No Ártico, camada de gelo baixa ao menor nível da história |
Segundo Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA, NSIDC, este ano não deve bater o recorde, mas deve permanecer em segundo lugar, em uma espécie de empate técnico com o ano de 2007.
No entender dos climatologistas, a ausência de gelo no verão no Ártico pode afetar todo o clima do planeta. Segundo os meteorologistas, os recentes invernos rigorosos observados na Europa e na América do Norte já são um sinal dessas mudanças, pois o oceano mais quente e aberto no Ártico desvia os ventos polares para o sul.
Os dados utilizados pela Universidade de Bremen e pela ESA diferem daqueles usados pelo NSIDC, dos EUA. Apesar de ambos usarem imagens de satélites para quantificar a perda do gelo, as observações europeias permitem maior resolução da região, de 6 km por pixel contra 25 km por pixel.
Maior que o previsto
Baseados nos dados coletados nos últimos anos, os cientistas envolvidos no trabalho de mensurar a perda de gelo do ártico são unânimes e afirmam que o gelo marinho no verão está desaparecendo em um ritmo maior do que se previa.
"Um verão sem gelo no Ártico está rapidamente a caminho. A maioria dos dados mostra que os modelos estão subestimando o ritmo da perda de gelo", disse Kim Holmen, diretor-chefe do Instituto Polar da Noruega. "Estamos testemunhando uma mudança mais rápida do que os modelos sugeriram, o que pode significar que existem outros processos que ainda estamos por compreender".
No início do ano, a Organização Meteorológica Mundial declarou que o ano de 2010 empatou com 1998 e 2005 como os mais quentes desde que se iniciaram o início dos registros, há quase 150 anos.
Fotos: no topo, mapas baseados em imagem de satélites comparam a perda de gelo na região ártica entre os anos de 2007 e 2011. Na sequência, gráfico mostra a perda de gelo desde 1970, quando as medições começaram a ser feitas por satélites. Acima, imagem captada pelo satélite Envisat mostra a rota aberta pelo degelo no ártico ao longo da costa do Canadá, totalmente navegável no mês de setembro de 2007. Crédito: ESA, Universidade de Bremen, Apolo11.com.
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