A reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama em mulheres após a menopausa, conforme resultados de um estudo publicado no Journal of The National Cancer Institute. O estudo determinou que embora estrógenos tenham sido, por muito tempo, considerados como fator hormonal de alto risco, a progestina pode ser um fator ainda mais importante.
Ronald K. Ross et al. descobriram que para cada cinco anos de uso do estrógenos, o risco de câncer de mama aumenta em 6%. Mas para cada cinco anos que uma mulher tome estrógenos e progestina, ou seja, terapia combinada (terapia de reposição hormonal padrão atual para aliviar os sintomas da menopausa), o risco de câncer de mama aumenta em 24%. O estudo envolveu 1897 mulheres na pós-menopausa diagnosticadas com a doença. O grupo controle era formado por 1.637 mulheres sem o câncer. Todas deram informações sobre seus históricos de terapia hormonal de longo prazo e sobre o uso de anticoncepcionais por via oral. Descobriu-se que aquelas que fizeram uso da terapia combinada por 10 anos ou mais tinham 50% mais chances de risco de câncer de mama.
Os estrógenos têm sido prescritos para prevenir a osteoporose, além de diminuir marcadamente o risco de doenças cardiovasculares. Mas seu uso aumenta substancialmente o risco de uma mulher apresentar câncer endometrial (também conhecido como uterino), o câncer ginecológico mais comum. Em resposta, cientistas médicos da década de 70 introduziram a terapia combinada de estrógenos e progestina para reduzir o perigo. Existem duas formas de aplicação da terapia combinada: a contínua (toma-se diariamente estrógenos e progestina) e a terapia seqüencial estrógeno e estrógeno mais progestina (parte do mês é consumido apenas estrógeno e no restante, as duas substâncias).
A terapia seqüencial traz maiores riscos para a doença. A terapia contínua parece ser melhor, pois doses menores de progestina são utilizadas. Os efeitos biológicos da substância ainda não são completamente conhecidos. A versão natural da progestina - o hormônio progesterona - prepara o útero para acomodar o óvulo fecundado. Os níveis desta substância no corpo flutuam, atingindo um máximo uma semana antes da menstruação, quando as células da mama se reproduzem em maior intensidade. Qualquer substância que aumente a divisão celular em um órgão, também aumenta a chance das células se tornarem cancerosas. Portanto, menores níveis de progestina levam a menor risco de câncer de mama. Os autores concluíram que os benefícios do estrógeno suplantam seus riscos. Para cada caso de câncer de mama em mulheres com longo uso dos mesmos, mais de 6 mortes por doenças do coração são evitadas.
Fonte: Journal of the National Cancer Institute
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