, ódio ou inveja podem atuar negativamente sobre o equilíbrio dos campos energéticos. O primeiro passo é combater as situações de estresse com constantes exercícios de relaxamento, caminhar todos os dias pela manhã (se possível por vinte minutos), e viver situações que salientem o seu lado alegre.
 

As Cores da Aura
Ensinaremos uma técnica bem simples para visualizar a aura de alguém. Use apenas sua intuição.
Coloque-se na frente pessoa. Fixe seu olhar nos intercílios. Conte até 5. Feche os olhos por alguns segundos.Depois, fixe sua atenção no alto da cabeça da pessoa que está na sua frente. Conte até 5. Feche os olhos e pergunte mentalmente: "Qual a cor da sua aura". A resposta virá instantaneamente.
Apresentamos algumas das qualidades principais das cores, as quais se referem à segunda camada da aura, que nos indica o estado de nossa alma: 
Aura Verde
Autoconfiança, capacidade de resolver problemas e de perdoar. Pessoa que ama a paz; sensibilidade. É organizador, planejador e estrategista. Aura Amarela
Capacidade de dar e receber; ter esperanças; a saúde e a família desempenham um papel importante. Tem o dom de trabalhar em grupo harmoniosamente. O amarelo é uma das cores cinestésicas do espectro; isso significa que uma pessoa com aura desta cor tem uma reação física antes de ter uma resposta emocional ou intelectual. Quando ele entra numa sala cheia de gente, sabe de imediato se quer permanecer ou não. Aura Azul
Capacidade de curar através das próprias energias mentais e espirituais; age sobre os outros de modo agradável e calmante; altos ideais de vida; sinceridade. O Azul personifica as características do cuidado e do carinho. É a cor da aura que mais se preocupa em ajudar os outros.  Aura Laranja
Destemidos, poderosos e descuidados com a própria segurança pessoal, brandem os punhos fechados contra o próprio Deus. Sua busca espiritual é, na verdade, uma busca de um sentido de vida além de si mesmo.  Aura Dourada
Adora saber como e por que uma determinada coisa funciona, e lança mão de uma paciência infinita. A espiritualidade, para a pessoa de aura dourada, é o estudo da ordem superior do universo e de leis e princípios que o governam. Ele quer entender a organização mental, as leis ou as probabilidades que geraram a ordem no interior do caos espiritual. Aura Vermelha
Ênfase no modo de vida material; sucesso alcançado através da dedicação pessoal completa; saúde física estável; tendência à irritabilidade quando contrariada.  Aura Violeta
Espiritualidade bem desenvolvida; inspirações criativas; capacidade de transformar os sofrimentos pessoais em fatores positivos para o próprio destino. O violeta é a cor do espectro mais próxima do equilíbrio psíquico, emocional e espiritual em vigor no planeta neste momento.  Aura Prateada
 Um curandeiro, médium natural. Utiliza energia para transformar luz em em raios que curam, seu maior desafio é aprender a se conhecer e descobrir seus dons especiais. Aura Anil Indigo
A aguda perspicácia intelectual é um dos aspectos mais gratificantes e mais exasperantes, é brilhante e inquiridor, com uma inteligência que vai muito além dos conceitos mais tradicionais.  Garantir uma aura equilibrada não é um bicho-de-sete-cabeças. Tenha muito bom humor e otimismo, assim você estará sempre iluminado...
Fonte: Mistérios Antigos



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Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sonho e projeção lúcida

Sonho e projeção lúcida

 A projeção lúcida é o fenômeno em que o centro da consciência deixa o corpo físico. Com grande freqüência ela é confundida com o sonho

Por Eduardo Juliani


Sair do corpo físico durante o sono - fenômeno a que se dá o nome de pro- jeção lúcida - é um atributo inerente ao ser humano.De modo espontâneo ou induzido, todos podem experimentar tal situação. A pergunta que se faz é: "Por que não somos todos projetores lúcidos já que a projetabilidade é atributo de todos nós?" De- terminadas habilidades, como andar de bici- cleta ou fazer cálculos, requerem tempo, es- forço e dedicação no seu desenvolvimento. A projeção lúcida é uma delas.
Nossa formatação mental, que nos faz confundir o que somos com quem somos, leva-nos à falácia de sermos somente o nos- so corpo e suas possibilidades. A formação cultural, fortemente influenciada pela mídia e pelo consumo, nos induz ainda mais a de- dicarmos excessiva atenção ao corpo físico. Para estudar-se a projetabilidade é necessário entender variáveis como o conhecimento e o entendimento dos vários corpos (holossoma) coexistindo encaixados entre si, cada qual em uma dimensão energética própria.
É necessá- rio entender também o binômio lucidez-reme- moração. Embora todas as pessoas, sem exce- ção, deixem seus corpos todas as noites, não é raro que permaneçam dormindo fora dele. A maioria, por permanecer dormindo não apresenta lucidez e, portanto, não rememora as experiências extrafísicas. Em outro extremo estão as projeções com lucidez perfeitamente rememoradas. Nessa situação, o fenômeno projetivo é autocomprobatório. Entre os dois extremos encontramos fenômenos com vários níveis de lucidez-rememoração, o que em par- te explica as confusões entre sonho e projeção. Muitos, quando se recordam de algum evento ocorrido entre o sono e a vigília, dão a tais eventos o rótulo de sonho.
"Embora as pessoas deixem seus corpos todas as noites, não é raro que permaneçam dormindo fora dele"
Entre sonho e projeção
Na projeção a pessoa percebe-se lúcida, consciente, e em uso dos seus atributos mais im- portantes (atenção, memória, raciocínio, juízo crítico, discernimento, capacidade de associa- ção de ideias, livre arbítrio), mesmo estando fora do corpo humano. O sonho é um estado alterado da consciência caracterizado pela sequência de fenômenos psíqui- cos, imagens, representações, atos, ideias, emoções, que involuntariamente ocorrem durante o sono. Apresenta-se como conjunto de sensações ou re- presentações mais ou menos realistas que surgem sem o controle do indivíduo e que, na maioria das vezes, tem um caráter bizarro, confuso e incoeren- te.
Toda pessoa adulta tem, em média, durante um sono de 8 horas, 4 a 5 períodos intercalados de sonho. Sonhamos aproximadamente 25% do tempo em que estamos dormindo. Uma dúvida frequente é se a experiência que ocorreu durante a noite foi uma projeção ou apenas um sonho. Pode-se traçar alguns pa- ralelos que ajudam nesta diferenciação:
1. A projeção permite o planejamento das ações ainda na vigília física anterior. É possível esco- lher os "sonhos";
2. Duas pessoas podem se encontrar e atuar em uma mesma projeção, inclusive com confirma- ção posterior, o que não é possível nos sonhos;
3. A projeção com lucidez contínua desde a vi- gília anterior até a vigília posterior é condição ímpar, de certeza íntima para o projetor da realidade da experiência;
4. A coerência dos fatos ocorre somente na pro- jeção, enquanto nos sonhos predominam situa- ções aleatórias sem compromisso entre si;
5. Nos sonhos ocorre a exaltação emocional por meio da maior ativação do sistema límbico. Na projeção, a expansão consciencial, o bem- estar e a sensação de liberdade conferem-nos maior serenidade;
6. Os sonhos são absurdos cognitivos. As proje- ções mantêm as faculdades do raciocínio, juízo crítico e de associação de ideias;
7. Durante o período projetivo é possível manter a noção espacial e temporal a respeito do corpo, que permanece inerte na base física;
8. Numa projeção existe a capacidade decisória, a possibilidade de alterar situações e a autodeterminação direta de atos e vivências. Em um sonho a pessoa não tem controle sobre as representações que surgem, sendo mera expectadora das ocorrências.
O sonho se apresenta como conjunto de sensações ou representações mais ou menos realistas que surgem sem o controle do indivíduo e que, na maioria das vezes, tem um caráter bizarro, confuso e incoerente
Benefícios da projetabilidade lúcida
Ao sair de si é que verdadeiramente a pessoa se conhece. Deixando o corpo com lucidez redescobre-se o mundo conhecido sob uma nova ótica e esta nos desafia a empreender mudanças nos valores pessoais. A percepção de uma realidade extrafísica dinâmica, onde interagem consciências humanas, extrafísicas e projetadas, amplia o entendimento de nossa capacidade assistencial para muito além do grupo familiar e de pessoas mais próximas.
Obriga-nos a pensar o mundo de uma forma universal e amplia o conceito individual de ética para muito mais do que é possível perceber em apenas uma vida. A descoberta de si mesmo em vidas anteriores e posteriores obriga-nos a eliminar preconceitos e imaturidades mais grosseiras, por exemplo, pensar na morte como o fim de tudo ou solução para qualquer problema. Ao perceber-se lúcido e atuante fora do corpo, a morte perde o sentido e pode-se descartar a tanatofobia (medo de morrer).
Ao vencer esse medo, base de todos os outros, tornamo-nos mais audaciosos em nossas atitudes. Ao acessar informações de vidas passadas e futuras, passamos a entender a realidade das múltiplas vidas e podemos obter maior compreensão das relações familiares, por exemplo.
Referência
VIEIRA , Waldo. Projeciologia - panorama das Experiências da Consciência fora do corpo humano. 5a. ed., Editares.


 

Neurociências Memória genética

Neurociências
Memória genética

Cientistas geram neurônios a partir de células da pele de pacientes portadores de doenças psiquiátricas e neurológicas e testam em laboratório drogas para reverter os "sintomas"

Por Roberta de Medeiros / Imagens: Shutterstock



 
 
 Assim como as células embrionárias, as células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, em inglês), carregam a mesma informação genética das células doadoras e dão origem a todos os tecidos do corpo, inclusive neurônios

Há cinco anos, o cientista japonês Shynia Yamanaka anunciou um feito que prometia acelerar as descobertas científicas no mundo todo: como uma volta no tempo, ele conseguiu reprogramar células da pele e transformá-las em células semelhantes às embrionárias. assim, foram geradas as primeiras células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, em inglês), em 2008, apontadas como a descoberta científica do ano pela revista Science. elas carregam a mesma informação genética das células doadoras e têm a capacidade de dar origem a todos os tecidos do corpo, inclusive neurônios.
Os pesquisadores notaram que tinham em mãos uma poderosa ferramenta. ao reprogramar as células de uma pessoa autista ou esquizofrênica, por exemplo, seria possível o inimaginável - estudar um neurônio "doente" vivo, investigar as alterações genéticas presentes nesta célula desde a sua gênese e comparar tecidos normais dos afetados pela doença. até então, isso era inviável pela dificuldade de se conseguir biópsias do sistema nervoso central, já que o procedimento é muito invasivo e feito somente em situações especiais. Foi assim que as células iPS se tornaram o modelo precioso para o estudo de doenças neurológicas.

O cientista japonês Shynia Yamanaka conseguiu reprogramar células de pele e transformá-las em células semelhantes às embrionárias
Há quem diga que a técnica poderá ser usada, no futuro, como uma ferramenta de diagnóstico, antecipando o aparecimento dos sintomas e começando os tratamentos mais cedo. além disso, as células são retiradas do tecido já formado, o que contorna um problema ético - o uso de embriões nesse tipo de investigação, que em países como os estados Unidos tem vários adversários, inclusive a igreja católica.
O primeiro estudo de reprogramação em pacientes esquizofrênicos foi feito pelo neurocientista Fred gage, do instituto Salk de estudos Biológicos, nos estados Unidos, e publicado na revista nature. a pesquisa mostrou que as células de pessoas que sofrem de esquizofrenia funcionam de modo distinto de quem não tem a síndrome. esquizofrenia é distúrbio psiquiátrico grave no qual o paciente perde contato com a realidade, emite juízos falsos (delírios), podendo também ter percepções irreais quanto à audição, visão, tato (alucinações), apatia e isolamento social e pensamento desordenado. a doença atinge cerca de 1,8 milhão de pessoas no Brasil.


IPS e câncer

As células IPS carregam alterações que resultam da reprogramação e do tempo de cultura em laboratório. Elas têm mais mutações que as embrionárias, chegando a ter 10 vezes mais mutações que o esperado, incluindo alterações relacionadas a genes envolvidos com o câncer. Apesar de não se saber se isso realmente tem um "impacto" negativo nos modelos celulares, é bom estar ciente de que pode interferir em algumas situações.

Células da pele de quatro pacientes foram transformadas em células semelhantes às embrionárias e, depois, convertidas em neurônios. Os cientistas usaram um tipo de vírus da raiva, que é transportado entre um neurônio e outro (as conexões). Usando esse artifício, eles constataram que os neurônios "doentes" tinham menos ramificações do que os das pessoas sem o distúrbio mental. A função das ramificações é permitir a comunicação entre os neurônios.
A equipe de Gage testou medicamentos normalmente usados para tratar esquizofrenia para analisar como essas drogas agem nos neurônios. O estudo mostra que, ao contrário do que se acreditava, algumas alterações biológicas nos neurônios são independentes da experiência de vida.
Em um estudo recente publicado na revista Cell Transplantation, a equipe do biólogo Stevens Rehen, da UFRJ, também usou a técnica de reprogramação celular para analisar os neurônios de um paciente esquizofrênico. "Constatamos que os neurônios consumiam mais oxigênio que neurônios normais. Esse excesso de oxigênio acaba sendo responsável pela produção de radicais livres, com prejuízos para o funcionamento da célula", disse. Outros estudos feitos em cérebro após a morte já sugeriram esse efeito - o estresse oxidativo.
 O primeiro passo do estudo foi retirar uma amostra de pele do paciente e extrair suas células. "Nas células, é injetado um retrovírus, que funciona como um cavalo de Tróia e leva para dentro das células genes equivalentes àqueles de um embrião. Essas células adultas são transformadas em versão muito semelhante às células-tronco embrionárias", explica Rehen.
Boa parte dos estudos sobre a biologia da esquizofrenia é resultado de análises em cérebros doados após a morte, que nem sempre são preservados em condições ideais, além de reproduzirem a fase final da doença, não fornecendo pistas adequadas sobre o seu desenvolvimento. "A geração de um novo modelo por reprogramação de células IPS tem a vantagem de permitir o estudo do início de alterações no funcionamento do neurônio envolvidas no distúrbio mental", diz.
A reprogramação a partir de células IPS é a melhor maneira que os cientistas encontraram de estudar um neurônio "doente" vivo. Outras estratégias são os modelos animais - usados em psiquiatria para testar novas drogas e estudar os mecanismos neurobiológicos das doenças mentais - e os modelos matemáticos e computacionais, que simulam o funcionamento do sistema nervoso. Há também os exames de neuroimagem, que mapeiam o funcionamento do cérebro vivo.

Potencial da técnica

As células revertidas ao estágio embrionário têm a vantagem de alongar os telômeros. Mas o que isso significa? Toda célula possui sequências de DNA , que é organizado como cromossomos: os telômeros são justamente as pontas desses cromossomos. Quando a célula se divide, ela precisa duplicar o seu DNA , para que cada célula gerada por essa divisão tenha a mesma quantidade de material genético.
Cada vez que a célula se divide, os telômeros perdem um pedaço. E isso pode levar a célula à morte ou a disfunções. "Como os telômeros se alongam, essas células podem se dividir indefinidamente. Isso pode ser um ponto a mais para essas células serem usadas como modelo de diversas doenças", observa Rehen.

A técnica poderá ser usada, no futuro, como uma ferramenta de diagnóstico, antecipando o aparecimento dos sintomas
A técnica seria um valioso recurso para procura de medicamentos mais eficazes. Muitos não surtem o efeito desejado, porque são testados em animais, que nem sempre têm os mesmos sintomas que humanos. O resultado é que 90% dos remédios são abandonados no início dos testes por causa da toxidade. Os gastos com um único remédio podem alcançar a cifra de 2,6 bilhões de reais. Com as células IPS, seria possível testar a toxidade dos medicamentos antes de chegarem às farmácias.
Em 2009, dois grupos de cientistas chineses geraram tiny, um camundongo clonado a partir de células reprogramadas, retiradas da pele de animais adultos. em outro estudo, foram 27 camundongos saudáveis, que deram origem a duas gerações com cerca de 200 descendentes normais. isso nos faz questionar: seria possível clonar seres humanos? Segundo Rehen, apesar de a técnica avançar rapidamente, ainda não é possível sonhar com a criação de seres humanos a partir delas.
PARA SABER MAIS
Outros estudos

A técnica promete criar as bases para a medicina personalizada a partir de culturas de células que carregam a identidade genética de cada paciente. "Podemos estudar como os neurônios de cada indivíduo se comportam. Uma mesma droga pode não funcionar da mesma forma em duas pessoas. Com isso, podemos encontrar drogas individuais, testar doses específicas para cada um. Isso deve acontecer num futuro não muito distante", prevê Muotri.
A medicina personalizada é apontada como a grande revolução na área da saúde nos próximos anos. Isso será possível graças às novas gerações de sequenciadores de DNA que já são capazes de mapear o genoma humano (a soma de todos os genes, toda a carga genética de uma pessoa). O genoma mapeado pode revelar quais doenças podem se instalar e quais tratamentos seriam mais eficazes.
Os cientistas partem do princípio de que cada pessoa se beneficia de um remédio diferente. Enquanto uma pessoa pode se beneficiar de uma terapia, outra pode ter péssimas reações ao mesmo tratamento. Um bom exemplo é o tratamento do colesterol com as estatinas. Estima-se que 15% dos pacientes têm chance de desenvolver reações graves ao medicamento. No futuro, um exame genético poderá prever essa predisposição, e a pessoa evitará um tratamento sofrido ou ineficaz.
O problema é que a nova medicina está longe de ser democrática. Apenas as pessoas que podem desembolsar 5 mil dólares têm acesso ao mapeamento dos seus genes. Este ano, duas empresas anunciaram serviços que vão permitir às pessoas examinarem seus próprios genomas. A empresa deCODE genetics, da Islândia, anunciou que vai disponibilizar um serviço on-line, onde os clientes podem pesquisar informações de seus ancestrais e avaliar o risco de desenvolver várias doenças graves. Outra empresa, a fornecer o serviço, 23andMe, nos Estados Unidos, que anunciou um serviço semelhante. A empresa vai analisar o DNA retirado de uma amostra de saliva dos clientes. O resultado poderá ser acessado pela internet.

 O uso de embriões nesse tipo de investigação tem, em países como os Estados Unidos, vários adversários, inclusive a Igreja Católica. Por isso, a IPS poderá ser usada, no futuro, como uma ferramenta de diagnóstico

Boa parte dos estudos sobre a biologia da esquizofrenia é resultado de análises em cérebros doados após a morte

Outro estudo que revela o potencial dessa técnica partiu do geneticista alysson Muotri, da Universidade da califórnia. no ano passado, o pesquisador publicou um artigo na revista científica cell que relata a geração de neurônios de pacientes do espectro autista e a sua reversão ao estado normal. a equipe do cientista decidiu trabalhar com autistas portadores da síndrome de Rett, por ter uma causa genética já conhecida, que é a mutação no gene MecP2. a síndrome é rara e nem os médicos estão familiarizados com esta síndrome.
O espectro autista inclui várias síndromes, cujos traços em comum são o atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade em manter relações sociais, comportamento estereotipado e foco de interesse muito restrito. O quadro dos pacientes com Rett é ainda mais grave, porque, além desses problemas, ainda sofrem com dificuldades motoras e ataques epilépticos. estáticas nos estados Unidos indicam que 1% das crianças são afetadas e a incidência em meninos é ainda maior, 1 a cada 70 crianças. não há pesquisas que estimem a incidência da síndrome no Brasil. no mundo, segundo a OnU, acredita-se ter mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como essas pessoas se comunicam e interagem. Por Roberta de Medeiros / Imagens: Shutterstock




IPS e fenótipos

Os primeiros estudos com as IPS não mostraram claramente características dos neurônios relacionados à doença. Os neurocientistas acreditam que essas alterações só aparecerão com o passar dos anos, como acontece no nosso corpo. Isso gera uma complicação a mais para os cientistas: como, afinal, manter neurônios vivos em cultura de laboratório por muito tempo? "Encontrar situações que simulem o envelhecimento precoce, por exemplo, aumentando as espécies reativas em oxigênio no meio de cultura, parece uma saída criativa", arrisca Muotri.

Muotri observou que os neurônios de autistas tinham menos sinapses - áreas de contato entre os neurônios, essenciais para o processamento das informações do sistema nervoso. O núcleo dessas células também era menor. Duas drogas foram usadas para tentar "consertar" esses neurônios, uma delas foi o fator de crescimento de insulina 1. Para chegar na fase clínica, esse fator foi modificado quimicamente para facilitar sua penetração no sistema nervoso. a outra droga foi a gentamicina, antibiótico usado para infecções que tem sido testado em doenças genéticas. O resultado foi que os neurônios autistas tratados passaram a se comportar como se fossem neurônios normais.
Quando o autismo começou a ser investigado, a psicanálise postulava que a doença era resultado de uma experiência negativa vivida muito precocemente com a mãe em seu ambiente familiar. essa hipótese caiu por terra. a pesquisa reforça a tese de que as causas do autismo são biológicas e não resultado de fatores ambientais, isto é, não são determinadas pela história de vida de cada pessoa. "no entanto, só podemos afirmar isso para os pacientes que foram testados. Portanto, posso dizer que, nos pacientes com as mutações no MecP2, o autismo é genético e a contribuição ambiental deve ser mínima ou não significativa", conclui Muotri. ele estima que 90% das formas de autismo têm origem genética, embora não se saiba quais os genes envolvidos em cada uma das síndromes.
Seria a cura para o autismo? "ainda é preciso fazer testes clínicos em pessoas. isso já está acontecendo com as drogas que usamos por dois grupos independentes, um nos estados Unidos e outro na itália. Se os testes em pessoas derem bons resultados, aí sim será comercializado pela indústria farmacêutica", diz Muotri.


Os gastos realizados com um único medicamento podem alcançar a cifra de 2,6 bilhões de reais. Com as células IPS, seria possível testar a toxidade dos medicamentos antes de eles chegarem às farmácias
A reprogramação a partir de células IPS é a melhor maneira que os cientistas encontraram de estudar um neurônio "doente" vivo

Estudo sobre esclerose e Parkinson

Em outro estudo feito pelo mesmo laboratório, o pesquisador Miguel Mitne-neto, supervisionado por Muotri, gerou células iPS a partir de amostras de pele de pacientes brasileiros com esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa que afeta os neurônios motores e cujos sintomas são a atrofia progressiva, a ausência de reflexos e a fraqueza muscular. a doença afeta as fibras que viajam do córtex até a medula espinhal (axônios) e que são responsáveis pela transmissão dos impulsos controladores dos movimentos. Há várias hipóteses para o seu surgimento, como a mutação de uma enzima que aumenta os radicais livres e induz a autodestruição dos neurônios motores. a esclerose atinge homens em uma proporção até duas vezes maior que mulheres e se manifesta a partir da quinta década de vida.
Ao diferenciar as células em neurônios motores, neto constatou que a presença da proteína VaPB nos neurônios motores dos pacientes com esclerose é 50% menor, se comparada às células normais. estudo feito com drosófilas (espécie de pequena mosca) demonstra que essa proteína está relacionada à qualidade da junção neuromuscular - a região de encontro entre o nervo e o músculo que permite a contração muscular.
Segundo o grupo, tudo indica que a quantidade da proteína VaPB é crucial para a sobrevivência dos neurônios motores. até então, os pesquisadores vinham estudando drogas capazes de reverter o quadro desse tipo de esclerose em modelos animais, mas com pouco sucesso. "O estudo em roedores permitiu esclarecer vários aspectos importantes da doença, mas um mecanismo molecular preciso ainda está faltando", dizem os pesquisadores em artigo publicado recentemente na revista Human Molecular genetics. agora, o modelo pode ser usado na busca de novos medicamentos que aumentem a produção da VaPB nos neurônios.
"Sabe-se que o processamento da VaPB é diferente em determinadas regiões do cérebro e durante cada fase de desenvolvimento. nossa hipótese é que, mesmo na presença de uma quantidade menor de VaPB, portadores da doença são normais até chegar na quarta ou quinta década de vida, quando os níveis se tornam criticamente baixos", dizem os autores. no Brasil, foram confirmadas mais de cem pessoas com esta forma da doença. enquanto em algumas pessoas a doença progride rapidamente, em outras ela se instala mais tarde e de forma mais lenta.
Os cientistas também investigaram neurônios de pessoas com a doença de Parkinson, que provoca tremores e afeta os movimentos. Os sintomas são causados pela morte dos neurônios que secretam dopamina e que transmitem comandos do córtex para os músculos. Outro traço da doença é o acúmulo de proteína em estruturas chamadas corpúsculos de Lewy nos neurônios que restaram. a produção da proteína é comandada pelo gene Snca.
Recentemente, cientistas do Reino Unido, estados Unidos, Japão e República tcheca reprogramaram células da pele de um paciente com triplicação do gene Snca e de um parente seu de primeiro grau não afetado para comparar as alterações no neurônio. O resultado foi que as células apresentaram um aumento de duas vezes na expressão de Snca, o que não aconteceu nas células do parente não afetado pela doença.

Com as células IPS, seria possível testar a toxidade dos medicamentos antes de eles chegarem às farmácias
 Dois outros estudos mostraram que, com a cultura de células IPSC, neurônios derivados de pacientes com Parkinson podem se integrar no cérebro de ratos, com a melhora dos sintomas da doença nos animais

Em estudos anteriores, nenhuma diferença havia sido encontrada nos neurônios de pessoas que sofrem de Parkinson. A hipótese mais provável: a doença só surge com o passar dos anos, e as células reprogramadas são semelhantes às embrionárias. Por isso, os cientistas decidiram analisar as células de um paciente com início precoce e progressivo da doença. "Esse estudo mostra o potencial dos neurônios como modelo para estudar a doença. A cultura de células IPSC servirá como um recurso inestimável para estudar muitas das questões não resolvidas na patogênese da doença de Parkinson", dizem os pesquisadores. Dois outros estudos mostraram que neurônios derivados de pacientes com Parkinson podem se integrar no cérebro de ratos, com a melhora dos sintomas da doença nos animais.
Os cientistas também descobriram que pessoas com atrofia muscular espinhal, doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, produzem um número reduzido de neurônios motores, o que sugere a morte precoce desse tipo de célula. Outro achado foi um número maior de agregados de proteína, que estavam associados à intensidade da doença. Os sintomas são a perda do tônus muscular, debilidade dos movimentos e falta de reflexos. A doença é caracterizada por mutações no gene SNM, que leva à morte dos neurônios motores e resulta na atrofia muscular grave.
 Apesar da empolgação da comunidade científica, as IPS não são o melhor modelo em todos os casos
Apesar da empolgação da comunidade científica, as IPS não são o melhor modelo em todos os casos. É o que sugere um controvertido estudo do cientista israelense Achia Urbach. Ele reprogramou células adultas de pacientes com síndrome do X frágil - a principal causa de deficiência mental herdada, depois da síndrome de Down. A doença é motivada por uma mutação passada hereditariamente que provoca alterações que impedem a expressão do gene FMR1.
No início do desenvolvimento embrionário, o gene trabalha normalmente. Entretanto, quando o pesquisador reverteu as células da pele dos pacientes ao estado embrionário, verificou que o gene FMR1 continuava a não funcionar, ou seja, as alterações continuavam lá. Publicado na revista Cell Stem Cell, o estudo mostra que, nem sempre, a estratégia da reprogramação celular reverte as células adultas para um estado idêntico ao embrionário.


sexta-feira, 16 de março de 2012

A vitamina diferente Ela é essencial para a formação de novas células, principalmente as do sangue. Mas a forma como ela é absorvida pelo organismo difere das demais

A vitamina diferente
Ela é essencial para a formação de novas células, principalmente as do sangue. Mas a forma como ela é absorvida pelo organismo difere das demais

Por Ivonete Lucirio


Fotos: Shutterstock / Tratamento: Eduardo Barbosa.
A B12 pode ser considerada a estrela das vitaminas, tanto por sua importância quanto por sua excentricidade. Também chamada de cobala mina, tem uma estrutura química muito mais complexa do que as outras vitaminas, até a das suas companheiras do complexo B. Por exemplo, é a única que contém um elemento inorgânico - o mineral cobalto - como parte de sua composição. Outra esquisitice: nenhuma planta ou animal é capaz de fabricá-la, apenas alguns micro-organismos como as bactérias podem produzi-la. Esses micro-organismos estão presentes em certos alimentos de origem animal como carnes vermelhas - principalmente o fígado -, frango, peixes, ovos e produtos lácteos. Portanto, os produtos de origem animal são fundamentais para garantir bons níveis de vitamina B12.
Depois de produzida, a B12 ainda precisa ser aproveitada pelo organismo, e essa é mais uma tarefa complicada. "Para que seja bem absorvida, o sistema digestório deve estar em boas condições fisiológicas, com uma produção adequada de ácido clorídrico, enzimas pancreáticas e fator intrínseco", explica a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional (SP). Fator intrínseco é um tipo de proteína produzida exclusivamente pelas células do estômago e ajuda na absorção de nutrientes. Embora a B12 dê trabalho para o organismo, tanto na produção quanto na absorção, também oferece inúmeros benefícios, e seu papel para o metabolismo é fundamental. "Ela é essencial tanto para o crescimento quanto para a divisão celular. Além disso, essa vitamina atua principalmente na produção de eritrócitos (eritropoiese), aquelas células vermelhas do sangue", esclarece a especialista Roseli.
Fotos: Shutterstock / Tratamento: Eduardo Barbosa.
Além da participação da B12 na fisiologia normal do corpo, há pesquisas mostrando que ela pode também ter um papel importante no tratamento de algumas doenças. "Estudos indicam que altos níveis no sangue diminuem os sintomas de depressão", afirma a especialista. Há também a comprovação de que níveis adequados de B12 no organismo reduzem os episódios de asma em crianças. Para os idosos, a vitamina desempenha um papel ainda mais marcante. Um estudo realizado pelo Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genética da Universidade de Oxford (GB), comprovou que os idosos que apresentam altos níveis de vitamina B12 são seis vezes menos propensos a apresentar diminuição no volume do cérebro. Portanto, a B12 protege contra o que podemos chamar de "encolhimento" do órgão típico do envelhecimento, que leva à redução de certas funções cognitivas, como perda da memória.
Principais fontes da vitamina
Esses são os principais alimentos capazes de fornecer B12 ao organismo
Alimento (110 gramas)
Quantidade de vitamina B12 (mcg)
Bife de fígado cozido
112
Marisco no vapor
99
Ostras cozidas
27
Ostras cruas
16
Bife de coração cozido
14
Arenque cozido
10
Truta cozida
5
Salmão cozido
2,8
Atum cozido
1,8
Iogurte
1,4
Leite desnatado
0,93
Queijo cottage
0,80
Ovo cozido
0,49
Frango cozido
0,36
A B12 dá trabalho para o organismo na sua absorção, mas também oferece inúmeros benefícios

REVISTA SAUDE

Novas evidências indicam que a meditação fortalece o cérebro

Novas evidências indicam que a meditação fortalece o cérebro



Foto: BBC
Pesquisadores dizem que meditação permite processamento mais rápido de informações
Pesquisadores americanos descobriram mais evidências de que meditar fortalece o cérebro.
Estudos anteriores feitos pela Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, já haviam sugerido que meditar durante anos torna o cérebro mais espesso e fortalece conexões entre células cerebrais.
As novas pesquisas feitas pela mesma equipe californiana revelaram ainda mais benefícios associados à prática. Os resultados foram publicados pela revista Frontiers in Human Neuroscience.
O cientista Eileen Luders e seus colegas do Laboratory of Neuro Imaging da UCLA dizem ter encontrado indícios de que pessoas que meditam durante muitos anos têm quantidades maiores de dobras no córtex cerebral do que pessoas que não meditam. Isso poderia acelerar o processamento de informações.
A equipe também encontrou uma relação direta entre a quantidade de dobras e o número de anos durante os quais a pessoa meditou.
Isso pode talvez ser mais uma prova da neuroplasticidade do cérebro - a habilidade do órgão de se alterar, ou se adaptar, em resposta a estímulos externos.

Córtex

O córtex é a camada externa do cérebro e tem papel fundamental na memória, atenção, pensamento e consciência.
Os dobramentos corticais são o processo pelo qual a superfície do cérebro se altera para criar sulcos e dobras. Sua formação pode promover e melhorar os processos nervosos.
Presume-se, portanto, que quanto mais dobras se formam, maior a capacidade do cérebro de processar informações, tomar decisões e formar memórias.
"Em vez de simplesmente comparar pessoas que meditam com as que não meditam, queríamos ver se havia uma relação entre a quantidade de prática da meditação e o grau de alteração do cérebro", disse Luders. "Quer dizer, associar o número de anos de meditação com a incidência das dobras".

Testes

Os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 50 praticantes de meditação - 28 homens e 22 mulheres. Esse grupo foi comparado a outro, de não praticantes, com idade e sexo equivalentes.
Os praticantes haviam meditado em média 20 anos. Os tipos de meditação eram variados, entre eles, Zen e Vipassana.
A equipe disse ter encontrado grandes diferenças na incidência das dobras em participantes que praticavam meditação.
Para os pesquisadores, a revelação mais interessante foi a correlação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobras, especialmente em uma estrutura do cérebro conhecida como ínsula.
Sabe-se que essa estrutura está associada às emoções humanas. E que lesões na ínsula podem resultar em apatia, perda de libido e alterações na memória.
"Talvez (a descoberta) mais interessante tenha sido a relação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobramentos insulares".

Emoção e raciocínio

Luders mencionou estudos anteriores que indicam que a ínsula funcionaria como um integrador entre a emoção e o raciocínio.
"Pessoas que meditam são conhecidas por serem mestras em introspecção e consciência, assim como em controle emocional e autorregulação, então os resultados fazem sentido - quanto mais tempo alguém medita, maior a a incidência das dobras na ínsula".
Luders adverte que fatores genéticos e ambientais podem ter contribuído para os efeitos observados.
Ainda assim, "a relação positiva entre as dobras e o número de anos de prática dá suporte à ideia de que a meditação aumenta a incidência das dobras".
BBC BRASIL