segunda-feira, 2 de maio de 2011

D, a vitamina da longevidade


Veja como o sol, principal fonte de vitamina D, pode ajudá-lo a combater o câncer, o diabete e os problemas cardíacos

por FÁBIO DE OLIVEIRA

A gente não cansa de ouvir e ler que a receita para uma vida longa e cheia de saúde deve incluir uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, sono em dia e cuca fresca. Hoje, porém, muito cientista sério acrescentaria a essa lista banhos de sol diários. Nem muito extensos nem muito curtos: bastam 15 minutos para que os raios solares ativem no organismo a produção de uma substância capaz de fortalecer os ossos, deixar as defesas em ponto de bala, preservar a massa cinzenta e garantir que o coração bata forte por anos a fio.

Trata-se da vitamina D, uma substância que, com tantas qualidades elencadas nos tempos muito recentes, tem despertado o interesse de pesquisadores de várias áreas - de nutricionistas a bioquímicos. Só para ter uma idéia, o PubMed, biblioteca virtual da medicina, que pertence ao governo americano e armazena artigos científicos de todo o globo, registrou no ano passado mais de mil estudos sobre funções recém-descobertas dessa molécula. E ela é muito mais importante do que se desconfiava.

Um desses trabalhos, que acaba de sair na revista científica Archives of Internal Medicine, revela que níveis adequados de vitamina D esticam mesmo a expectativa de vida. A pesquisa avaliou mais de 13 mil homens e mulheres. Quem estava com taxas insuficientes da substância apresentou um risco de morte das mais variadas causas 26% maior em relação aos indivíduos com altos índices da molécula. “A vitamina D está envolvida em vários processos no organismo, participando inclusive da homeostase, o equilíbrio interno de todas as funções do corpo”, justifica a nutricionista Lígia Martini, da Universidade de São Paulo.

Já uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, analisou o papel do nutriente em diversos tecidos do corpo, literalmente da cabeça aos pés. Seu autor, o bioquímico Anthony Norman, quis mostrar que os benefícios da vitamina D, que no nosso imaginário ainda é mais associada ao fortalecimento dos ossos, vão muito além desse papel. Não à toa, o professor defende que a recomendação diária vá das atuais 400 UI (unidades internacionais) para 2 mil. “Os valores indicados hoje se baseiam apenas no aporte de cálcio, que a vitamina ajuda a fixar no esqueleto. Mas agora sabemos que a vitamina D atua no sistema imune, no coração, no cérebro e na secreção de insulina pelo pâncreas”, exemplifica Norman a SAÚDE!. Ou seja, para dar conta de tantas tarefas, a dose precisaria ser mesmo maior. Sua argumentação faz sentido. “Atualmente, essa vitamina é considerada um potente modulador das células de defesa”, diz a nutricionista Marianna Unger, doutoranda em nefrologia pela USP. Em outras palavras, estimula a atividade das células imunológicas quando elas precisam entrar em ação. Sem a pitada diária de sol, portanto, ficamos ligeiramente indefesos.


 
Boas doses de vitamina D são, ainda, sinônimo de peito forte. Isso porque ela controla as contrações do músculo cardíaco, vitais para o bombeamento de sangue. Sem contar que, em níveis desejáveis, mantém a pressão arterial em dia. A razão é simples: inibe lá nos rins a síntese de renina, uma enzima envolvida na secreção de um hormônio que faz a pressão disparar. Por falar em hormônio, a insulina, que bota o açúcar para dentro das células, é mais uma substância que depende da ação adequada da vitamina D. “Ela estimula o pâncreas a produzi-la”, diz Lígia Martini. De quebra, a vitamina torna a insulina mais sensível ao açúcar. Assim, taxas reduzidas podem estar relacionadas à síndrome metabólica, que engloba hipertensão, obesidade, colesterol ruim elevado e resistência insulínica.

No caso do câncer, desconfia-se que a vitamina D regule genes vinculados à proliferação celular na mama, no cólon e na próstata. Esse batalhão genético se encarrega de outra missão: induzir o suicídio de células malignas, a apoptose. “A vitamina também comanda genes que inibem a angiogênese, a formação de vasos que alimentam o tumor”, diz Marianna. Ou seja, age contra o câncer em várias frentes. “Em muitos casos, mulheres com câncer de mama apresentam uma dosagem deficiente de vitamina D”, revela a oncologista Maria Aparecida Koike Folgueira, da USP. E talvez não seja mera coincidência.

O mesmo déficit pode estar por trás de problemas como o Parkinson, que provoca tremores involuntários. Esse elo foi verificado por cientistas da Universidade Emory, nos Estados Unidos. Os portadores do mal tinham uma carência acentuada do nutriente. “A hipótese é que a vitamina D ofereça uma maior proteção aos neurônios ameaçados pelo Parkinson”, conta a neurologista Marly de Albuquerque, da Universidade Federal de São Paulo.

A falta do nutriente talvez se explique pelo fato de a população se expor cada vez menos ao sol, até mesmo no Brasil. Foi o que mostrou um trabalho da nutricionista Marianna Unger. O estudo avaliou 619 indivíduos considerados saudáveis. “Cerca de 80% deles tinham níveis insuficientes de vitamina D após o inverno”, diz a pesquisadora. “Depois do verão, a proporção de indivíduos com carência caiu para 39,6%, índice muito elevado para um país ensolarado como o nosso.”

Importante: o medo do câncer de pele não pode servir como desculpa para evitar os raios solares. “Os protetores não impedem que tenhamos uma quantidade adequada de vitamina D”, afirma o dermatologista Marcus Maia, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que demonstrou isso em um trabalho finalista do III Prêmio SAÚDE!, promovido pela Editora Abril. Fica o recado: tem que tomar sol! Sua saúde vai agradecer.
No corpo todo

Quando foi descoberta, no início do século passado, a vitamina D só era vinculada à saúde dos ossos. Mas hoje os cientistas sabem que há receptores para essa molécula em 31 áreas do corpo humano (veja a lista completa abaixo). E, quando a natureza cria receptores para determinada molécula, é sinal de que ela é realmente importante para a célula

As 31 áreas em que ela atua

• Cartilagens
• Células produtoras de insulina
Cérebro
Coração
• Desenvolvimento do embrião
• Estômago
• Fígado
• Folículo capilar
• Formação da placenta
• Funcionamento da musculatura
• Glândula supra-renal
• Hipófise
• Inibidores do câncer
• Intestino
• Mamas
• Medula óssea
Ossos
• Ovários
• Paratireóide
• Parótida
• Pele
• Próstata
• Pulmões
• Retina
• Rins
• Sistema imunológico
• Tecido adiposo
• Testículos
• Timo
• Tireóide
• Útero


Depois dos 50…
...A vitamina D se torna ainda mais fundamental. Isso porque a partir dessa idade os ossos tendem a se desmineralizar em um ritmo acelerado, aumentando o risco de osteoporose. Além disso, o corpo perde massa muscular, o que favorece a ocorrência de quedas e até de certa dificuldade de locomoção. “O problema é que nessa idade a pele tem uma menor capacidade de síntese da vitamina”, diz Rodolfo Herberto Schneider, geriatra da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Por isso, muitos especialistas preconizam doses mais elevadas da substância, prescrevendo, de acordo com o caso, até mesmo a suplementação.

Quando o veneno vira remédio


Um experimento brasileiro coloca a toxina da abelha como uma promessa de tratamento contra artrites. É a ciência desvendando, aos poucos, o potencial terapêutico das temidas picadas

por ADRIANA TOLEDO, DIOGO SPONCHIATO e THEO RUPRECHT | design PILKER


Dizem que a diferença entre o veneno e o remédio está na dose. Não por menos, a crença popular apregoa que as ferroadas das abelhas atenuam certos problemas de saúde, como as dores nas juntas. “Há relatos de indivíduos com artrite que sentem uma melhora após serem atacados pelo inseto”, conta o imunologista Fábio Morato Castro, professor da Universidade de São Paulo (USP). Esse efeito colateral descrito por algumas vítimas de enxames motivou um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP a investigar a autenticidade da história. “Criamos um modelo em laboratório para apurar se havia alguma verdade nisso”, conta Castro, um dos autores do trabalho. E não é que a ciência teve que dar o braço a torcer?!

Os estudiosos mensuraram o potencial terapêutico do veneno em coelhos. Só que, para efeito de estudo, tiveram que inverter a ordem natural das coisas. Primeiro, eles administraram a toxina às cobaias por meio de uma bolsinha instalada no dorso dos animais. O veneno promove uma inflamação no local, o que estimula o corpo a liberar glicocorticoides, hormônios responsáveis por um efeito anti-inflamatório — é uma reação de defesa para o organismo manter o equilíbrio. Mais tarde, os cientistas induziram o aparecimento da artrite nos coelhos. Só que os glicocorticoides, já imersos na corrente sanguínea, se apressaram a aplacar a inflamação na articulação. “Esses hormônios irão atuar na artrite onde ela estiver”, afirma a farmacologista Suzana Veríssimo de Mello, coautora da pesquisa.

Repare que não é preciso aplicar a toxina no local de sofrimento das juntas — em um joelho, por exemplo. “O veneno não requer essa operação porque o glicocorticoide é produzido pelo próprio corpo. Então, pode ser aplicado em outro lugar”, justifica Suzana (veja o esquema ao lado). Em meio aos testes, a equipe chegou à dose ideal: 1,5 micrograma por quilo. Coincidência ou não, esse valor equivale a uma picada de abelha. Administrada a quantidade correta, os resultados não demoraram a aparecer. “Observamos uma redução nos níveis de uma substância que indica a presença da dor e do processo inflamatório na articulação”, conta Suzana. “É como se uma infl amação, causada pela toxina, tratasse outra infl amação”, avalia Castro.

No entanto, quem tem artrite não deve correr atrás de uma colmeia para buscar alívio. Os autores do trabalho enfatizam, em coro, que ainda é impossível estender os resultados aos seres humanos. Embora existam pesquisas desse tipo em outros países, no Brasil só estudos clínicos poderão legitimar o uso. Outra questão é que o veneno talvez não seja uma panaceia no mundo das artrites — e olha que existem 118 tipos da doença! “Ao que tudo indica, a toxina teria um melhor resultado para tratar aquelas artrites de fundo alérgico, que são mais raras”, pondera o reumatologista Flávio Maciel, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

A abelha não parece dar a solução para problemas mais comuns e graves, como a artrite reumatoide — versão marcada pela agressão do sistema imune às juntas. “Isso porque o efeito anti-infl amatório do veneno estaria aquém da necessidade dos pacientes”, diz Maciel. Apesar das respostas que apenas o tempo poderá conceder, a toxina só tem a somar no arsenal terapêutico para os males das articulações. E de pensar que as únicas virtudes das abelhas para a saúde se restringiam ao própolis e ao mel...

A TRAJETÓRIA DO VENENO

Entenda como ele é obtido e de que forma ajuda a aplacar a artrite

1. A COLETA
Um aparelho é posicionado em frente à colmeia. Quando uma abelha gruda nele, toma um choque. Por instinto, ela dá uma ferroada, lançando seu veneno. Isso atrai suas companheiras, que têm a mesma reação. Em contato com o ar, a toxina vira pó.

2. A PURIFICAÇÃO
O veneno em pó é levado a um laboratório e colocado em uma máquina capaz de separar as proteínas das demais substâncias. São justamente as proteínas que agridem o corpo atacado pelo inseto.
3. A APLICAÇÃO
Pronta, essa fração do veneno é administrada ao coelho. Ali, ela gera uma inflamação local que instiga a glândula suprarrenal do bicho a fabricar glicocorticoides, hormônios de ação anti-inflamatória.

4. A REPERCUSSÃO
Essas substâncias caem na corrente sanguínea e se dirigem às juntas com artrite, ou seja, reféns de um processo inflamatório. Os glicocorticoides, por sua vez, são capazes de abrandar o problema, reduzindo a dor e o inchaço.ATÉ PARA AS RUGAS?!

Um creme feito com o veneno de abelha e comercializado na Europa está causando alvoroço por supostamente apagar as marcas do tempo na pele. Seus poderes seriam capazes de substituir a toxina botulínica — substância aplicada por meio de uma injeção nos músculos para impedir que eles se contraiam. Mas a Sociedade Brasileira de Dermatologia adverte: não há trabalhos científicos que comprovem a eficiência desse cosmético. “Até porque nenhum creme consegue chegar à musculatura facial”, esclarece Andréia Mateus Moreira, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da entidade. “Isso sem contar que o veneno pode causar reações alérgicas”, alerta.ANTÍDOTO CONTRA O VENENO

O soro antiabelha criado no Brasil promete anular os efeitos, muitas vezes letais, dos ataques de enxames

Quem dá o azar de topar com uma colmeia pode ser obrigado a encarar, em franca desvantagem, centenas de abelhas munidas de ferrões. “Quando uma pessoa é picada por cerca de 200 insetos, toxinas presentes no veneno afetam os rins, o fígado e o coração, podendo levar à morte por falência múltipla de órgãos”, explica a bióloga Keity Souza, da Universidade de São Paulo, que desde 2008 se empenha no desenvolvimento de um soro capaz de neutralizar esse efeito devastador. “Extraímos o veneno de abelhas africanizadas, as mais comuns no Brasil, e o injetamos em cavalos”, conta a especialista. “Esses animais passam a produzir, então, anticorpos e, quando eles chegam a níveis adequados, colhemos o sangue do bicho e utilizamos o plasma, onde se concentram essas substâncias”, descreve. Até o momento, em experimentos com ratos, o soro se mostrou efi caz. “Agora estamos desenvolvendo um terceiro lote do medicamento para que possamos iniciar os testes em seres humanos.”
AO TOMAR UMA FERROADA

A picada de uma única abelha não devasta órgãos vitais, mas, em algumas pessoas, causa reações alérgicas cujos sintomas vão de uma simples dor ou coceira até o inchaço da glote — aquela abertura localizada na laringe. Isso dificulta a respiração e, em casos extremos, é capaz de matar. “Diante de um mal-estar após o ataque, o ideal é correr para um hospital, onde os médicos podem remover o ferrão e administrar um remédio adequado”, diz Keity Souza. “E quem já sabe que tem alergia à picada precisa carregar sempre um antialérgico e um documento informando sobre sua predisposição.”

A pirâmide da digestão saudável


Médicos espanhóis elaboram um novo guia com todos os hábitos que zelam pela integridade e pelo funcionamento do aparelho digestivo. Será que você anda cuidando bem dele?



Um plano para que estômago, intestino e companhia trabalhem no ritmo certo e não sofram doenças ao longo da vida — eis a proposta da Pirâmide do Bem-Estar Digestivo, uma iniciativa recém-divulgada pela Federação Espanhola do Aparelho Digestivo.

Inspirada na tradicional pirâmide alimentar — que elenca as necessidades nutricionais em ordem crescente —, a versão focada na digestão vai além das orientações sobre o cardápio, abordando atividade física e estado emocional. “É que o estresse está associado a males como refluxo, gastrite e constipação”, concorda o gastroenterologista Vladimir Schraibman, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

No bloco da nutrição, destaca-se o consumo dos leites fermentados enriquecidos com bactérias do bem. “Essa pirâmide parece direcionada a melhorar a flora intestinal, cada vez mais valorizada como protetora do organismo”, opina Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. A ideia espanhola recebeu elogios, mas é preciso lembrar que nem todo mundo pode segui- la à risca. “Pessoas com intolerância à lactose, por exemplo, devem tomar cuidado com a ingestão de iogurtes e outros derivados do leite”, diz Schraibman.

NUNCA

A pirâmide condena o cigarro, cujas toxinas danificam todo o sistema digestivo, e o uso constante de laxantes, que desequilibram a flora intestinal. Recomenda, ainda, contra-atacar o estresse e a ansiedade, que favorecem o aparecimento ou a piora de várias doenças. E prega a moderação nas gorduras, que tornam mais lenta a digestão e, em excesso, favorecem o câncer.

REGULARMENTE

O guia preconiza o controle do peso, já que a obesidade e o sedentarismo caminham ao lado de diversas ameaças ao aparelho digestivo. Também orienta visitas periódicas ao banheiro — nada de segurar ou adiar a vontade. Se possível, reserve um tempinho depois das refeições. O importante, de qualquer forma, é ficar na média: de uma vez a cada dois dias até três vezes diárias.

A CADA DOIS DIAS

O plano espanhol sugere o consumo de legumes levemente refogados e, nos lanches da tarde, saladas de frutas ou iogurtes salpicados de frutas secas e granola. Ainda indica exercícios como caminhada, corrida e natação — e é melhor realizá-los pelo menos dez minutos ao dia do que deixar para fazer uma hora por semana.

TODO DIA

Há uma forte recomendação para o consumo de frutas frescas e, sempre que possível, com casca. Assim como verduras cruas ou cozidas, temperadas com azeite de oliva, e arroz e massas integrais. Tudo isso garante boas doses de fibras, que incentivam o trabalho do intestino, e de antioxidantes, que preservam as células do aparelho digestivo. Além disso, vale tomar entre oito e dez copos de água todo santo dia ou, se preferir, beber chás e sucos naturais. Por fim, são aconselháveis pelo menos 30 minutos de caminhada — dá até para incluir na conta os lances de escada que podem substituir o elevador.
 
 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Conhecimento: Veja as linhas do campo magnético da Terra


Invisível, o campo magnético terrestre é um dos principais fenômenos naturais que permitem a vida em nosso planeta. Sem ele, partículas altamente carregadas vindas do Sol e do espaço profundo atingiriam a superfície, fulminando os seres vivos ou mudando drasticamente as formas de vida como as conhecemos.
Linhas do campo magnético da Terra
Apesar de invisível, existem diversas formas de observar a aparência e o comportamento de um campo magnético. Uma dessas formas é a clássica experiência de escola, onde um pequeno ímã em forma de barra é colocado embaixo de uma folha de papel. Quando depositamos sobre essa folha uma pequena quantidade de limalha de aço, as linhas do campo magnético se revelam em interessantes padrões geométricos.
Naturalmente, não podemos fazer o mesmo com a Terra. Seria impossível viajarmos até o espaço e lançar ao redor do planeta toneladas de pó de ferro somente para ver as linhas do campo magnético. No entanto, com auxílio de instrumentos a bordo dos satélites podemos fazer algo bem parecido e com resultados ainda melhores.
A imagem acima foi criada pelo Centro Espacial Goddard, da Nasa, e foi baseada em dados coletados no espaço desde o início da Era Espacial. Na cena, os traços laranja e azul equivalem aos desenhos geométricos das limalhas de ferro do experimento escolar e mostram a orientação norte-sul das linhas do campo magnético da Terra.
Para a visualização, no lugar do pó de ferro os cientistas usaram os dados de sensores de radiação, capazes de detectar e contar as partículas atômicas - prótons e elétrons - que se movem no espaço ao redor do planeta. No entanto, diferente do padrão simétrico do experimento escolar, a imagem revela que a as linhas do campo magnético terrestre são deformadas e empurradas no sentido oposto àquele iluminado pelo Sol.

linhas do campo magnético
Isso acontece devido ao vento solar, uma espécie de jato de partículas eletricamente carregadas sopradas pela estrela, que distorce e empurra as linhas do campo magnético da Terra. Em algumas situações, as perturbações são tão intensas que a interação com o campo magnético produz surtos de correntes extremamente elevados, capazes de causar danos nas redes de distribuição elétrica, panes em satélites e bloqueios nas transmissões de rádio.

Ilustrações: No topo, Concepção artística mostra as linhas do campo magnético, de acordo com dados coletados por mais de 50 anos, desde o início da Era Espacial. Acima, experimento clássico mostra as linhas do campo magnético ao redor de um ímã em forma de barra.
Direitos Reservados
Ao utilizar este artigo, cite a fonte usando este link:
Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Conhecimento_Veja_as_linhas_do_campo_magnetico_da_Terra&posic=dat_20110425-105159.inc

Cientistas confirmam: estrela de Orion está diminuindo

Orion é uma constelação que as pessoas aprendem a reconhecer desde pequeno. Formada pelas "Três-Marias" cercadas por quatro estrelas de grande brilho, a constelação apresenta um desenho simétrico belo e harmonioso, mas alguma coisa bastante estranha está acontecendo ali e uma das estrelas mais conhecidas está simplesmente diminuindo de tamanho.
Apesar de estar a 500 anos-luz de distância, Betelgeuse é uma das estrelas mais brilhantes do firmamento. Classificada como gigante vermelha, a estrela é 900 vezes maior que o Sol e se fosse colocada dentro Sistema Solar cobriria toda a região entre a Terra e o planeta Saturno.
No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Berkeley, nos EUA, mostrou que Betelgeuse está diminuindo de diâmetro e nos últimos 15 anos encolheu 15% seu tamanho. O estudo foi realizado com auxílio de um interferômetro em infravermelho acoplado ao telescópio de Monte Wilson, na Califórnia, e aceito para publicação no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.
De acordo com Charles Townes, co-autor do trabalho, o raio de Betelgeuse encolheu o equivalente à distância entre Vênus e o Sol. "Vamos observar atentamente a estrela nos próximos anos. É perturbador ver essa mudança acontecendo diante de nossos olhos".
Apenas para lembrar, Charles Townes ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1964 pelos estudos no desenvolvimento do laser e maser, o equivalente do laser no espectro das microondas.
Vale ressaltar que apesar do encolhimento, a magnitude luminosa da estrela não se alterou, não sendo detectada redução de brilho significativa. Do ponto de vista observacional a estrela se apresenta como uma esfera simétrica, mesmo após Townes e seu aluno Ken Tatebe terem detectado um ponto de luz bastante brilhante na superfície estelar.
Outro co-autor do trabalho, o pesquisador Edward Wishnow também disse não entender porque Betelgeuse está diminuindo. "Levando em conta tudo que sabemos sobre o Universo e as galáxias, existem algumas coisas sobre as estrelas que simplesmente não sabemos. Uma dessas coisas é sobre o que ocorre quando estrelas gigantes vermelhas como Betelgeuse se aproximam do fim da vida", disse o cientista.

Supernova
O cientistas sabem que o fim de Betelgeuse será na forma de uma cataclísmica explosão chamada supernova, mas não existe consenso sobre quando isso irá ocorrer. Alguns afirmam que as mudanças sejam um sinal de que Betelgeuse já esgotou todo seu hidrogênio e está na fase de consumir os elementos mais pesados de interior, caminhando para a explosão supernova dentro de mil anos. Outros acreditam que Betelgeuse deverá sobreviver mais tempo.
Uma supernova é um dos eventos astronômicos de maior magnitude. Quando Betelgeuse explodir seu brilho será 10 mil vezes maior e equivalerá a um pequeno ponto com o brilho da Lua cheia. O fulgor deverá durar alguns meses e poderá ser visto facilmente durante o dia. Em seguida a estrela irá se apagar gradualmente, se transformando em uma estrela de nêutrons com poucas centenas de quilômetros.
Quando isso acontecer, a bela constelação de Orion ficará desfalcada de um de seus vértices, tornando as noites de verão e outono ligeiramente diferentes das que estamos acostumados. Quem viver, verá!

Foto: No topo, carta celeste mostra a constelação de Orion, com as Três-Marias ao centro e Betelgeuse em um dos vértices. No destaque a gigante vermelha, como vista pelo telescópio espacial Hubble em novembro de 2004. Créditos: Apolo11.com/Nasa/Hubble Space Telescope.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Magnésio para o coração bater no ritmo


COMPLEMENTOS

Caprichar no consumo desse mineral resguarda o peito contra arritmias. E o melhor: ele é facilmente encontrado nas castanhas e até na singela salsa.


Calma: é preciso muito descuido para que se instale uma carestia do mineral no organismo. É que o nutriente está presente em tantos alimentos que, mesmo sem perceber, a gente acrescenta boas doses dele ao prato, desde que a dieta seja balanceada. "Vegetais folhosos verde-escuros, legumes, frutas como o caju, a banana e a maçã, cereais integrais, nozes e castanhas são alguns exemplos", enumera Lucy Aintablian Tchakmakian, nutricionista e coordenadora adjunta do curso de nutrição do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo.

As veias e as artérias que passam pelo órgão bombeador de sangue também são beneficiadas quando o sal mineral corre por ali com frequência. Ele atua na coagulação sanguínea, processo em que muitas substâncias interagem entre si para criar uma placa grossa que impede o escoamento do líquido vermelho. "As plaquetas são partículas formadas pela medula óssea e têm a capacidade de aderir a qualquer superfície quando fora dos vasos", explica o cardiologista Enrique Pachón. Assim, diante de um reles machucado, inicia-se a coagulação. Só que, quando há falhas no processo, originam-se os temidos trombos, que ameaçam entupir os vasos. Eles estão entre os estopins para infartos e derrames. "O magnésio é importante porque, sem ele, as plaquetas se tornam mais aderentes, propiciando os tais trombos", revela Pachón.

Outro motivo para o coração não perder a marcha vem do poder do magnésio em aumentar a sensibilidade à insulina. Por isso, ele ajuda a reduzir as taxas de açúcar no sangue e previne o diabete, um dos fatores de risco para problemas cardiovasculares. Pesquisa realizada na Universidade Justus-Liebig, na Alemanha, revela que suplementos diários do mineral, ingeridos por seis meses pelos participantes, são capazes de reduzir em quase 10% os níveis de glicose circulante. "O magnésio auxilia o transporte do açúcar através das membranas celulares e influencia na sua queima", explica a endocrinologista Monica Cabral, da Sociedade Brasileira de Diabetes. "O consumo insuficiente do mineral poderia provocar maior resistência à insulina, especialmente em pacientes com diabete tipo 2."

Como os nossos rins têm a capacidade de eliminar o excesso de magnésio, uma dieta rica no nutriente não traz riscos à saúde, exceto se quantidades muito além da conta forem ingeridas. E, nesse caso, o corpo dará sinais de que algo está errado. O melhor é manter o ritmo — o coração que o diga! — e não pecar nem pela falta nem pelo excesso.
TOP 10 DO MINERAL

Abaixo estão alguns dos alimentos mais ricos em magnésio. O número ao lado de cada um deles revela quanto possuem do nutriente em cada 100 gramas:

Salsinha crua: 698 mg
Cebola crua: 404 mg
Castanha-do-pará: 365 mg
Semente de linhaça: 347 mg
Castanha de caju torrada com sal: 327 mg
Amêndoa torrada e salgada: 222 mg
Café: 165 mg
Nozes: 153 mg
Espinafre refogado: 123 mg
Aveia em flocos: 119 mg

ELE NÃO GOSTA DE…
Em excesso, o cálcio dos laticínios, o fósforo do feijão, os fitatos dos cereais e o ácido oxálico do chá preto prejudicam a absorção de magnésio. Isso ocorre porque eles formam complexos insolúveis com o mineral, dificultando seu aproveitamento pelo organismo. "Consumir bebidas diuréticas, como a cerveja, também diminui sua absorção", lembra a nutricionista Luciana Setaro, da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Já as proteínas das carnes, a vitamina D da gema de ovo e a lactose do leite favorecem sua assimilação.
301 FUNÇÕES
Além de agir no coração, o magnésio tem participação em cerca de 300 processos fundamentais no corpo. Ele entra na formação de dentes e ossos, ajuda na transmissão dos impulsos nervosos, intervém no relaxamento dos músculos e na produção de energia celular… Ufa!
 

As gorduras da felicidade e as da depressão


As insaturadas, do azeite de oliva, do abacate e do salmão, afastam a tristeza profunda. Já as trans e as saturadas, dos doces e da carne vermelha, aumentam em até 50% o risco de a doença aparecer.


Esqueça aquela história de afogar as mágoas devorando um sorvete ou um pastel. A tática piora a situação e, agora, isso está provado cientificamente. E atenção: não só porque engordam, abalando de vez a autoestima. "Os ácidos graxos trans, presentes nessas comidas, aumentam em até 50% o risco de depressão", revela a epidemiologista Almudena Villegas, da Universidade Las Palmas, na Espanha, que pesquisa a substância há anos e acaba de divulgar seu último trabalho. "Quanto maior a quantidade ingerida, maior o risco de ficar deprimido", diz.

A lista de alimentos na corda bamba inclui industrializados como biscoitos, sorvetes, margarinas, salgadinhos e frituras. Eles recebem altas doses de gordura trans para se tornar crocantes. Uma vez dentro do corpo, aumentam o colesterol ruim e fazem um mal danado ao coração — além de prejudicarem os mecanismos cerebrais envolvidos no controle do humor. As gorduras saturadas, da carne vermelha, também foram enquadradas. Assim como as trans, elas têm um elo estreito com a depressão. E, de novo, quanto mais são consumidas, pior.

Felizmente, há outros ácidos graxos que combatem os efeitos nefastos da tristeza patológica. Os insaturados, do azeite de oliva e do abacate, têm esse papel. "O consumo de 20 gramas diários do óleo de oliva foi associado a uma probabilidade até 30% menor de ocorrência do problema", afirma Almudena. "Isso ocorre porque suas gorduras facilitam a passagem de informações entre os neurônios. Assim, evitam falhas que poderiam desencadear o transtorno", explica o psiquiatra Sérgio Klepacz, do Hospital Samaritano de São Paulo. "Já as trans dificultam a comunicação entre as células nervosas, porque envolvem a membrana do neurônio e o tornam menos fluido." E, se o fluxo de mensagens ali míngua, é quase certo que a depressão sem fim vá se instalar.
Mas como é, enfim, que uma simples escolha alimentar pode desencadear ou piorar os sintomas de uma doença tão complexa como a depressão? A resposta é complicada e passa, inclusive, por mecanismos envolvidos na fabricação de substâncias lá no coração. "As gorduras trans e saturadas aumentam a produção de moléculas denominadas citocinas. Elas são pró-inflamatórias e promovem alterações no endotélio, membrana que reveste internamente o tecido cardíaco", conta Almudena. O problema é que o tal do endotélio é responsável pela síntese de uma proteína conhecida como BDNF, superimportante para o crescimento e a capacidade de regeneração dos neurônios. Dessa forma, se ele não trabalha direito, desencadeia uma reação que se reflete nas células nervosas, que, sem conseguir se comunicar direito, deixam o caminho livre para o tempo fechar."As citocinas também interferem na ação dos neurotransmissores, as moléculas que atuam no processo de transmissão nervosa", completa a pesquisadora espanhola. Elas diminuem a disponibilidade de substâncias precursoras da serotonina, neurotransmissor que age como um papa do bem-estar. E aí o corpo fica a um passo da depressão. "As causas da doença ainda não estão completamente determinadas", afirma a psiquiatra Sandra Carvalhais, presidente da Associação Mineira de Psiquiatria. "Mas sabemos que alterações neuroquímicas, sobretudo o desequilíbrio das funções dos neurotransmissores, estão relacionadas ao seu desenvolvimento." Tanto que os remédios antidepressivos atuam, primordialmente, na tentativa de balancear essas alterações.

Só não vale extrapolar e achar que a fritura do final de semana é responsável por qualquer baixo-astral. "A enfermidade tem várias causas, e o que a caracteriza não é apenas o maior grau de tristeza", esclarece o psiquiatra José Romildo Bueno, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria. "O deprimido perde as expectativas, vê-se sem horizontes, sentese impotente, incapaz e tem elevado grau de pessimismo." Além disso, sofre com a perturbação dos estados de sono e de vigília, com a alteração do apetite e da libido, com a perda de concentração e com a sensação de que o tempo não passa.

Ainda bem que, como os cientistas espanhóis descobriram, nem todas as gorduras foram colocadas na linha de fogo da saúde mental e algumas podem contrabalançar esses tristes danos, como é o caso das insaturadas. Elas beneficiam a cachola em duas frentes. "Primeiro, agem como antioxidantes e anti-inflamatórios, combatendo os radicais livres que promovem inflamações pelo corpo", lembra Almudena. Assim, protegem o endotélio — aquele, lembre-se, ligado à produção de uma proteína importante para o equilíbrio mental — contra o ataque das gorduras maléficas. "Segundo, facilitam o encaixe da serotonina a seus receptores cerebrais, o que agiliza a transmissão dos impulsos nervosos", completa.

Agora que a gente sabe quais gorduras fazem parte de cada time, não é difícil se precaver. Vale o alerta, no entanto, de que mudar a composição do prato não soluciona o problema, caso ele já tenha marcado presença. "Uma dieta mais equilibrada ajuda, mas não acaba com a depressão. O tratamento nutricional deve ser coadjuvante dos métodos tradicionais", alerta o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. E, se dá para comer e ficar mais feliz, por que não tentar?
OUTROS NUTRIENTES DO BEM-ESTAR

Assim como as gorduras insaturadas, eles melhoram a ação dos neurotransmissores e evitam o mau humor

FOLATO
A deficiência dessa vitamina contribui para falhas na fabricação de neurotransmissores, principalmente a serotonina, que dá um barato natural.

TRIPTOFANO
Esse aminoácido é precursor da serotonina. Sem triptofano, a produção dessa substância é insuficiente.

B6
A vitamina entra na receita das enzimas responsáveis pela síntese de substâncias químicas nervosas que regulam nosso estado de espírito.

B12
Atua na prevenção dos sintomas da depressão e ajuda a afastar os pensamentos negativos e a fadiga provocados pela doença.

ÔMEGA-3
"Essa gordura melhora a transmissão neuronal e a capacidade do sistema nervoso de se adaptar a alterações", explica a nutricionista Luciane Felix, do Conselho Regional de Nutricionistas do Distrito Federal. Além disso, o ômega-3 dá um chega pra lá em substâncias por trás de inflamações. As futuras mamães têm de caprichar no consumo de suas fontes. Isso porque esse ácido graxo tem participação crucial no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sonda Messenger faz foto inédita a partir da órbita de Mercúrio

No dia 17 de março de 2011, a sonda espacial Messenger entrou com sucesso no domínio gravitacional de Mercúrio e passou a girar definitivamente na orbita do planeta. Alguns dias depois, em 29 de março, a nave fez a primeira imagem orbital do astro, 37 anos depois da primeira e histórica aproximação da nave Mariner 10, em 1974.
Mercurio visto pela sonda messenger em março de 2011
Clique para ampliar
"Alcançar a órbita de Mercúrio foi o maior passo desde que a Messenger foi lançada há seis anos e meio", disse Peter Bedini, gerente do projeto Messenger junto ao Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins. "Essa conquista é fruto de uma tremenda quantidade de trabalho por parte dos responsáveis pela navegação, orientação e controle da missão, que rastrearam a nave por mais de 3.7 bilhões de quilômetros".
A sonda foi lançada em 3 de agosto de 2004 e antes de entrar na órbita de Mercúrio fez duas aproximações do planeta Vênus, com o objetivo de ganhar o impulso necessário para alcançar seu destino. Antes, porém, já havia passado pelas proximidades de Mercúrio por quatro vezes, até ser finalmente inserida na órbita planejada.
Quando em operação, a sonda circundará o planeta duas vezes e meia a cada hora, em uma órbita altamente elíptica que a coloca entre 200 km de altitude e 15 mil km de altitude. Esse padrão foi escolhido para proteger a nave das altas temperaturas encontradas naquela região do Sistema Solar.
região norte de mercúrio
Após a primeira imagem feita no dia 29 de março, a Messenger registrou mais de 363 cenas antes de enviar os dados à Terra. Como os experimentos científicos só começam de fato em 4 de abril, os registros estão relacionados à saúde da nave, principalmente aos sistemas de alimentação e orientação.

Mercúrio
Mercúrio é o menor planeta do Sistema Solar e também o mais próximo do Sol. Seu diâmetro é um pouco menor que a metade da Terra e ao contrário do que muitos pensam, Mercúrio não é um planeta vermelho. Seu nome é atribuído aos romanos em homenagem ao veloz mensageiro dos deuses, já que parecia mover-se no céu mais depressa do que qualquer outro objeto.
De todos os planetas do sistema solar é o que menos foi visitado e seu estudo direto através de telescópios é muito prejudicado devido à proximidade da estrela. Só pode ser visto antes ou depois do nascer e pôr-do-Sol, e nestas ocasiões está tão baixo no horizonte que sua luz refletida tem que passar por uma camada muito densa de atmosfera, o que prejudica ainda mais sua observação.
A colocação da Messenger na órbita de Mercúrio deverá trazer mais luz às questões sobre a formação e evolução do planeta. Para isso a sonda é dotada de diversos instrumentos.
Instrumentos
O MDIS é um dos mais importantes instrumentos a bordo da Messenger, mas não é o único. Enquanto para os simples mortais as imagens captadas já bastam para satisfazer a curiosidade, para os especialistas elas fazem parte de um conjunto de informações que ajudarão a construir o grande quebra-cabeça chamado Mercúrio. É por isso que as sondas são dotadas de diversos sensores diferentes, cada um com uma finalidade específica.
A análise da composição química da atmosfera e da superfície ficará a cargo do instrumento MASCS (Mercury Atmospheric and Surface Composition Spectrometer), um espectrômetro completo de última geração capaz de realizar múltiplas análises simultâneas. O MASCS trabalhará em conjunto com outros dois espectrômetros operando nos comprimentos de onda de raios-x e raios-gama.
Para o estudo do campo magnético a sonda leva a bordo o sensor MAG, um magnetômetro de alta precisão que auxiliará os cientistas a compreender melhor a formação e composição do núcleo mercuriano.
Outros instrumentos fazem parte da lista de equipamentos a bordo da Messenger. Para avaliar a interação entre o ambiente espacial e o vento solar a espaçonave está dotada de um espectrômetro de plasma e partículas energéticas enquanto a topografia de Mercúrio será sondada por um altímetro-radar, que fornecerá importantes dados para a construção de um novo mapa tridimensional do planeta.

Validação dos dados
Os dados coletados pela Messenger não chegarão à Terra em tempo-real. Antes serão avaliados pelos computadores de bordo e uma vez que todas as medidas forem completadas serão retransmitidos. Segundo os cientistas ligados à Universidade Johns Hopkins, cada pacote de dados levará aproximadamente 22 horas para ser processado e enviado à Terra.
Saiba tudo sobre a Sonda Messenger

Arte: No topo, primeira imagem feita pela sonda Messenger a partir da órbita de Mercúrio. Na sequência, cena da região do polo norte do planeta, mostrando uma região nunca vista por nenhuma outra nave. Acima, concepção artística mostra a sonda orbitando o planeta. Crédito: Nasa/JHU-APL.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Cientistas Encontram Genes de Extraterrestre em DNA Humano

 
O mistério do DNA: uma sequência indecifrada de genes guarda o segredo da origem da espécie humana. O Projeto Genoma foi além do esperado e os cientistas estão perplexos com a descoberta de material genético que não pertence ao planeta Terra. A descoberta confere um tom a mais de credibilidade às hipóteses da origem humana como resultado de colonização da Terra realizada por viajantes cósmicos, que vieram "dos céus", como nos relatos mitológicos de culturas antigas de todo o mundo.

Cientistas que estão trabalhando do projeto Human Genome (Projeto Genoma) ficaram perplexos diante de uma descoberta: eles acreditam que 97% das chamadas "sequências não-codificadas" do DNA humano correspondem a uma porção de herança genética proveniente de formas de vida extraterrestre!

Essas sequências não-codificadas são comuns a todos os organismos vivos da Terra, do mofo, aos peixes e aos homens. No DNA humano, as sequências constituem grande parte do total do genoma, informa o profº Sam Chang, líder da equipe. Chamadas "junk DNA" (DNA-lixo - porque, a princípio, pareciam não servir para nada), as seqüências foram descobertas há anos atrás e sua função permanece um mistério. O fato é que a maior parte do DNA humano é "extraterrestre".

As sequências foram analisadas por programadores de computador, matemáticos e outros estudiosos. Com os resultados o profº Chang concluiu que o "DNA-lixo" foi criado por algum tipo "programador alienígena". Essa parcela de código genético é determinante de atributos, muitas vezes indesejados, como a imunidade de um organismo às drogas anti-cancer.

Os cientistas estão admitindo a hipótese de que uma grandiosa forma de vida alienígena está envolvida na criação de novas formas de vida em vários planetas; a Terra é apenas um deles. Não se sabe com que propósito tal experiência foi e/ou está sendo feita: se é apenas um projeto científico já concluído, em acompanhamento, uma preparação dos planetas para uma colonização ou ainda, um compromisso de espalhar a vida por todo o universo.

Segundo um raciocínio com base em padrões humanos, os "programadores extraterrestres", provavelmente, trabalham em muitos projetos voltados para a produção de diferentes estruturas biológicas em vários planetas. Devem estar tentando soluções para inúmeros problemas.



Projeto Genoma & Origens Extraterrestres da Humanidade

O profº Chang é apenas um dos muitos cientistas que acreditam ter descoberto as origens extraterrestres da Humanidade. Chang explica que o DNA é um programa que consiste em duas "versões" (ou de dois conjuntos de informações): um código master e um código básico. O código master possivelmente não tem origem terrena.

Os genes conhecidos, por si mesmos, não explicam completamente a evolução. Mais cedo ou mais tarde, a humanidade deverá ser informada de que toda a vida na Terra tem um código genético herdado (ou "plantado" por ) de seus "primos" extraterrestres e que a evolução não ocorreu do jeito que se acreditava até então.

Além do material genético, é também possível que os extraterrestre estejam aqui mesmo, acompanhando de perto o desenvolvimento da raça humana e disseminando mais intensamente suas "sementes estelares" (star-seeds). Estes seres, "infiltrados", que estão sendo chamados de star-people ou star-children, são descritos pelos escritores Brad e Francie Steiger como indivíduos cujas almas deveriam ou poderiam estar encarnadas em mundos de outros sistemas solares, mas que vieram à Terra, nascendo em famílias humanas, para empregar seus esforços em auxiliar no processo de evolução da Humanidade.

Pessoas que alegam ter contactado estes seres, consideram-nos benevolentes ou "do bem". Entre os "contactados" alguns são conhecidos nos meios científicos: George Adamski, Orfeo Angeluci, George Van Tassel, Howard Menger, Paul Villa, Billy meier, Alex Collier. Freqüentemente, os encontros entre humanos e "infiltrados" são comprovados por evidências físicas, como fotografias e filmes, além dos testemunhos.

 
Erich von Däniken no interior da pirâmide de Gizé, Egito.  DIREITA: Zecharia Sitchin, lingüista, especialista em escritas antigas, estudou os caracteres cuneiformes e elaborou a hipótese do 10° planeta do sistema solar, chamado Nibiru, com base no conhecimento que resgatou da mitologia Mesopotâmica. O 10° planeta seria a morada dos "mestres" e colonizadores da Terra, viajantes cósmicos: os Anunnaki, que voltam, a cada 3 mil e 600 anos, para as vizinhanças da órbita terrestre.

Astronautas

Muitos pesquisadores escreveram livros sobre a "teoria do deuses astronautas": uma raça de extraterrestres inteligentes que teria visitado e/ou colonizado a Terra em um passado remoto, durante um tempo que foi empregado em "aperfeiçoar" ou manipular a vida e a raça humana, fazendo de um primitivo hominídeo, como o homo erectus, o atual homo sapiens.

Um dos argumentos em que se apoia essa idéia é a improbabilidade de surgimento do sapiens de maneira súbita, um processo que fere os princípios do darwinismo ortodoxo; além disso, nos mitos encontrados nas culturas das mais antigas civilizações, existem descrições de eventos protagonizados por "deuses semelhantes a homens", que aparecem vindos do céu e criam a raça humana "à sua própria imagem e semelhança". O homem contemporâneo, em tudo lembra um ser híbrido, uma combinação genética de material extraterrestre com a herança do homo erectus.

Antes dos avanços tecnológicos e científicos que permitiram ao homem fazer viagens espaciais e manipular a vida através da engenharia genética, essa teoria da origem extraterrestre da raça humana, não podia ser concebida. Mesmo agora, no século XXI, existem muitas pessoas que consideram essa possibilidade uma fantasia de ficção científica.

Entretanto, as mais recentes descobertas no campo da genética entram em choque com as teorias ortodoxas da evolução enquanto a hipótese de uma intervenção de uma espécie inteligente semelhante ao homem vai deixando de ser um mero produto da imaginação. Os mais famosos entre os expoentes da teoria da intervenção de astronautas na antigüidade são o suiço Erich von Daniken [autor de Eram os Deuses Astronautas - LINK: WEBSITE] e o lingüista americano Zecharia Sitchin [link: Os Anunnaki: os deuses astronautas da Suméria].



Os Grupos de EXOPOLÍTICA

Dr. Michael E. Salla, autor de Exopolitics: Political Implications of the Extraterrestrial Presence (Dandelion Books, 2004) - é um dos fundadores do movimento de Exopolítica, cujo objetivo é obter a abertura das fontes de informação e o diálogo - com e sobre - os extraterrestres, pela afirmação de uma "democracia global" e pela qualidade de vida da raça humana como seres responsáveis e conscientes de que habitam o Universo. Sr. Salla revela que "Existe um grande número de raças extraterrestres conhecidas (por várias instituições) e elas estão interagindo com o planeta e a população humana".

Em 1998, o sargento aposentado das Forças Armadas Norte-Americanas (U.S. Army), Clifford Stone, que serviu por 22 anos, disse em entrevista que participou de operações de "resgate" (ocultamento?) de naves extraterrestres e de criaturas alienígenas - também. Stone disse existem várias raças de extraterrestres. É dele um dos testemunhos colhidos pelo D. Salla em uma série das mais completas já elaboradas.

Outro depoimento é o de Bob Dean, militar com 27 anos de carreira e muitas distinções: "Entre os extraterrestres que conhecemos existe um grupo que se parece muito conosco; podem estar sentados ao seu lado no avião ou num restaurante e ninguém perceberia a diferença."

Aparentemente, "Raças humanas extraterrestres podem se integrar facilmente nas sociedades humanas pois são indistingüíveis." Um terceiro relato é o de Allex Collier, que afirma ser "um contato" - "uma variedade de extraterrestre que fornece material para experimentos com humanos." - Collier acrescenta que: "Os humanos da Terra são um produto de manipulação genética realizada por extraterrestres. Os humanos sapiens possuem uma herança genética e seu código de DNA é semelhante a um banco de muitas diferentes memórias raciais que podem chegar a combinar elementos provenientes de 22 raças diferentes.

 
Zecharia Sitchin, lingüista que decifrou/traduziu antigas escrituras cuneiformes da Suméria, descobriu registros de antigos visitantes extraterrestres. Há 300 mil anos atrás os Anunnaki, do planeta Nibiru, começaram a colonização da Terra. A base de suas atividades foi a engenharia genética, por meio da qual aperfeiçoaram o homem primitivo e fizeram surgir o homo sapiens. Até hoje, símbolos esotéricos arcaicos são renovados e continuam guardando o segredo da espécie humana. A dupla hélice de DNA foi desenhada milhares de vezes ao longo da história; estilizada, duas serpentes entrelaçadas, como no emblema conhecido como caduceu - o bastão de Hermes, signo da medicina e da sabedoria desde tempos imemoriais.

Espiritualidade Religiosa

Alex Collier diz que os "ET-humanos" estão interessados em "assegurar que a humanidade como um todo, possa se desenvolver com senso de responsabilidade sem ameaçar a si mesma nem à grande comunidade galáctica da qual fazem parte. Um dos pré-requisitos para isso é elevação da consciência humana (aprimoramento), que deve começar com a implantação da unidade religiosa."

Collier, que alega ter contato com ETs, alerta que as mensagens religiosas fundamentalistas, no cristianismo, judaísmo, islamismo e outras tantas seitas são elementos hostis, de manipulação e controle da raça humana.



Jesus

Alguns pesquisadores defendem a idéia de que Jesus era um ET-humano que se empenhou em inspirar um sentimento social de Unidade; Jesus não criou nem pareceu pretender criar uma "religião Cristã" repressora da sexualidade, homofóbica, tantas vezes racista [como nas Idades Média e Moderna] e legitimadora de atrocidades como como a escravidão.

Os contatos extraterrestres de Collier informam que Jesus, de fato, existiu e não morreu na Cruz; sequer teria sido crucificado. A crucificação seria um relato simbólico, uma alegoria. Jesus teria vivido o resto de sua vida na histórica fortaleza judaica de Massada, último foco de resistência das forças israelitas contra o domínio romano.

Figuras como Jesus têm vindo à Terra periodicamente a fim de combater a saturação espiritual das massas que ficam entorpecidas pela mensagem de um sistema de crenças que enfraquece a capacidade de evolução individual e coletiva.

As religiões institucionalizadas legitimam a criação e manutenção de uma elite dirigente opressiva, que se auto-estabelece como juízes da moralidade. As elites religiosas, historicamente, têm abusado de suas regras autogeradas para exercer controle social. A religião se torna um agente colaborador e complementar ao Estado e, o que é pior, à serviço do projeto econômico que orienta o Estado. Os ETs-humanos querem "ajudar a humanidade a se libertar das estruturas de opressão através da educação edodespertar da consciência."



Eles estão Entre Nós

Em Extraterrestrials Among Us, artigo publicado em outubro de 2006, Salla afirma: "Existem evidências impressionantes, provenientes de um fontes independentes de que extreterrestres semelhantes a humanos vivem integrados com as populações dos grandes centros. Muitos relatos, de pessoas comuns, descrevem encontros com extraterrestres que transitam incógnitos entre os cidadãos das maiores cidades do planeta.

George Adamski foi o primeiro a escrever sobre os extraterrestres que vivem secretamente. Em Inside The Flying Saucers, segundo livro não-ficcional de Adamski, há o relato das experiências de contato com os alienígenas e como eles seestabelecem em sociedade, vivendo como qualquer um, tendo emprego,vivendo em condomínios, dirigindo carros.



Oito Galáxias - 135 Bilhões de Seres Humanos

Alex Collier diz que os ETs revelaram que existem mais de 135 bilhões de seres humanos em oito galáxias próximas à galáxia da Terra (a Via Láctea). Collier, que diz já ter viajado à bordo de uma nave, comentou que "Nó temos uma péssima reputação porque somos a única raça humana que mata e atormenta a si mesma, que permite a si mesma viver na pobreza; a única raça de homens que vivem sob o jugo de outros homens, que têm indivíduos sem-teto em sua sociedade, queescraviza a si mesma. Os ETs não entendem porque fazemos isso

FONTES & LINKS
Scientists find Extraterrestrial genes in Human DNA por John Stokes
THE CANADIAN - acessado em 14/01/2007
WEBSITE Zecharia Sitchin
acessado em 14/01/2007
ANUNNAKI: Os Deuses Astronautas da Suméria
acessado em 14/01/2007
tradução: Ligia Cabús (Mahajah!ck)

sábado, 26 de março de 2011

Observatório espacial comprova existência de tsunami solar


Alguns anos atrás, os físicos solares testemunharam pela primeira vez uma gigantesca onda de plasma se propagando pela superfície do Sol. A dimensão do fenômeno era tão grande que apesar de estarem presenciando o evento, não podiam acreditar no que viam. Naquela ocasião, a enorme onda ergueu-se mais alto que a Terra para em seguida despencar sobre a superfície, formando padrões circulares de milhões de quilômetros de circunferência.

Clique para ampliar
Céticos, diversos observadores sugeriram que o fenômeno poderia ser alguma sombra ou ilusão de ótica provocada por efeitos atmosféricos. Aquilo poderia ser tudo, menos uma onda real.
O tempo passou e diversos estudos foram feitos, mas uma imagem captada em fevereiro de 2009 pelo satélite Stereo deu um xeque-mate no problema. A imagem mostrava uma gigantesca explosão próxima à mancha solar 11012, arremessando uma nuvem de mais de 1 bilhão de toneladas de gás aquecido ao espaço, provocando uma gigantesca onda na superfície do Sol. "Agora nós sabemos", disse Joe Gurman, do Laboratório de Física Solar do Centro Espacial Goddard, da Nasa. "Os tsunamis solares realmente existem".
"Aquilo foi definitivamente uma onda", disse Spiros Patsourakos, ligado à universidade de Mason e autor do paper publicado esta semana no periódico Astrophysical Journal Letters. "Não é uma onda comum, de água. É uma gigantesca onda de plasma e magnetismo", explicou.
O nome técnico para o novo fenômeno é Onda Magneto-hidrodinâmica de Modo Rápido, ou MHD e foi captado com grande precisão por um dos satélites Stereo, que estuda o Sol. Na imagem, a gigantesca ejeção de massa coronal, CME, atinge 100 mil km de altitude e se desloca a 250 km/s, com energia igual a nada menos que 2.4 gigatoneladas de TNT, o equivalente a 150 mil bombas atômicas similares às que caíram sobre Hiroshima em 1945.
Os tsunamis solares foram descobertos em 1997 através de imagens captadas pelo Telescópio Solar e Heliosférico SOHO e desde então foram motivos de diversas controvérsias entre os cientistas. Em maio de 2009, outra ejeção de massa coronal explodiu em uma região ativa na superfície do Sol e foi registrada pelo satélite SOHO como uma gigantesca onda que praticamente atravessou a superfície do Sol.
Os tsunamis solares não representam uma ameaça direta à Terra, mas são extremamente importantes para o estudo do astro-rei. "Podemos usá-los para diagnosticar as condições atuais do Sol e tentar prever quando as tempestades solares podem ocorrer. Ao observar como as ondas se propagam, podemos coletar informações sobre as camadas mais baixas da atmosfera solar e que de outra forma não seriam possíveis", disse Gurman.


Foto: No topo, imagem captada pelo satélite de observação solar STEREO mostra a gigantesca onda se propagando pelo disco solar após ejeção de massa coronal ocorrida em fevereiro de 2009. No detalhe, imagem captada pelo observatório Soho mostra uma proeminência que parece dançar no limbo solar (parte superior esquerda). Instantes depois uma ejeção de massa coronal é lançada ao espaço. Crédito: Nasa/Solar and Heliospheric Observatory (SOHO)/STEREO (Solar Terrestrial Relations Observatory).

quinta-feira, 24 de março de 2011

Azeite contra a osteoporose


Guarde bem este nome: oleuropeína. A substância, encontrada no azeite de oliva extravirgem, é a nova arma da nutrição para evitar e combater a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea

por LÚCIA NASCIMENTO design EDER REDDER e NATH PEREIRA fotos DERCÍLIO

Página 1 de 3
O cálcio que se cuide, porque seu posto solitário de melhor companheiro do esqueleto anda ameaçado. Calma, o mineral não vai perder seu lugar de destaque como protetor dos ossos — muito longe disso. A questão é que a ciência descobre fortes concorrentes para dividir com ele essa prestigiada posição. É o caso da oleuropeína, presente no azeite de oliva. Um estudo da Universidade de Córdoba, na Espanha, revela que esse tipo de polifenol aumenta a quantidade de osteoblastos, células que fabricam osso novinho em folha. Consumi-la, portanto, traria imensas vantagens para manter o arcabouço do corpo em pé ao longo da vida.

“O tecido ósseo é dinâmico, destruído e construído constantemente”, explica o geriatra Rodrigo Buksman, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, em Brasília. Os osteoblastos ajudam justamente a realizar a reconstrução. É como se fossem a massa corrida colocada na parede para tapar os furos que aparecem com o tempo. Sem essas células, os buracos ficam maiores, os ossos se enfraquecem e cresce o risco de fraturas. O envelhecimento e a menopausa provocam uma queda na concentração de osteoblastos no organismo. Daí a importância da reposição desses construtores, que recebem um belo reforço com a inclusão do azeite de oliva extravirgem no dia a dia, a melhor fonte de oleuropeína. “Aos 30 anos nosso corpo atinge a quantidade máxima de massa óssea e, a partir daí, começa a perdê-la”, nota o ortopedista Gerson Bauer, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Por isso é que se diz que a prevenção da osteoporose se inicia muito antes da maturidade. “Essa doença se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea, o que torna os ossos mais frágeis e propensos às fraturas”, arremata a nutricionista Clarisse Zanette, mestre em ciências médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com o azeite, no mínimo, esse processo destrutivo demora mais tempo para ocorrer. E, se alguém quiser substituir sua fonte de oleuropeína de vez em quando, saiba que existe mais uma opção. “A substância também é fornecida pela azeitona, de onde o óleo é extraído”, diz Clarisse.

Não são apenas os ossos que se deliciam quando saboreamos um prato regado a azeite. O coração também se beneficia, porque suas veias e artérias ficam livres de entraves. “A gordura monoinsaturada, principal constituinte do óleo, interfere nos receptores do fígado que captam o colesterol circulante”, explica o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo. “Assim, há uma redução nas taxas da sua versão ruim, bem como de sua quantidade total.” Já os compostos fenólicos do azeite diminuem a oxidação do colesterol, processo crucial para a formação das placas que obstruem as artérias e causam as doenças cardiovasculares. “Esse poder se deve à sua intensa atividade antioxidante”, justifica a cardiologista Paula Spirito, do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. “Esses compostos impedem que os radicais livres — moléculas que provocam danos às células — oxidem o colesterol e contribuam com o aparecimento de placas nos vasos.” A circunferência abdominal é outra que agradece o consumo do azeite. É que o alimento ajuda a evitar a inflamação de uma área do cérebro chamada hipotálamo, fenômeno provocado por dietas ricas em gorduras saturadas, presentes nas carnes e nos produtos de origem animal. Como o hipotálamo é o pedaço responsável pelo controle da fome e do gasto energético, não é um exagero dizer que o óleo de oliva auxilia a manter a harmonia na massa cinzenta e, assim, a afastar os quilos a mais. Além disso, ele acelera a produção de um hormônio chamado GLP 1, que age na cachola aumentando a saciedade e reduzindo o apetite.

A oleuropeína — voltamos a falar dela — tem participação no pelotão antiinflamatório. “Esse polifenol tem propriedades antioxidantes significativas, inibe a agregação de plaquetas e reduz a formação de moléculas inflamatórias em todo o corpo”, afirma a nutricionista Mércia Mattos, da Faculdade de Medicina de Marília, no interior paulista. Tantas propriedades se refletiriam em um menor risco de uma porção de males, entre eles infartos e derrames. Por falar em proteção, vale destacar, ainda, que esse antioxidante também resguarda as mitocôndrias, estruturas dentro das células responsáveis pela obtenção de energia — dessa forma, fica mais difícil uma célula se aposentar antes da hora.

Quando regamos o prato com azeite extravirgem, porém, não ganhamos apenas boas doses de oleuropeína. O tempero é uma ótima fonte de vitamina E. “Esse nutriente retarda o envelhecimento das células, diminuindo o risco de tumores e doenças do coração”, aponta a nutricionista Soraia Abuchaim, do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio Grande do Sul. O melhor é que, para desfrutar de tudo isso, bastam 2 colheres por dia. Mas tem que ser do tipo extravirgem, que concentra maiores teores da substância. De preferência, use-o em saladas e ao finalizar pratos quentes — o azeite não gosta de calor e, se for lançado ao fogo, perde grande parte de suas qualidades. E só o sabor, nesse caso, não basta, certo?